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Corintianos autistas criam torcida e assistem a partidas do time na arquibancada da Arena

Em busca de mais inclusão e visibilidade, grupo foi idealizado por pessoas diagnosticadas tardiamente com espectro

Fora de Jogo|Isabella Pugliese Vellani*, do R7

Autistas Alvinegros foi criado em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo
Autistas Alvinegros foi criado em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo Autistas Alvinegros foi criado em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Multidão, barulho e um ambiente não-controlado... Os 90 minutos de um jogo de futebol, que poderiam ser desafios para pessoas diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), tornaram-se puramente prazerosos para torcedores do Corinthians na Neo Química Arena. Com a faixa "Autistas Alvinegros" desde as oitavas da Copa do Brasil, no fim de junho, integrantes do grupo assistem às partidas na beira do campo.

O grupo está localizado no setor Leste, do outro lado em relação ao setor Oeste Superior do estádio, que desde 2019 tem uma sala dedicada para pessoas diagnosticadas com TEA. Se na sala há isolamento acústico e atividades especiais, na arquibancada eles se misturam às mais de 40 mil pessoas.

Rafael Souza Lopes e Juliana Prado, que receberam o diagnóstico de autismo tardiamente, manifestaram o desejo de criar um movimento com o lema “Respeito, Empatia & Inclusão” após frequentarem o estádio por mais de oito meses juntos. Para eles, o objetivo é a inclusão de pessoas com o espectro autista em todo âmbito social, não apenas nos estádios.

Rafael conheceu Juliana através da prestação de um serviço no trabalho dela
Rafael conheceu Juliana através da prestação de um serviço no trabalho dela Rafael conheceu Juliana através da prestação de um serviço no trabalho dela

“A ideia dos Autistas Alvinegros surgiu por minha paixão pelo Corinthians e por me descobrir autista aos 33 anos de idade”, disse Lopes em entrevista ao R7.

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O corintiano frequenta os jogos do time desde os 5 anos e, apesar de passar dificuldades por ainda não ter o diagnóstico na época, estar no ambiente o acalmava e deixava feliz.

Lopes comentou ainda que muitos autistas têm hipersensibilidade auditiva, que os torna sensíveis aos ruídos e, em alguns casos, os impede de assistir aos jogos da arquibancada. No entanto, o torcedor conta que autistas têm hiperfoco, que é uma concentração mental em determinados assuntos.

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“Cada autista é diferente, cada autista vai ter um hiperfoco diferente. No meu caso, o meu hiperfoco é o Corinthians, é o futebol. Quando a gente tem um hiperfoco, por mais que a gente tenha dificuldade, a gente consegue superar as barreiras para poder estar vivenciando aquilo”, afirmou.

Atualmente, o movimento conta com uma equipe que organiza, divulga e realiza trabalhos de inclusão. A torcida foi criada em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, pela ONU. Nas redes sociais, a conta oficial da torcida conta com mais de 3 mil seguidores e deve crescer ainda mais com a sequência do clubes nas competições em que disputa.

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“Um objetivo nosso é ir em jogos fora de São Paulo. Estamos confeccionando novas faixas e queremos que outros clubes enxerguem a nossa causa e comecem a levar para frente”, contou o idealizador do movimento.

O próximo compromisso do Corinthians em casa é justamente contra o rival Palmeiras, pela 22ª rodada do Brasileirão. A partida acontecerá no sábado (13), com a presença dos Autistas Alvinegros nas arquibancadas.

*Estagiária do R7, sob supervisão de André Avelar

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