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Brasil Game Show 2017: um grande evento para gamers e não gamers

BGS desse ano foi uma mostra do futuro do mercado de games

Jogos|Victor Fermino, do R7

Apesar de alguns problemas, era difícil não se divertir durante o evento
Apesar de alguns problemas, era difícil não se divertir durante o evento

Com o fim da décima edição da Brasil Game Show, podemos tomar um momento para respirar e falar do que aconteceu no evento. O primeiro dia, que tinha um painel com ninguém menos que Hideo Kojima, foi o menos movimentado, estranhamente. Era uma quarta-feira pré-feriado, então até que dá para entender, mas ainda assim, é um fato curioso.

O evento, realizado no Expo Center Norte, em SP, tinha de tudo que você pode imaginar: hands-on com o Xbox One X, desenvolvedores famosos, youtubers famosos, streamers famosos, celebridades de outros tipos, demos de games ainda não lançados, brindes, games sendo vendidos por preços altíssimos, uma área dedicada a indies e campeonatos.

Indies

Até pouco tempo atrás, o Brasil não era uma grande referência no desenvolvimento de games (apesar da linguagem de programação Lua, onipresente nesse meio, ter sido criada por brasileiros), e nessa BGS não foi diferente: testamos jogos como Black Iris, Colina Legacy, Tiny Force Deluxe, Eternity e Necrosphere Deluxe, e a experiência foi... irregular, no mínimo.


Alguns dos games estavam quase prontos. Outros tinham acabado de ser lançados. Outros ainda estavam em pré-alpha. Não há nada de errado em levar um jogo em pré-alpha para um evento como a BGS, é claro, mas foi estranho ver games usando texturas e modelos comuns da engine Unity com promessas de lançamento em 2020. Por isso, foi muito difícil encontrar coisas interessantes e minimamente feitas — a melhor parte, aliás, é que os desenvolvedores independentes estavam muito interessados em qualquer feedback. Era muito bom poder dar opiniões construtivas que eles consideram implementar.

Ainda assim, alguns games mostravam conceitos interessantes, como Necrosphere, um jogo de plataforma sem pulos e que contava com um controle especial, e Eternity, um metroidvania com elementos de RPG que vai ser lançado para PC, PS4 e Xbox One, que foram meus games favoritos da área indie: é muito bom ver que o Brasil conta com tanta gente talentosa e passional sobre seu trabalho. Espero, honestamente, que a próxima BGS dê mais espaço para coisas assim.


Gwent era tão bonito e popular quanto essa cosplayer da Ciri
Gwent era tão bonito e popular quanto essa cosplayer da Ciri

Playstation e Xbox

As áreas das duas gigantes eram, obviamente, gigantes. Enquanto a Microsoft oferecia atrações como uma sala fechada com o Xbox One X ("primeiro" console 4K do mundo) e o maravilhoso Cuphead, a Sony optou por algo mais ortodoxo, com vários games jogáveis e uma lojinha de games. Quem experimentasse dois games do stand da Microsoft poderia concorrer a um Xbox One S (infelizmente, não ganhei, então ponto negativo para a empresa de Phil Spencer).


As filas dos jogos da Playstation estavam absolutamente enormes, e isso era surpreendente, considerando que muitos games exclusivos estavam em outros stands (Dissidia NT estava bem longe, e com pouquíssimo público). Knack 2 foi um sucesso improvável, considerando a fama do primeiro.

O sucesso de Cuphead se repetiu no stand do Xbox com muita expressão: o boss rush 2D que roda em qualquer notebook tinha uma fila gigantesca, e todo mundo queria ver qual era a do game. Na verdade, é até estranho: o jogo custa menos do que um lanche de fast food, e roda em qualquer computador, e ainda assim o pessoal queria ficar numa fila para jogar. Isso que é desejo.

Outros jogos

Além dos consoles, foi interessante também ver a atenção espalhada entre PC gamers no evento: o stand da Acer contava com os novos laptops da linha Predator. Eu diminui as configurações gráficas de Sombras da Guerra nos poderosos notebooks, só para ver o que acontecia, e ainda assim, o jogo continuou bonito. O notebook em si é potente, como o nome sugere, e estava rodando qualquer coisa com tranquilidade.

Cosplay também foi algo muito popular na BGS
Cosplay também foi algo muito popular na BGS

Já jogos como Monster Hunter World e Dissidia NT foram surpresas chatas, e não estou dizendo que foram ruins — pelo contrário: Monster Hunter World não é uma versão simplista e fácil de Monster Hunter, mas sim uma versão com um analógico decente em um console não-Nintendo. É fluído, "bonito" e aparentemente profundo, como esperado. Resta saber se o loop de gameplay será tão engajante quanto é nos portáteis, onde você pode parar quando quer; já Dissidia NT é... Dissidia com mais coisas. A jogabilidade é parecida com a dos portáteis também, e é tudo bem rápido e fácil. A diferença é que agora o jogo está mais caótico. Não é difícil imaginá-lo sendo jogado por centenas de horas, dependendo do online e do sistema de progressão.

Últimas impressões

A BGS é a maior feira de games da América Latina, e a enorme quantidade de coisas para fazer deixou isso bem claro. Como "evento", é preciso deixar claro que a organização deixou muito a desejar: a praça de alimentação era desorganizada e cara; os banheiros do Expo Center Norte mal poderiam ser considerados funcionais; o Wi-Fi da sala de imprensa era ruim; o espaço não foi bem mapeado o bastante e havia muitos corredores minúsculos nos quais era impossível distinguir filas e a área indie simplesmente não parecia pronta.

Claro que nem tudo é culpa da organização: alguns indies sequer levaram demos dos games que estavam expondo, e isso se aplicou a produtoras "grandes" também, com a presença de um stand coreano que apenas exibiu vídeos de seus jogos ao invés de deixar as pessoas jogarem. Além disso, comprar jogos de PS4 na BGS era um verdadeiro tiro no pé, de tão caros.

Apesar de tudo, foram dias proveitosos. Os campeonatos mostraram a um grande público a graça de assistir um game competitivo nas mãos de verdadeiros atletas, e foi muito bom ver o Brasil como centro da atenção de tanta gente. Não é uma Tokyo Game Show nem uma E3, então obviamente não tivemos nenhum anúncio bombástico como Final Fantasy XVI, Diablo 4 ou o eventual cancelamento de Kingdom Hearts III — ao invés disso, tivemos games, games e mais games, com uma leve dose de culto a personalidade para lembrar que somos humanos.

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