Abel Ferreira vive seu pior momento no Palmeiras após eliminação para o Corinthians

Desde que chegou em 2020, Abel Ferreira nunca viveu um momento tão conturbado no comando do Palmeiras. O técnico português teve em 2025 o maior poder de investimento em contratações em uma única temporada, mas os resultados esportivos, pelo menos por enquanto, estão muito abaixo das expectativas de um torcedor que esperava um time protagonista em todas as frentes que disputaria.

Nesta temporada, o Palmeiras investiu mais de meio bilhão de reais em reforços como Vitor Roque, Paulinho e Sosa. Ao todo, foram R$ 515,3 milhões gastos em novas contratações, mas o futebol apresentado pelo time não vem agradando. No Paulistão, a equipe perdeu o título para o Corinthians. Na Copa do Brasil, novamente, viu o arquirrival levar a melhor, com vitórias nos jogos de ida e volta.

O lema “cabeça fria, coração quente” também parece ter ficado para trás. No jogo de ontem, Aníbal Moreno foi expulso aos 14 minutos depois de agredir José Martinez com uma cabeçada. Mesmo com um homem a menos, o Palmeiras mostrou em outros anos que conseguia contornar qualquer obstáculo, mesmo com inferioridade numérica. Mas não foi o que aconteceu.

O time não teve a mesma organização de temporadas anteriores e não conseguiu ameaçar a meta de Hugo Souza em nenhum momento. A bola aérea, uma fortaleza do time nos últimos anos, foi a principal arma do Corinthians nos duelos de oitavas de final. Na ida, Memphis Depay marcou de cabeça. Na volta, Matheus Bidu balançou as redes em jogada de escanteio e Gustavo Henrique deu números finais ao confronto em nova jogada por cima, subindo mais alto que a defesa e testando sozinho após boa cobrança de falta de Rodrigo Garro.

Vaias da torcida

Ao final do jogo, o torcedor palmeirense não poupou o time dos protestos. Abel Ferreira foi o principal alvo das vaias, sendo inclusive xingado. O treinador, em contrapartida, aplaudiu ironicamente o próprio torcedor. Em coletiva após a partida, o técnico português disse entender o sentimento dos palmeirenses, mas negou que os aplausos tenham sido irônicos.

“Registrei, ouvi e em momento algum ironizei. Sempre pedi apoio, é o que espero mesmo em momentos difíceis. Perdemos um jogo contra um rival, pouco ou nada ganhou. E agora cabe a nós família palmeirense, não era, mas aprendi a ser. Tenho sentimentos e emoções e realmente pedi apoio aos nossos torcedores. Em momento nenhum ironizei”, afirmou Abel.

“Mas entendi perfeitamente a cobrança. Agora cabe a nós ir atrás de continuar a ditar fogo na fogueira, clube que há 10 ou 15 anos estava sem rumo, desorganizado, com dívidas”, completou.

Enquanto recolhe os cacos de uma dura eliminação para o maior rival, o Palmeiras volta a campo no próximo domingo (10), às 16h (de Brasília), para encarar o Ceará, no Castelão, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Verdão é terceiro colocado na tabela do Brasileirão, com 33 pontos, quatro a menos que os líderes Flamengo e Cruzeiro.