Abel Ferreira e Filipe Luís protagonizam ‘duelo de ideias’ que marca a final da Libertadores
Os treinadores, candidatos a melhores do ano, representam modelos de jogo distintos que definem a temporada do futebol brasileiro
Futebol|Do R7
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Abel Ferreira e Filipe Luís chegam à final da Libertadores em um confronto que opõe dois modelos de jogo e dois momentos de carreira. O português vive a fase mais longeva e vencedora à frente do Palmeiras, enquanto o ex-lateral transforma leitura tática em método no comando do Flamengo. Os dois também disputam a liderança do Brasileiro e concorrem ao prêmio de melhor técnico do mundo em 2025 pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol). O duelo não se limita ao título continental. A partida sintetiza uma disputa entre formas diferentes de interpretar o futebol.
O Palmeiras chega à decisão com uma estrutura consolidada ao longo de cinco anos. A equipe parte do 4-2-3-1 e se reorganiza conforme a demanda do jogo. Abel promove variações constantes que transformam a saída de bola em 3-2-5 e criam amplitude pelos lados. O time acelera logo após retomar a posse e explora inversões rápidas como padrão ofensivo. A defesa alterna pressão inicial e bloco médio. Os encaixes exigem precisão e explicam parte das dificuldades quando o time perde o primeiro duelo. Nas bolas paradas, o repertório é amplo graças à experiência do português.
O Flamengo de Filipe Luís trabalha em outra lógica. O 4-2-3-1 inicial raramente termina igual. O treinador faz ajustes de acordo com o comportamento do adversário e reorganiza a equipe durante o jogo. A base ofensiva se firmou com Pedro. Ele era a referência nas ligações diretas, o pivô que sustentava passes longos, atraía marcadores e abria espaços para Arrascaeta. Sua ausência altera a estrutura. O Flamengo perde a principal âncora para estabilizar jogadas e perde também a mecânica defensiva iniciada pelo centroavante.
Sem Pedro, Filipe Luís busca alternativas. Ele pode aproximar o time para acelerar por dentro ou montar um ataque móvel com diagonais rápidas e ocupações alternadas da última linha. O modelo mais leve oferece imprevisibilidade, mas retira do time o duelo físico com Gustavo Gómez e Bruno Fuchs. A essência segue baseada nas acelerações pelos lados, nas transições rápidas e na circulação que prepara o passe vertical.
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A forma como os modelos se chocam define o jogo. Sem Pedro, o Flamengo deixa de ameaçar o Palmeiras com bolas longas que desmontaram a defesa no encontro pelo Brasileiro. O Palmeiras ganha liberdade para proteger Gómez e Fuchs. Se o Flamengo apostar em mobilidade, o Palmeiras precisará decidir se acompanha movimentos individuais ou se abandona os encaixes e protege zonas. As laterais se tornam um território decisivo, já que os dois times criam profundidade por ali. O controle desses corredores pode definir o ritmo da partida.
As transições devem pesar no resultado. As duas equipes aceleram após recuperar a bola e exploram desorganizações momentâneas. É provável que o lance determinante venha de um erro de saída, de uma pressão mal ajustada ou de um duelo perdido no meio-campo.
Fora do campo, Abel Ferreira e Filipe Luís dividem outro palco. Os dois concorrem ao prêmio de melhor técnico do mundo em 2025 pela IFFHS. O português já figura entre os nomes avaliados desde 2022, quando terminou em nono lugar. As votações reúnem jornalistas esportivos e especialistas de 120 países e os resultados serão divulgados depois de 10 de dezembro.
Abel completa cinco anos no Palmeiras com dez títulos e a chance de ampliar a marca. Filipe Luís alcança a primeira final continental como treinador e tenta reafirmar uma proposta que se apoia na leitura constante do jogo. O confronto entre os dois representa o embate entre um modelo que se adapta e outro que se transforma. Quem souber reagir melhor às nuances do jogo pode conquistar a Libertadores e influenciar a votação que definirá o melhor técnico do mundo em 2025.
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