Além de Diogo Jota: relembre mortes trágicas de jogadores de futebol

O atacante português Diogo Jota, de 28 anos, que defendia a seleção do país e o clube inglês Liverpool, morreu em um acidente de carro na Espanha, nesta quinta-feira (3). O irmão dele, André Silva, jogador do Penafiel, da segunda divisão portuguesa, também faleceu.

O acidente foi em uma rodovia da região de Sanabria, no noroeste espanhol. O carro em que os irmãos estavam saiu da pista e pegou fogo depois que um dos pneus estourou durante uma ultrapassagem. Os dois morreram no local, segundo as autoridades.

O episódio se junta a outros casos marcantes que interromperam trajetórias de jogadores e ex-atletas e deixaram saudades nos torcedores. Relembre algumas dessas histórias abaixo.

Dener: promessa interrompida

No dia 19 de abril de 1994, o Brasil perdeu Dener, uma das maiores promessas do futebol nacional na década de 90. Aos 23 anos, o jogador, que brilhava pelo Vasco após se destacar na Portuguesa, morreu em um acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Ele estava no banco do passageiro quando o veículo colidiu. O motorista sobreviveu.

Nascido em São Paulo, em 1971, Dener cresceu na Vila Ede, na zona norte, e começou no futsal, onde moldou o estilo driblador e irreverente característico do atleta. Após passar pelo São Paulo, foi na Portuguesa que ele se consagrou, especialmente com um gol antológico contra a Inter de Limeira, no Paulistão de 1991.

Comparado a Pelé por torcedores e a Neymar pelo estilo, Dener já havia sido convocado para a seleção brasileira aos 20 anos. A morte dele, há 31 anos, ainda é lamentada como a perda de um talento que poderia ter mudado o futebol brasileiro.

Fernandão: eterno capitão do Internacional

Outro nome que marcou o futebol brasileiro foi Fernandão, ídolo do Internacional. No dia 7 de junho de 2014, o ex-atacante, então com 36 anos, morreu em um acidente de helicóptero em Aruanã, Goiás.

Ele voltava de um acampamento às margens do Rio Araguaia quando a aeronave caiu. Fernandão foi resgatado com vida, mas não resistiu no caminho ao hospital. Outras quatro pessoas também perderam a vida na tragédia.

Fernandão é lembrado como o maior ídolo da história do Inter. Como capitão, liderou o clube às conquistas da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006. Em 190 jogos pelo Colorado, marcou 77 gols, incluindo o milésimo gol do clássico Gre-Nal.

Freddy Rincón: colombiano que conquistou o Brasil

Em 14 de abril de 2022, o futebol perdeu Freddy Rincón, aos 55 anos. O ex-meia, ídolo do Corinthians, morreu após um grave acidente de trânsito em Cali, Colômbia. Ele sofreu traumatismo craniano depois que o carro que dirigia foi atingido por um ônibus. Apesar de ter sido internado e operado, não resistiu.

Nascido em Buenaventura, em 1966, Rincón começou no Atlético Buenaventura e brilhou no Deportes Tolima antes de jogar por gigantes como Real Madrid e Napoli. No Brasil, foi capitão do Corinthians no Mundial de 2000. Pela seleção colombiana, disputou três Copas do Mundo (1990, 1994 e 1998) e marcou um gol histórico contra a Alemanha em 1990, garantindo a classificação inédita da Colômbia às oitavas.

William Morais: sonho interrompido pela violência

William Morais, meia do Corinthians emprestado ao América-MG, morreu aos 19 anos, em Belo Horizonte, em fevereiro de 2011. Após uma confraternização com colegas do clube, ele foi vítima de um assalto na região da Pampulha. Ao reagir, levou um tiro nas costas e não resistiu.

William havia acabado de realizar um sonho ao comprar uma casa para a mãe, Cris Oliveira, em Osasco, onde organizou uma festa de aniversário para ela apenas dois meses antes de ser assassinado.

Wallace: tragédia na estrada

Em 27 de janeiro de 2018, o goleiro Wallace Ribeiro Barato, do Guarani, morreu aos 22 anos após capotar o carro na Rodovia dos Bandeirantes, em Limeira, no interior de São Paulo. Ele viajava com a família para Ribeirão Preto, cidade natal, onde passaria o fim de semana de folga.

Wallace era visto como uma promessa no gol do Bugre. A perda do atleta foi sentida profundamente pelo clube e pela torcida, que lamentaram a interrupção de uma carreira promissora.

Alexandre: sucessor de Zetti

Outro jovem talento que deixou saudades foi Alexandre Escobar Ferreira, goleiro do São Paulo, morto aos 20 anos, em julho de 1992. Considerado o sucessor de Zetti, Alexandre perdeu o controle do carro na Rodovia Castelo Branco, em São Paulo, e bateu em uma mureta de proteção. Ele voltava de um churrasco em São Roque para surpreender a família na capital.

Nascido em Sorocaba, em 1972, Alexandre se destacou no São Paulo sob o comando de Telê Santana, que via nele habilidades raras para um goleiro, como cobrar faltas. Titular na Copa SP de 1992, com Rogério Ceni como reserva, ele também brilhou na Libertadores daquele ano, segurando uma vitória contra o Nacional, do Uruguai.

Chapecoense: tragédia que comoveu o mundo

Em 29 de novembro de 2016, o futebol brasileiro viveu uma de suas maiores tragédias. O avião que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, na Colômbia, caiu perto de Medellín.

O acidente deixou 71 mortos, incluindo jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas. Apenas seis sobreviveram: os jogadores Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel, o jornalista Rafael Henzel e os tripulantes Erwin Tumiri e Xemena Suarez.

A investigação, concluída em 2018, apontou que o acidente ocorreu por falta de combustível, devido à má gestão de risco da companhia aérea LaMia. A Chapecoense vivia um momento histórico com a classificação inédita para a final continental.

Brasil de Pelotas: maior tragédia do futebol gaúcho

Em 15 de janeiro de 2009, o ônibus que transportava a delegação do Grêmio Esportivo Brasil de Pelotas tombou na BR-392, em Canguçu, no Rio Grande do Sul. Três pessoas morreram: o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis Gouveia e o ídolo Cláudio Milar.

O ônibus levava 31 pessoas, e muitas ficaram feridas. O acidente aconteceu à noite, quando o time voltava de um jogo-treino contra o Santa Cruz, preparatório para o Gauchão.