Além de Ancelotti: Espanha já denunciou outras estrelas por fraude fiscal; veja lista
Técnico da seleção brasileira entra em lista de famosos do futebol levados à Justiça espanhola por crimes financeiros
Futebol|Do R7

O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado na quarta-feira (9) a um ano de prisão por fraude fiscal na Espanha. Agora, ele integra uma lista de celebridades do mundo do esporte que enfrentaram problemas com a Justiça espanhola por crimes financeiros.
Nomes como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo já foram alvos do fisco espanhol, que tem intensificado a fiscalização sobre irregularidades financeiras, especialmente no universo do futebol.
Na Espanha, crimes fiscais com penas inferiores a dois anos, como os casos dessas estrelas, raramente resultam em prisão para réus sem antecedentes criminais. Mesmo assim, as multas aplicadas costumam ser altas.
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Caso Carlo Ancelotti
A sentença de Ancelotti, proferida por um tribunal de Madri, refere-se à sonegação de impostos sobre os rendimentos de direitos de imagem recebidos em 2014, quando ele era treinador do Real Madrid.
Além da pena de prisão, que não deve ser cumprida devido à ausência de antecedentes criminais, Ancelotti foi multado em € 386 mil (aproximadamente R$ 2,5 milhões).
Ancelotti comandou o Real Madrid em dois períodos: de 2013 a 2015 e de 2021 até maio de 2025, quando assumiu a Seleção. Até o momento, o treinador não comentou a decisão.
Neymar Jr.
Em 2015, Neymar Jr. foi acusado pelo Ministério Público espanhol por corrupção privada, em um caso relacionado à transferência dele do Santos para o Barcelona, em 2013.
A denúncia apontava que o jogador e o clube ocultaram o valor real da transação, que teria sido de € 83 milhões de euros, e não de € 57 milhões, como declarado pelo Barcelona.
A diferença, segundo as investigações, foi diluída em contratos paralelos para reduzir o pagamento devido a um grupo que detinha parte dos direitos econômicos do atleta.
A promotoria chegou a pedir dois anos de prisão e uma multa de € 10 milhões. No entanto, em dezembro de 2022, todas as acusações contra Neymar foram retiradas, sem explicações detalhadas por parte da promotoria.
Após a decisão, Neymar celebrou no antigo Twitter: “Acredite em si mesmo e Deus mostrará o quanto és forte”. O caso, porém, resultou na demissão do então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, e gerou desgaste para o jogador na Espanha.
Lionel Messi
Em maio de 2017, Lionel Messi e seu pai, Jorge Messi, foram condenados por sonegação fiscal de € 4,1 milhões, desviados para paraísos fiscais por meio de contratos de direitos de imagem.
A Justiça espanhola considerou que ambos fraudaram declarações fiscais, o que resultou em uma pena de 21 meses de prisão para o jogador e uma multa de € 2 milhões de euros.
O pai de Messi teve sua pena reduzida de 21 para 15 meses, após colaborar com as investigações e devolver parte dos valores sonegados. Como a pena foi inferior a dois anos, nenhum dos dois precisou cumprir prisão.
Messi chegou a recorrer da decisão, mas o tribunal manteve a condenação.
Cristiano Ronaldo
Outro craque que esteve na mira da Justiça foi Cristiano Ronaldo, acusado de sonegar impostos entre 2010 e 2014, período em que jogava pelo Real Madrid.
O caso envolveu acordos de direitos de imagem e a criação de empresas em paraísos fiscais, como Irlanda e Ilhas Virgens Britânicas, para ocultar a origem de rendimentos.
Em janeiro de 2019, Ronaldo fechou um acordo com um tribunal de Madri, aceitando pagar uma multa de € 18,8 milhões e uma pena de 23 meses de prisão, que não foi cumprida devido à legislação espanhola.
Em 2017, quando as acusações surgiram, os promotores classificaram a sonegação como uma “violação voluntária e consciente”. A defesa de Ronaldo, no entanto, alegou que o caso decorria de um mal-entendido sobre a legislação fiscal espanhola.
José Mourinho
José Mourinho, ex-técnico do Real Madrid, enfrentou acusações de sonegação fiscal relacionadas a direitos de imagem durante sua passagem pela Espanha. Em 2019, ele aceitou pagar € 2,2 milhões para encerrar o caso e recebeu uma pena suspensa de um ano.