Após 20 anos, Waldemar Lemos lembra anúncio desastroso no Fla: 'Não queria ficar de jeito nenhum'
Vídeo da apresentação do treinador no Rubro-Negro, em 2003, se tornou um dos memes mais conhecidos do futebol brasileiro
Futebol|Pietro Otsuka, do R7
"O novo técnico do Flamengo é o senhor Waldemar." Foi assim que Eduardo Moraes, o "Vassoura", dirigente do clube na época, anunciou Waldemar Lemos como novo técnico do Rubro-Negro, em 14 de outubro de 2003. Aquele momento, único e folclórico, se eternizou não apenas pelas palavras talvez mal escolhidas por Vassoura, mas pela reação fervorosa, e imediata, da torcida flamenguista.
"Waldemar é o c..., p...! Vai tomar no c...! Waldemar é a p... que o pariu!", gritaram os torcedores que estavam na Gávea naquele fatídico dia. Vinte anos depois, o icônico vídeo da apresentação de Waldemar Lemos se tornou um dos mais conhecidos memes do futebol brasileiro, que arranca risadas sempre que aparece nas redes sociais.
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Waldemar, no entanto, lembra-se do episódio de outra forma, por mais que, 20 anos depois, já trate com mais leveza. "Num primeiro momento, recusei automaticamente [assumir como técnico do Flamengo]. Nunca havia passado por aquilo. Uma torcida te tratar daquele jeito... Sempre procurei trabalhar da melhor maneira. Eu quis sair automaticamente, não queria ficar de jeito nenhum", disse o ex-treinador em entrevista ao R7, durante o lançamento do documentário Por que Waldemar?, do Star+.
Mas, pouco a pouco, Waldemar foi sendo convencido a ficar. E ficou. Nos dois meses que permaneceu como interino, o então técnico calou os críticos e levou um Flamengo que antes estava ameaçado pelo rebaixamento para a oitava colocação do Brasileirão, numa incrível arrancada de seis vitórias, três empates e apenas duas derrotas em 11 jogos no comando rubro-negro.
A volta em 2006
Três anos depois, Waldemar voltou ao Flamengo. E novamente para resgatar um trabalho que parecia caminhar para o desastre. O treinador assumiu o time logo após o Campeonato Carioca, em que o Rubro-Negro terminou na penúltima colocação, só não sendo rebaixado no estadual, pois a Portuguesa-RJ conseguiu ser pior.
Em pouco mais de três meses, Waldemar transformou o ambiente do Fla e levou o time para a grande final da Copa do Brasil, em mais uma arrancada histórica. "O trabalho que fizemos foi uma continuidade de 2003. Os jogadores me aceitaram de volta e foi um ótimo trabalho", lembra.
No entanto, nem tudo eram flores naquele Flamengo atolado em dívidas e problemas financeiros. Quem vê o sucesso de 2019 para cá não consegue imaginar o tamanho do buraco em que o Rubro-Negro estava num passado não tão distante, com meses de salários atrasados, estrutura defasada, entre várias outras coisas.
"Tivemos situações que passamos ali que foram muito difíceis. Não tinha dinheiro. Aconteceu de um dia não ter ônibus, por falta de pagamento, para levar o elenco para o hotel antes de jogo da Copa do Brasil. Os jogadores sentados no meio-fio, jogadores de renome. Mas construímos uma atmosfera tão bacana, que o pessoal aceitava na boa, ninguém falava nada", conta Waldemar.
Saída inesperada
Mas o sonho de levantar um troféu importante logo se tornou pesadelo com uma demissão repentina, que pegou não só Waldemar, mas jogadores e torcida desprevenidos.
Para o seu lugar, foi escolhido o até então desconhecido Ney Franco, ex-técnico do Ipatinga, que foi eliminado justamente pelo Flamengo de Waldemar nas semifinais da Copa do Brasil. "Ele não tem culpa, só fez o trabalho dele. Ele fez um bom campeonato mineiro e fez uma boa Copa do Brasil também."
Além do Flamengo, Waldemar tem passagens por diversos clubes do Brasil, como Figueirense, Athletico-PR, Náutico, Sport, entre tantos outros. Seu último trabalho como treinador foi no Altos-PI, em 2018.
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