Jogador brasileiro que tenta deixar o Sudão reclama do Itamaraty: 'Mentirosos e desorganizados'

Paulo Sérgio cobrou ajuda do governo brasileiro pelas redes sociais; país africano vive guerra civil

23/04/2023 - 14h27 (Atualizado em 15/02/2024 - 18h33)

O atacante Paulo Sérgio ainda busca sair do território do Sudão, país africano que vive conflito armado, e neste domingo (23) reclamou da falta de ajuda do Itamaraty. O brasileiro cobrou o governo federal e declarou que, na ausência de auxílio, busca fugir da guerra por conta própria.

Preso no território africano, o atleta chegou a chamar os membros do Itamaraty de "mentirosos" e "desorganizados". Em um vídeo publicado nas redes sociais, Paulo Sérgio aparece cobrando ajuda do governo federal e do próprio presidente Lula. Ele declarou que este domingo seria o último dia para estrangeiros deixarem o país.

"Vocês não têm moral com ninguém. Temos até as 18h para sair daqui, senão isso vai ficar uma loucura. Já avisaram a gente! Estamos virados, tentando resolver os problemas por conta própria", publicou o jogador.

O brasileiro ainda afirmou que está em um grupo com mais nove conterrâneos, sendo quatro atletas e cinco pessoas da comissão do time Al-Merreikh, clube pelo qual atua. Na imagem do registro do atacante é possível observar a evacuação de pessoas em diversos ônibus com a sigla das Nações Unidas.

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No depoimento, o jogador ainda acusa o Itamaraty de ter deixado uma funcionária da Embaixada brasileira sem apoio para deixar o país. De acordo com Paulo Sérgio, eles estariam juntos buscando fugir do conflito armado.

Paramilitares tomam palácio presidencial do Sudão, e pelo menos 56 morrem na ação

Fumaça escura sobe de edifícios que ficam perto do aeroporto de Cartum em 15 de abril de 2023. AFP - 15/04/2023

Paisagem da cidade de Cartum, no Sudão, com fumaça ao fundo e um carro, em uma rua quase deserta. AFP – 16/04/2023

Soldados do exército do Sudão se posicionam em Cartum, em 15 de abril de 2023, para lutar contra grupo paramilitar que tomou vários locais importantes do país. AFP - 15/04/2023

Pessoas carregam seus pertences por uma rua de Cartum, no Sudão, em 16 de abril de 2023; o país passa por um confronto entre o exército e o grupo paramilitar FAR (Forças de Apoio Rápido, ou RSF, na sigla em inglês). AFP - 16/04/2023

General Mohamed Hamdan Dagalo, do Sudão. Mohamed Nureldin Abdallah / File Photo / Reuters – 19/02/2023

Pessoas conversam em frente a uma casa em Omdourman, no Sudão. AFP – 16/04/2023

Pessoas andam de ônibus em uma rua deserta de Omdourman, no Sudão. AFP – 16/04/2023

Homem em uma rua de Omdourman, no Sudão, em 16 de abril de 2023. AFP – 16/04/2023

Combates entre as Forças Armadas do Sudão e o grupo paramilitar FAR (Forças de Apoio Rápido, RSF em inglês), iniciados na manhã deste sábado (15), deixaram pelo menos 56 mortos e cerca de 600 feridos, segundo informações do Comitê Médico Central do país. No início do dia, o grupo de oposição ao governo anunciou que havia tomado o aeroporto internacional e o palácio presidencial, que ficam na capital sudanesa, Cartum, ação considerada como um golpe de estado.