Após demissão, Luxa volta ao ostracismo, ou merece nova chance?
Experiente treinador, multicampeão ao longo da carreira, perdeu cargo após série de derrotas no Brasileirão. Já há alguns anos, ele parece em baixa
Futebol|Felippe Scozzafave, do R7

Depois que deixou o Sport, em outubro de 2017, com 40% de aproveitamento, eliminado da Copa Sul-Americana e com o time na beira da zona de rebaixamento do Brasileirão, muita gente considerou que a carreira de Vanderlei Luxemburgo tinha acabado.
O treinador, um dos mais vitoriosos da história do futebol brasileiro, com direito a cinco títulos brasileiros, incontáveis estaduais e passagens por quase todos os times grandes do país, já era considerado ultrapassado e que não tinha mais a mesma energia e capacidade para fazer com que seus jogadores rendessem.
Tanto é que, depois disso, ele ficou quase dois anos afastados do futebol. Mas voltou a ganhar uma chance, assumindo o Vasco, que mais uma vez nos últimos tempos lutava contra o rebaixamento.
O objetivo foi concluído. E o Cruzmaltino não apenas escapou tranquilamente de uma possível queda para a Série B, como ainda buscou uma vaga na Copa Sul-Americana.
O trabalho agradou tanto a diretoria do Vasco, que o objetivo deles era que continuasse em 2020, algo que não aconteceu por conta de um desacordo financeiro.
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Surgiu então o Palmeiras, clube em que Luxemburgo viveu provavelmente os melhores momentos na carreira, com uma série de títulos ao longo de quatro passagens. E que procurava um treinador experiente e com estilo ofensivo.
E, claro, que conseguisse gerir o estrelado e caro elenco alviverde, mas que não rendia o esperado, sendo apenas o 3º colocado do Brasileirão 2019, muito longe do campeão Flamengo e que fracassou também na Libertadores, ao ser eliminado pelo Grêmio nas quartas de final, mesmo após vencer o jogo de ida, em Porto Alegre.
A missão parecia se enquadrar perfeitamente para Luxemburgo. Assumir um time com bom elenco, bastante dinheiro para contratar e que ele tivesse uma grande identificação.
De início, tudo foi bem. Mesmo sem empolgar, o time ia conquistando resultados e, além do título simbólico da Florida Cup, ia avançando no Campeonato Paulista, quando foi campeão ao vencer o maior rival, o Corinthians, na grande final, nos pênaltis. Era o que precisava para o treinador cair nas graças da torcida: evitar o quarto título estadual consecutivo do Alvinegro. De quebra, o Alviverde ainda se mantinha como uma das melhores campanhas da Libertadores.
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Mas essa moral com os torcedores não durou muito. Apontado como um dos principais favoritos ao título brasileiro, o time, que ficou as primeiras 12 rodadas do torneio sem perder, também não vencia muito e, mesmo frequentando a parte de cima da tabela, gerava grande desconfiança.
E tudo veio abaixo quando as derrotas aconteceram. Primeiro, para o Botafogo, que estava na zona de rebaixamento, no Rio de Janeiro. Na sequência, a queda para o São Paulo, que pela primeira vez venceu o Palmeiras dentro do Allianz Parque. E, por último, provavelmente a mais inesperada das derrotas, para o Coritiba, um dos últimos colocados e com o pior ataque do campeonato, por 3 a 1, mais uma vez dentro de casa.
A demissão aconteceu. E Luxemburgo não escondeu que acredita que a sua missão no clube foi concluída: "Fomos campeões Paulistas, da Florida Cup, estamos na liderança da Libertadores, falta um jogo da primeira fase, e estamos no Brasileiro brigando na parte de cima. Depois de três derrotas, eles decidiram me mandar embora. Tudo bem, isso faz parte do futebol. Eu queria agradecer os jogadores, aos dirigentes e parceiros que estiveram comigo nesse momento."

Apesar de a grosso modo parecer pouco encerrar um trabalho por causa de três derrotas, esse tipo de demissão não chega a ser novidade nos últimos trabalhos de Luxemburgo, que desde o seu último título brasileiro, em 2004, não costuma durar muito em seus cargos.
Foi assim no Real Madrid, onde ele empolgou no início, mas logo perdeu gás, além de outros trabalhos, como por exemplo no Atlético-MG, ou no Flamengo.
Nos últimos dez anos, por exemplo, treinou nove clubes diferentes (o Flamengo, inclusive, em duas oportunidades) e só ganhou títulos regionais. Houve ainda uma passagem complicada pelo futebol chinês.
Com 68 anos, um currículo invejável para qualquer treinador no mundo, mas com os grandes resultados ficando cada vez mais no passado, será que Luxemburgo ainda merece uma chance nos principais times do Brasil, ou chegou a hora de repensar a carreira?
Confira o desempenho de Vanderlei Luxemburgo nos últimos anos:
2010 - Atlético-MG - campeão mineiro
2010-2012 - Flamengo - campeão carioca
2012-2013 - Grêmio - não ganhou títulos
2013 - Fluminense - não ganhou títulos
2014-2015 - Flamengo - não ganhou títulos
2015 - Cruzeiro - não ganhou títulos
2016 - Tianjin Quanjian (China) - não ganhou títulos
2017 - Sport - campeão pernambucano
2019 - Vasco - não ganhou títulos
2020 - Palmeiras - campeão paulista
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