Entenda a disputa política que motivou comemoração da Suíça
Shaqiri e Xhaka fizeram uma águia de duas cabeças com as mãos para simbolizar a bandeira da Grande Albânia, que teve seu território dividido
Copa 2018|Alexandre Garcia, do R7
O meio-campista Xherdan Shaqiri e Granit Xhaka aderiram a uma comemoração inusitada após marcar os dois gol que ocasionaram na virada da seleção da Suíça na partida contra a Sérvia nesta sexta-feira (22).
O símbolo feito pelos craques faz referência à águia de duas cabeças, imagem presente no centro da bandeira da Grande Albânia. A região foi desmembrada em Iugoslávia, Kosovo, Montenegro, partes da Macedônia e a Sérvia após as Guerras Balcânicas.
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Ao fazer o sinal, Shaqiri e Xhaka apresentam o desejo de boa parte dos moradores da região: o da reunificação do território e do reconhecimento da independência do Kosovo.
Shaqiri, que deu a vitória à seleção da Suíça, é um dos jogadores refugiados de etnia albanesa. Ele nasceu no atual Kosovo, antiga Iugoslávia, em 1991, e migrou com a família para a Suíça.
Xhaka, por sua vez, é filho de pais albaneses de origem Sérvia, que migraram para a Suíça durante os conflitos. Devido a protestos, o pai de Xhaka permaneceu preso por mais de três anos por protestar contra o governo Sérvio.
Ao final da partida, criticou com palavras a decisão da Sérvia de não reconhecer a independência do Kosovo. "Todos da Sérvia são bastardos nojentos. Eliminá-los da Copa é a maior conquista da minha carreira", desabafou o craque.
Além de Shaqiri e Xhaka, outros jogadores da seleção suíça são refugiados dos países do território representado pela Grande Albânia. Entre eles, Josip Drmić, Mario Gavranović, Haris Seferović, Blerim Džemaili e Valon Behrami.
Vale destacar que a Suíça pode ser punida pela Fifa pela manifestação, já que a entidade máxima do futebol proíbe atos de cunho político, religioso ou racial em suas competições oficiais.
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