Atletas brasileiros andam 60 km a pé para tentar sair da Ucrânia
'Pior dia da minha vida', disse o brasileiro Guilherme Smith. Ele e outros brasileiros tentam sair da Ucrânia após invasão russa
Fora de Jogo|Hellen Leite, do R7, em Brasília
Os atletas brasileiros que atuam na Ucrânia têm vivido dias de terror após a invasão russa. Nas redes sociais, o atacante Guilherme Smith, ex-Botafogo, que defende o Zorya, relatou ter sido impedido de atravessar a fronteira com a Polônia após caminhar 60 quilômetros.
"Essa noite foi a noite mais triste da minha vida, e com certeza a pior. A divisa da Ucrânia com a Polônia não é nada do que falam, andamos 60 km para chegarmos lá e, quando chegamos, fomos tratados como lixo, dormimos na rua e quase congelamos. Por sorte, conseguimos acender uma fogueira. Muito triste, a gente não sabe mais o que fazer nessa situação", escreveu o jogador.
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Segundo o atleta, o grupo foi barrado "com agressividade" por policiais quando faltavam poucos quilômetros para chegar à fronteira. Smith está junto dos também atletas Cristian Fagundes e Juninho Reis, bem como da esposa e dos dois filhos de Juninho.
"Está muito cheio aqui, estamos agora na madrugada e passando frio, é complicado, ninguém faz nada por nós, não sabemos mais o que fazer. Espero que possam nos ajudar de alguma forma. A situação está complicada", lamentou Smith.
Ao amanhecer, os brasileiros pegaram um ônibus de volta a Lviv, onde foram instalados em um hotel pelo Itamaraty. "A melhor decisão foi voltar e ver o que conseguimos fazer para tentar sair novamente, estava muito difícil, muito frio, não íamos conseguir ficar bem lá [na fronteira]", detalhou Juninho.
O presidente Jair Bolsonaro declarou neste sábado (26) que o governo tem atuado para garantir a retirada em segurança de brasileiros que estão na Ucrânia, país que foi invadido por tropas russas na última quinta-feira (24). No Twitter, o chefe do Executivo afirmou que, “mesmo diante de um cenário difícil, reforçamos: ninguém será deixado para trás”.
O presidente disse que 50 brasileiros que estavam no país, incluindo jornalistas, estudantes, empresários e atletas, foram levados para territórios vizinhos. Bolsonaro afirmou que acionou ministros, assessores e a diplomacia para permitir que os brasileiros na Ucrânia deixem o local por vias terrestres.