Após bater o Uruguai na estreia, a Costa Rica mais uma vez contrariou as previsões ao derrotar a Itália em Recife, nesta sexta-feira pelo Grupo D da Copa do Mundo, e se classificou antecipadamente para as oitavas de final da competição.
O gol que selou mais uma zebra costa-riquenha no Mundial veio aos 44 minutos do primeiro tempo com Bryan Ruiz, que aproveitou de cabeça um ótimo cruzamento de Júnior Diaz.
Com a vitória, os 'Ticos', em sua quarta participação em Mundiais, chegaram à liderança isolada do chamado "Grupo da Morte", com seis pontos e se classificaram matematicamente à próxima fase.
O resultado armou uma verdadeira final entre Itália e Uruguai, que têm três pontos cada e duelam no dia 24 em Natal pela outra vaga nas oitavas. Os italianos terão a vantagem do empate por terem melhor saldo de gols que os sul-americanos (0 contra -1).
No mesmo dia, a Costa Rica volta a campo contra a eliminada Inglaterra em Belo Horizonte, e garante o primeiro lugar da chave se somar apenas mais um ponto.
O veterano goleiro Gianluigi Buffon, que tinha torcido o tornozelo no treino anterior à estreia contra a Inglaterra, se recuperou e voltou ao time titular. Salvatore Sirigu foi para o banco.
Apesar da boa atuação contra a Ingalterra, o técnico Cesare Prandelli pareceu ter se impressionado com o que viu da Costa Rica e fez algumas mudanças no setor defensivo. O zagueiro Paleta saiu do time e deu lugar para o lateral-direito Abate. Com isso, Chiellini voltou a fazer dupla de zaga com Barzagli.
No meio, o jovem meia Verratti, que tinha participado pouco do jogo contra os ingleses, foi substituído pelo volante brasileiro naturalizado Thiago Motta. A criação, como sempre, ficou por conta do 'Maestro' Andrea Pirlo. Mario Balotelli jogou como único atacante da 'Azzurra'.
Já o técnico colombiano Jorge Luis Pinto, muito satisfeito com sua equipe, escalou exatamente o mesmo time que surpreendeu o mundo ao derrotar o campeão mundial Uruguai por 3 a 1 na estreia, com o capitão Bryan Ruiz na armação e o atacante Joel Campbell na frente.
Ao contrário de outras equipes de menor expressão no futebol mundial, a Costa Rica não tem complexo de inferioridade e não se contenta em ficar na retranca, pelo contrário. Contra a Itália, tetracampeã do mundo, os costa-riquenhos jogaram de igual para igual, partiram para cima e armaram diversos ataques de qualidade.
Aos 7 minutos, Bolaños cobrou um escanteio e Borges se adiantou a Buffon para tocar de cabeça. A bola passou com muito perigo por cima do gol italiano, ligando o alerta na equipe de Prandelli e mostrando que os 'Ticos' não estavam de brincadeira.
A Itália chegou com perigo pela primeira vez aos 27 minutos, quando a bola sobrou na entrada da área para o canhoto Thiago Motta pegar de primeira com a direita. A bola saiu pela linha de fundo.
Aos 31, Pirlo apareceu pela primeira vez deixando Balotelli na cara do gol com um lindo lançamento do meio de campo. O atacante do Milan dominou e tentou encobrir o goleiro Navas, mas pegou mal na bola e errou o gol.
Três minutos depois, Thiago Motta desviou de cabeça um lançamento de Pirlo e a bola sobrou novamente para Balotelli. "Super Mario" resolveu chutar de primeira e acertou um tiro em cima de Navas.
A Costa Rica reagiu logo depois. Aos 36, Bolaños cortou para dentro e arriscou da entrada da área. Buffon fez linda defesa.
Aos 43, Campbell arrancou num rápido contra-ataque e foi atropelado por Chiellini dentro na área. O árbitro chileno Enrique Osses mandou o lance seguir, levando os jogadores em campo e o banco da Costa Rica à loucura.
Para a sorte do árbitro, o erro de Osses foi logo apagado pelos deuses do futebol, que resolveram premiar os valentes costa-riquenhos com um gol no ataque seguinte.
Aos 45, Diaz cruzou com perfeição pela esquerda e Ruiz apareceu na segunda trave para finalizar de cabeça. A bola ainda pegou no travessão e caiu dentro do gol. Ao quicar, a bola saiu e foi necessário acionar o recurso tecnológico para confirmar o gol: 1 a 0 para a Costa Rica.
Com a vantagem no placar, os costa-riquenhos voltaram para o segundo tempo decididos a aproveitar a afobação italiana, tentando definir o jogo nos contra-ataques, exatamente o que tinham feito na vitória sobre o Uruguai.
Correndo atrás do prejuízo, a Itália ficou mais com a bola, mas encontrou muita dificuldade para furar o bloqueio costa-riquenho e criar chances de gol.
Prandelli colocou Cassano e Insigne em campo ao lado de Balotelli, mas os três atacantes apareceram mais em impedimentos -oito no segundo tempo- do que em jogadas de perigo.
Apesar dos 59% de posse de bola, os italianos não conseguiram assustar Navas.
Do outro lado, Chiellini teve que se desdobrar para conter várias vezes no mano a mano o atacante Campbell, muito acionado nos contra-ataques. O zagueiro da Juventus, porém, ganhou todas.
O apito final deu início a uma grande festa vermelha e branca na Arena Pernambuco. A torcida brasileira, que uniu-se aos costa-riquenhos para gritar "Olé" a cada toque de bola 'Tico', comemorou mais uma zebra neste Mundial.
am/dm