Tricampeão em 70 vê favoritismo inédito da seleção brasileira
Mesmo com futebol europeu em evolução, ele acredita que Tite conseguiu montar um grupo completo, preparado inclusive para evitar surpresas
Copa 2018|Eugenio Goussinsky, do R7

Tricampeão do mundo em 1970 pela seleção brasileira, o ex-jogador Clodoaldo Tavares Santana, 68 anos, viveu de perto a fase áurea do futebol brasileiro. E também testemunhou momentos difíceis, acompanhando, inclusive como dirigente do Santos, a evolução do futebol europeu.
Para a próxima Copa do Mundo, porém, ele acredita que a seleção brasileira pode recuperar o protagonismo, já que, apesar de sempre entrar na competição como favorito, apresenta atualmente uma superioridade ainda maior em relação às outras, vivendo um momento inédito em sua história.
— Nunca na história das Copas o Brasil entrou com tanto favoritismo e tanta confiança como agora, tanto por parte do torcedor, que voltou a ter autoestima pela seleção, quanto pela mídia. E acho que a seleção tem uma possibilidade muito maior em relação às demais favoritas. Algumas vêm bem, mas a preparação do Brasil foi muito equilibrada. E em Copa do Mundo não se espera surpresa, a tradição costuma prevalecer.
Sem surpresas, Tite convoca os 23 jogadores da seleção para a Copa
Pela experiência de Clodoaldo, Tite buscou preparar o grupo para minimizar o imponderável. Nas vezes em que o Brasil foi derrotado de forma dramática, como em 1950, 1982 e 2014, a equipe foi envolvida pelo chamado "Sobretatural de Almeida", personagem inventado pelo cronista Nelson Rodrigues, para descrever o imprevisível que destrói sonhos de merecidas conquistas.
— A convocação do Tite foi mais do que esperada, um grupo no perfil do técnico, que quis manter a equipe que vinha trabalhando com ele. Não tem como questionar a qualidade do grupo. Tite montou um grupo com o objetivo justamente de buscar alternativas para várias situações de jogo, preparado para evitar surpresas como nessas Copas (1950,82 e 2014).
Neste sentindo, Clodoaldo acredita que o Brasil pode "voltar aos velhos tempos" jogando um futebol dos "novos tempos". Encaixar, assim, a tradição e a qualidade a esquemas modernos, sem deixar de extrair a essência criativa do futebol brasileiro.
— Estou otimista. O Brasil deve chegar à conquista do título, a maré agora é mansa, o jardim é florido para a seleção, haverá momentos de turbulência, mas o Tite tem tudo para ser um comandante que dará equilíbrio aos jogadores.
1º Ronaldo - 15 gols em 19 jogos nas Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006
1º Ronaldo - 15 gols em 19 jogos nas Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006