Doom é impressionante mesmo para quem não gosta do estilo
Detonar monstros no caminho de casa com o Switch é diversão garantida
Jogos|Tiago Alcantara, do R7
O Switch deve encerrar seu primeiro ano de vida surpreendendo até mesmo os mais fervorosos fãs da Nintendo. Só nos primeiro ano do console, a companhia japonesa apresentou games como Super Mario Odyssey, Zelda, Splatoon 2 e diversos outros exclusivos que rechearam os meses do ano. Com o cresciment no interesse do público, a Big-N também angariou o apoio de third-parties e de vários bons estúdios independentes.
Dessa nova e boa fase da Nintendo, uma das amizades mais prolíferas — e inesperada — tem sido com a Bethesda. Não apenas Skyrim está recebendo uma versão para o videogame híbrido da Nintendo, como Doom e sua recente releitura de 2016 foi portado para o videogame e derrubou alguns queixos por aí. Uma aposta para lá de ousada, que se revela uma grande acerto do ponto de vista do jogador.
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A história de Doom, um precursor do gênero de tiro da indústria dos videogames, tem uma memorável passagem com Doom 64 para Nintendo 64. Houve outras adaptações para sistemas Nintendo como uma edição portátil para Game Boy Advance, mas essa é a primeira vez que o mesmo game de um console de mesa também pode ser jogado on the go.
Nem tudo é bonito
Para que o jogo de tiro laureado como melhor game de 2016 por diversos veículos especializados pudesse rodar no Switch, sacrifícios foram feitos.
Portado pela Panic Button (mesma empresa que realizou a versão de Rocket League para o sistema), Doom manteve toda sua geometria, cenários grandiosos, parte do jogo de luz e velocidade ágil no sistema da Nintendo. No entanto, há um corte na velocidade para 30fps, compensado com um honesto efeito de motion blur, que mantém a ação da tela suave e disfarça e trabalha em conjunto com o anti-aliasing, efeito que evita serrilhado.
Doom impressiona pelo desempenho no modo portátil
A resolução das texturas sofreu uma queda forte e o jogo todo está rodando em 720p, ou seja, apenas em HD. Pode parecer uma série de contras, mas que são desmistificamos assim que você atira no primeiro monstro do game com o sistema na palma da sua mão.
Doom impressiona no Switch em modo portátil, apesar do melhor controle para jogá-lo seja o Pro Controller e não os Joy-Con. Na TV, o jogo brilha na tela grande, mas quem conhece a versão antiga de PC, PS4 e Xbox One vai notar as adaptações gráficas com mais facilidade. A trilha sonora casa perfeitamente com o ritmo frenético do game e mantém um clima de apreensão e correria.
Muito conteúdo e portabilidade
A Bethesda trouxe o game com todo o conteúdo existente nas demais versões, com exceção do editor de mapas. A versão digital pesa mais de 20GB, enquanto quem comprar o cartucho físico tem que baixar um update à parte com o multiplayer do jogo, que funciona bem.
O novo Doom é a prova cabal que qualquer jogo bem adaptado, com a otimização correta e sacrifícios necessários pode sim rodar em um sistema menos potente.
O Switch é a bola da vez, o novo gadget do momento. É impensável para qualquer empresa não viabilizar versões de seus jogos para ele. Não à toa, diversos jogadores usaram as redes sociais para "cobrar" games de suas desenvolvedoras favoritas.
O último Sonic vendeu mais no videogame da Nintendo, os produtores de Stardew Valley trouxeram o game do PC para o sistema híbrido, indies como Steamworld Dig 2 e Oceanhorn estão vendendo mais nele do que em todas as demais plataformas disponíveis somadas e há espaço de sobra para novas ideias.
A Bethesda está apostando alto e o mais importante, está encontrando nos consumidores da Nintendo uma nova casa. Seu Doom é agora o novo norte de como se adaptar qualquer jogo. Se você já jogou Doom a 60fps, provavelmente não vai dar muita atenção para essa versão, por mais que sua performance no portátil rodando lisa pareça mais magia do que tecnologia.
Sem dúvida, essa versão de Doom deve ser o sinônimo de tiro em primeira pessoa para os gamers casuais e também atrair alguns de seus fãs data por conta por conta da mobilidade do Switch. Para quem já possui o console é um título imperdível.