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Ex-técnicos aprovam novas regras, mas querem ver autoridade no juiz

VAR, mudança de posicionamento do goleiro no pênalti e posição da barreira estão entre as normas que já foram implementadas no Brasileirão 2019

Especiais|Eugenio Goussinsky, do R7


Brasileirão passou a usar VAR
Brasileirão passou a usar VAR

As mudanças no futebol em geral provocam polêmicas. Em relação às novas regras, adotadas já neste Campeonato Brasileiro, elas já representam os novos tempos. Tecnologia e velocidade do jogo provocaram alterações ainda mais intensas dentro e fora do campo.

O goleiro, agora, é obrigado apenas a deixar um dos pés na linha do gol, antes da cobrança de um pênalti. Tais novidades, porém, não tiram a responsabilidade dos árbitros, segundo ex-jogadores e técnicos ouvidos pelo R7.

Um deles é o ex-goleiro Emerson Leão, que também atuou como técnico em vários clubes grandes. Chegou até a comandar a seleção brasileira. Para ele, um dos pontos que mais irão interferir no que vinha sendo um hábito é a possibilidade de o goleiro deixar um pé fora da linha na cobrança de pênalti.

"É uma regra que traz mudanças. É muito bom mesmo para o goleiro. Quando ele dá um passo, este pé serve como uma alavanca e o ajuda muito."

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Ele lembra, porém, que, na prática, os goleiros já têm se adiantado. E que, neste caso, cabe ao árbitro interferir para evitar, algo que não vem ocorrendo, segundo ele. Leão ressalta que este tipo de infração deveria ser observada no VAR - e não é.

"Diria que em 90 dos casos os goleiros se adiantam. O VAR já da a possibilidade de o árbitro observar e fazer voltar a cobrança, mas isso não ocorre. Essa regra vem para atenuar um pouco essa irregularidade, mas, se os goleiros forem além disso, colocando os dois pés fora da linha, o árbitro continua com a responsabilidade de interceder."

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Leão lembra que, nos tempos em que era goleiro, também se adiantava em algumas ocasiões. Numa delas, o árbitro mandou voltar três cobranças que ele havia defendido.

Hoje, a experiência e a sabedoria adquiridas o permitem admitir algo que os jogadores de hoje, no calor de seus próprios interesses imediatos, resistem em fazer: o árbitro tinha razão.

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"Nestas vezes em que defendi e o árbitro mandou a cobrança ser feita novamente, ele estava certo, eu havia me adiantado."

Outro que acompanha a atual movimentação do futebol com uma dose de indignação é o ex-treinador Candinho (José Cândido Sotto Maior).

Apesar de considerar a implantação de mudanças necessárias, ele acha que elas não surtirão tanto efeito se a autoridade do árbitro não for retomada como nos tempos em que ele era técnico, entre os anos 70 e 2000 (na década inicial).

"Os ábitros hoje estão com medo. Em tempos atrás não era assim. Havia árbitros como o Dulcídio Wanderley Boschila, o Oscar Scolfaro, que se impunham. Hoje jogadores e técnicos querem tomar conta."

Ele lembra algumas situações em que em seu tempo, diz, não ocorreriam.

"O Mano (Menezes) reclama até de lateral. Mas não é só ele, o Felipão e outros muitos também. Isso me incomoda. Tempos atrás, seriam expulsos e não repetiriam nos jogos seguintes. Os árbitros deveriam ter respaldo para fazer isso desde o início do campeonato, mas não têm. E para eles, apitar ainda é um emprego, uma fonte complementar de renda. Por isso, têm medo porque não têm guarida."

Para o ex-treinador, mudanças como o VAR e a proibição do adversário fazer parte da barreira são importantes.

"Isso já tinha que ter acontecido há muito tempo. O cara ficava lá enchendo o saco na barreira do adversário, discutia, o árbitro tinha de esperar, perder tempo, dar amarelo. Atrapalhava muito o jogo."

Outras, como o posicionamento do goleiro no pênalti, são desnecessárias.

"Não gosto de regras que dificultem o gol. E essa favorece os goleiros e prejudica os atacantes. Deveria ficar como antes, mas com os árbitros tendo coragem de mandar voltar cobranças em que os goleiros se adiantassem."

Recentemente, Candinho foi convidado, por ter sido técnico da seleção brasilera, a participar de debates sobre o futuro do futebol brasilerio, organizados pela CBF. E sugeriu ao então presidente da entidade, Marco Polo del Nero, uma mudança que considera necessária, pedindo que ele defendesse a ideia na Fifa.

"Acho que a demarcação do escanteio deve ser ampliada, um palmo que seja. Ficará mais fácil para quem bate e possibilitará maior número de gols. Também considero importante que a distância da barreira seja medida com um passo a mais. No meu tempo isso não era necessário, mas hoje isso mudou, o jogo está mais veloz. É preciso ter mais ideias, sugerir, realizar, não ficar na mesmice."

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