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Copa 2018

Primeiro título mundial da seleção brasileira completa 60 anos

A vitória na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, marcou o início de toda a trajetória de glórias da seleção brasileira de futebol

Copa 2018|Eugenio Goussinsky, do R7

Zagallo beija camisa da seleção com seu nº, o 13
Zagallo beija camisa da seleção com seu nº, o 13

Enquanto a seleção brasileira se prepara para as oitavas de final da Copa da Rússia, a data de 29 de junho marca o início de todas as glórias da camisa amarela: foi neste dia, há 60 anos, que, diante de milhares de suecos estupefatos, o Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo.

Para comemorar esta ocasião especial, a CBF convidou o ex-jogador e ex-técnico Zagallo, o único tetracampão mundial, a posar com a atual camisa da seleção, que representa uma das maiores paixões em sua vida.

Jogadores comemoram conquista na Suécia
Jogadores comemoram conquista na Suécia

Quem são os 300 mil indianos apaixonados pela seleção brasileira

A história contada por especialistas, como o jornalista João Máximo e o cineasta Luís Carlos Barreto, que atuava como repórter nessa época, mostra que não foi fácil como se pensava a conquista deste título. Os jogadores tiveram de superar desconfianças e discriminações.


Em um tempo em que se criticava a presença de negros na seleção, Pelé, o hábil Moacir, o eficiente Djalma Santos, Garrincha (este descendente de índios) impuseram com talento a necessidade de a seleção viver da diversidade para poder vencer.

Garrincha só entrou na terceira partida, contra a União Soviética, por causa de suas peripécias na preparação. Em um jogo contra a Fiorentina, driblou todo o time, o goleiro e esperou o goleiro voltar para dar outro drible antes de tocar para o gol.


Nos primeiros dois jogos naquela Copa da Suécia, o Brasil, cujo chefe da delegação era o pacificador Paulo Machado de Carvalho, com trânsito entre todos os jogadores, venceu, ainda pouco à vontade, a Áustria e empatou com a Inglaterra.

Contra a Áustria, em Uddevalu, os destaques foram Nilton Santos, com um gol, e Mazzola, com outros dois.


A comissão técnica, que considerou um tanto irresponsável a atitude de Garrincha na Itália, se rendeu ao talento e o colocou em campo justamente por causa dessa "irresponsabilidade", necessária para desconstruir o mito da invencibilidade soviética.

E o Brasil venceu com certa facilidade, por 2 a 0, com dois gols do implacável Vavá e show de Garrincha e Pelé, que também entrou neste jogo. Nas quartas de final, foi a vez de Pelé desequilibrar, com um golaço contra a dura retranca do País de Gales. Foi o seu primeiro em Copas, de um total de 12.

Nas semifinais, contra a França de Just Fontaine, o artilheiro daquela Copa, o Brasil fez 5 a 2, com grande atuação e destaque para Didi, Zagallo e Pelé, autor de dois gols.

O goleiro Gylmar dos Santos Neves foi outro jogador fundamental para a vitória e se tornou um dos maiores do mundo em todos os tempos. O zagueiro Orlando Peçanha, extremamente técnico, e o volante Zito, clássico e firme, também atuaram.

E na final contra os suecos, no mesmo estádio Rasunda, em Estocolmo, nova vitória por 5 a 2, com mais dois gols de Pelé, dois do implacável Vavá e mais um do eficiente Zagallo. Foi o único jogo de Djalma Santos nesta Copa.

Ele substituiu De Sordi, que contundiu o joelho antes da final, e com apenas esta partida foi eleito o melhor lateral-direito da competição. Djalma, afinal, anulou as ações de um dos jogadores mais perigosos da Suécia, o lendário ponta Skoglund.

Na entrega da taça, o capitão Bellini ouviu dos fotógrafos o pedido para erguê-la. E desde então o gesto foi repetido por todos os capitães que a recebem.

Estava presente na premiação o rei Gustav, da Suécia, que ouviu do dentista da delegação, Mário Trigo, com seu bom humor característico, um cumprimento bem fora do protocolo; "E aí, king (rei)!"

E os gols arrebentaram alguns preconceitos. Pelo menos por um tempo. E assim, no Brasil, a população cantava, em multidões esfuziantes pelas ruas, a famosa marchinha "A Taça do Mundo é Nossa".

E junto com essa taça, muitas coisas vieram. Autoestima e esperança com certeza foram duas delas. Passaram também a ser nossas.

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