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Copa 2018

Lenda russa influenciou Taffarel e pode inspirar Alisson a bater recorde

Preparador de goleiros da Seleção teve Dasayev como referência e agora transmite ao camisa 1, que pode se tornar o goleiro mais jovem a ganhar o Mundial pelo Brasil

Lance

Lance|Do R7

Nesta quarta-feira, às 15h (de Brasília), a Seleção Brasileira decide seu futuro na Copa do Mundo contra a Sérvia no belíssimo Estádio do Spartak, em Moscou. O empate garante a vaga na fase de mata-mata do torneio. Significa dizer que, daqui para a frente, a sorte do Brasil pode estar nas mãos de Alisson. Se ele não sofrer gol, a Seleção avança e pode abrir caminho para o hexa. Uma conquista que colocaria o goleiro em um patamar nunca antes atingido por arqueiros brasileiros.

Alisson luta para ser o quinto goleiro a ser campeão do mundo com a Seleção como titular. Mas se isso acontecer, será o mais jovem a atingir a consagração. Nos cinco títulos passados, os goleiros tinham pelo menos três anos a mais do que o titular de Tite, hoje com 25 anos. Gylmar dos Santos Neves venceu em 1958 com 28 anos, repetiu a dose em 62 com 32. Félix foi tri em 70 com 33, enquanto Taffarel e Marcos em 94 e 2002, respectivamente, tinham 28 anos.

Haja inspiração para tamanha missão, mas Alisson tem de onde tirar. Em particular nessa passagem por Moscou e pelo Estádio do Spartak. Aqui, um goleiro russo acumulou feitos, virou lenda e foi a maior influência para Taffarel, que hoje é o mestre de Alisson na preparação. Rinat Dasayev é o nome dele, em quem o goleiro do treta se inspirou no começo da carreira.

Lendário goleiro soviético, Dasayev disputou três Copas e foi o melhor arqueiro de 1988
Lendário goleiro soviético, Dasayev disputou três Copas e foi o melhor arqueiro de 1988

Dasayev disputou três Copas do Mundo e foi eleito melhor goleiro do mundo em 1988 (Foto: AFP PHOTO / VALERY HACHE)


- Eu gostava do Dasayev, daquele jeito frio dele. Quando comecei a jogar, diziam: “Pô, você não salta na bola, é muito frio”. Não é que eu tinha me espelhado no cara? Foi uma coisa natural - reconheceu Taffarel, em entrevista recente em Moscou.

Não é por menos. Na década de 1980, o ex-goleiro da extinta União Soviética foi um dos melhores, talvez o melhor em atividade. Com grande frieza e elasticidade, manteve vivo o legado de Lev Yashin, o "Aranha-Negra", goleiro soviético que revolucionou a posição na década de 50 e é apontado como o melhor de todos os tempos. Entre os feitos de Dasayev, que disputou as Copas de 82, 86 e 90, estão o de melhor goleiro do mundo em 1988, em eleição da IFFHS, muito reconhecida na época. Já em 1982, após grande atuação na Copa da Espanha, foi o goleiro melhor posicionado na lista da Bola de Ouro: sexto lugar no geral. Naquele Mundial, estreou contra o Brasil e teve atuação memorável, embora não tenha evitado a derrota de seu país por 2 a 1. Mas vendeu caro, sendo vazado apenas no fim por Sócrates e Éder. A atuação não surpreendeu os brasileiros porque, dois anos antes, já tinha mostrado seu cartão de visitas ao ser protagonista na vitória de 2 a 1 sobre a Seleção. Foi no aniversário de 30 anos do Maracanã e marcou o primeiro revés de Telê Santana no comando do Brasil.


Em seu país, foi ainda mais soberano e por isso é reconhecido nas ruas em toda parte. Eleito melhor goleiro nove vezes em dez anos. Polêmico e de forte personalidade, Dasayev construiu carreira no Spartak, dono do estádio da partida desta quarta. Uma verdadeira lenda no clube, sobre o qual exerce influência até hoje. Pelo Spartak, passou 185 jogos sem sofrer gols, uma marca absurda. Foi quem mais vezes atuou como capitão. Praticamente inigualável.

A grandeza da lenda russa é de conhecimento de Alisson, mas talvez nem ele saiba a existência de casos que os aproxima. Além de ser a inspiração do seu mestre, Dasayev chegou a ser alvo do Internacional, o clube que formou o goleiro da Seleção. No fim da década de 1980 para início de 90, o clube gaúcho tentou a contratação do russo justamente para substituir Taffarel, que tinha partido para o futebol italiano. A negociação acabou não dando certo. Outro ponto é que na infância Dasayev tinha estatura considerada baixa para um goleiro, mas aos 14 anos deu uma estirada de 14 centímetros em meses e deslanchou. O mesmo aconteceu com Alisson na base do Inter, como mostrou a série "Homens de Gelo" do LANCE!, sobre o grupo do Brasil na Copa.

Contra a Sérvia, é bem provável que Dasayev esteja no estádio em Moscou vendo Alisson, Neymar e Cia. em ação. Ele é um dos embaixadores da Rússia na Copa do Mundo. Desde o anúncio da sede, se envolve nos eventos da Fifa sobre o evento. Seria possível cravar se ele não fosse uma figura de tão difícil acesso. Meses antes da Copa, a reportagem enviou mensagem para o ex-goleiro com um pedido de entrevista. Foram muitos recados pelo WhatsApp. todos ignorados. A aversão de Dasayev por entrevistas é famosa. Assim como seus feitos, que agora inspiram o jovem goleiro brasileiro em busca da consagração na casa de Dasayev.

Alisson durante treino da Seleção Brasileira em Sochi, na Rússia
Alisson durante treino da Seleção Brasileira em Sochi, na Rússia
Rinat Dasayev foi goleiro da antiga União Soviética e do Spartak Moscou, cuja casa receberá Alisson nesta quarta-feira
Rinat Dasayev foi goleiro da antiga União Soviética e do Spartak Moscou, cuja casa receberá Alisson nesta quarta-feira
Alisson em entrevista coletiva pela Seleção
Alisson em entrevista coletiva pela Seleção
Alisson em treino da Seleção
Alisson em treino da Seleção
Alisson é o titular da Seleção Brasileira
Alisson é o titular da Seleção Brasileira
Goleiro sofreu um gol nesta Copa do Mundo
Goleiro sofreu um gol nesta Copa do Mundo
Alisson é o guarda-metas da Seleção
Alisson é o guarda-metas da Seleção

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