Jogadores x jornalistas. Veja atletas que não gostam de entrevistas
Neymar falou apenas uma vez com a imprensa em 21 dias de Copa do Mundo e lidera lista; Lionel Messi e Eden Hazard tampouco são bons exemplos
Copa 2018|André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia
Eles são bons de bola, bem sucedidos e ricos… Mas diante dos gravadores e câmeras não são nem de longe os craques de dentro de campo. A Copa do Mundo também marcou uma relação tensa entre jornalistas e jogadores nas entrevistas. Neymar liderou a lista dos que não gostam de entrevistas.
A Fifa cria em seus eventos o que chama de “zona mista” entre jornalistas e jogadores. Pelo protocolo, nenhuma das partes é obrigada a estar em um imenso corredor que vai dos vestiários até o ônibus da equipe e, por isso, apenas os atletas que sentem um dever de responsabilidade concedem entrevistas.
Se contada apenas o período da Copa do Mundo, Neymar ficou 21 dias na Rússia 2018. Apenas uma entrevista, ainda de forma obrigada pelo prêmio de melhor jogador na partida contra o México. Não mais que três perguntas, uma que Tite ainda tomou a palavra, e foi só. Na zona mista, o parça fone de ouvido, mãos nos bolsos e seu caminho para o ônibus.
“A gente tem que entender que, muitas vezes, o jogador perde e está de cabeça quente. É normal que não queira falar”, disse Carlos Alberto Parreira, um dos membros do grupo de estudos técnicos da Fifa.
Neymar não está sozinho, o belga Eden Hazard também não é muito dado com a imprensa. Ele costuma a vestir um boné com a aba na altura dos olhos, como se ninguém soubesse que embaixo dali está o craque da Bélgica. Mesmo os jornalistas belgas se esgoelam em vão por uma palavra do meia.
Lionel Messi, cinco vezes melhor jogador do mundo, é outro que só fala com seus amigos jornalistas de uma televisão argentina. Com um agravante, o craque argentino serve também de isca para que os demais jogadores da seleção saíam em suas costas, também sem conceder entrevista para ser transmitida aos fãs que acompanham o futebol.
Além de reportar o acontecido, a entrevista ainda é uma forma do jogador transmitir sua mensagem ao grande público. Por maior que seja o avanço das redes sociais, são as empresas tradicionais de comunicação que falam de maneira aberta à população. Não apenas em caso de vitória, mas também em caso de derrota o jogador deveria pensar em falar. O verdadeiro torcedor só se conhece quando seu time perde.
Bons de resenha
Mas há o outro lado. Alguns jogadores neste Mundial também se mostraram incrivelmente solicitos mesmo diante das piores perguntas, mesmo depois de uma derrota. Um dos casos que mais chamou a atenção foi com o belga Vincent Kompany. Mesmo depois da eliminação da sua seleção, o capitão respondeu da decepção pelo torneio até a pergunta sobre provável aposentadoria do time.
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Entre os finalistas, o francês Antoine Griezmann tem um código não-escrito de três perguntas de cada um dos jornalistas ao seu redor e o croata Ivan Rakitic fala oito idiomas (croata, inglês, espanhol, catalão, italiano, francês, alemão e alemão-suíço) sendo capaz de atender boa parte da imprensa internacional.
Da Polônia vem um dos exemplos mais interessantes. O artilheiro Robert Lewandowski não só concede entrevistas como também discute futebol com os jornalistas presentes. Michal Ofiara, do Super Express, é um desses profissionais que vive na “resenha” com o jogador.
“Nós [jornalistas poloneses] conhecemos o Lewandoski desde pequeno. A única coisa que mudou nele foi a coleção de carros na garagem. De resto, continua igual e sempre para para falar”, contou Ofiara.
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