Editora garante figurinhas da Copa apesar da greve dos caminhoneiros

Segundo gerente de marketing da Panini, abastecimento nas bancas não será afetado mesmo diante do protesto pelo aumento do preço do combustível

Copa 2018|André Avelar, do R7

27/05/2018 - 16h29 (Atualizado em 20/04/2024 - 14h21)

Diante da paralisação dos caminhoneiros por todo o Brasil, a Panini traçou uma estratégia para garantir o abastecimento de figurinhas do álbum da Copa do Mundo. Longe de ser um item de primeira necessidade, os cromos têm sua importância de crianças a idosos.

O envelopamento das figurinhas é feito pela fábrica da editora em Barueri, na Grande São Paulo. De lá, caminhões de pequeno porte levam a carga para o setor de distribuição, também controlado pela própria empresa, e só aí para as distribuidoras regionais.

O gerente de marketing, Marcelo Adriano da Silva, reconheceu o desafio em meio ao protesto dos caminhoneiros pelo país, mas garantiu que o abastecimento não será afetado. Neste domingo (27), a paralisação pelo aumento do preço do diesel chegou ao seu sétimo dia consecutivo.

“Temos checado frequentemente e estamos bem abastecidos nas bancas, supermercados, livrarias e até mesmo lojas de brinquedos. Todos os pontos de venda estão abastecidos”, explicou Silva.

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Responsável pela área de futebol da empresa, Vilson Manfrinati se mostrou contente ao ver a mobilização de todos os distribuidores para manter uma tradição ao longo das Copas. A editora está em seu 13º álbum do Mundial.

“Os fornecedores estão se mobilizando para garantir as figurinhas nas bancas”, disse Manfrinati. “Temos muito orgulho de realizar este evento familiar mesmo diante de uma crise como essa”, completou o executivo, no Panini Day, no Pacaembu, em São Paulo.

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A Copa do Mundo começa em 14 de junho e se encerra em 15 de julho. A seleção brasileira está no Grupo E, ao lado de Suíça, Costa Rica e Sérvia.

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Copa do Mundo de 1934
Mussolini se aproveitou da popularidade do futebol. Utilizou a Copa do Mundo de 1934, sediada em seu país, para divulgar o que chamava de "supremacia fascista italiana". Na final, estava presente no estádio do Partido Nacional Fascista, em Roma, e viu a seleção italiana vencer a Tchecoslováquia por 2 x 1, na prorrogação. Festa para a população e também para o governo

Itália x Coreia do Norte, 19 de junho de 1966
Em partida realizada no Ayresome Park, Middlesbrough, a Itália perdeu para a Coreia do Norte, em uma das maiores zebras da história das Copas. Mas, acima do resultado deste jogo, válido pela Copa do Mundo da Inglaterra, questões geopolíticas estiveram envolvidas na partida, já que se enfrentaram duas seleções antagonistas na Guerra Fria

De um lado, a Itália, membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que estava prestes a entrar em seus anos de chumbo, quando direita e esquerda se enfrentaram realizando atentados e emboscadas pelo país. E de outro, a Coreia do Norte, país comunista que invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950, dando origem à Guerra da Coreia, que manteve os dois países não só divididos como em conflito permanente

Alemanha Oriental 1 x 0 Alemanha Ocidental, 22 de junho de 1974
Também a Guerra Fria foi pano de fundo para o jogo entre Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, em 22 de junho de 1974, na Copa do Mundo realizada na Alemanha Ocidental. Os dois países estavam divididos desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A Alemanha Oriental, controlada pelo regime comunista soviético, passava por anos de privação e censura, com seus habitantes sendo impedidos de ouvir jogos da seleção ocidental

Em campo, os orientais venceram por 1 x 0, gol de Jurgen Sparwasser (foto), em partida válida pela primeira fase. Até hoje há a suspeita de que a Alemanha Ocidental, que no fim se sagrou campeã, entregou o jogo para ficar em segundo e pegar um adversário mais fácil no cruzamento

Argentina - Copa de 1978
Em 1978, a Argentina, sede da Copa do Mundo daquele ano, vivia uma ditadura militar desde 1976. O governo promoveu perseguições a oposicionistas, mas buscava manter uma imagem positiva para o mundo, usando o futebol como pretexto. Na foto, Mario Kempes, destaque argentino

Um título da seleção nacional também serviria como um antídoto para os opositores e, diante dos interesses governamentais, a Argentina sagrou-se campeã de maneira polêmica. No quadrangular do qual um se classificaria para a final, ganhou do Peru por 6 x 0, ficando com a vaga nos saldo de gols. Acontece que a partida entrou para a história com a fortíssima suspeita de que houve suborno para que jogadores peruanos fizessem corpo mole

Argentina x Inglaterra, 22 de junho de 1986
Quatro anos depois, também por interesse do governo de ganhar popularidade e desviar o foco da crise, a Argentina, comandada pelo general Leopoldo Galtieri, tentou recuperar à força as Ilhas Malvinas, ao lado de seu território, mas controladas pela Inglaterra. A guerra foi sangrenta, vencida pelos ingleses, e causando a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas

A derrota acelerou a queda da Junta Militar na Argentina. As duas seleções se enfrentaram em 1986, e, inspirado inclusive pela revolta contra a postura inglesa na guerra, Maradona (foto) deu um show, fazendo um dos gols mais belos da história das Copas, naquela vitória por 2 x 1 que classificou a Argentina, futura campeã, para as semifinais

Estados Unidos 1 x 2 Irã, 21 de junho de 1998

Na Copa da França, em 21 de junho de 1998, EUA e Irã se enfrentaram em um jogo histórico, já que colocava frente a frente as seleções de dois países que eram inimigos políticos desde 1979, ano da Revolução Islâmica no Irã

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O jogo foi vencido por 2 a 1 pelos iranianos. Mas as hostilidades ficaram fora das quatro linhas, com as duas seleções se confraternizando antes do jogo, tirando inclusive fotografias juntas, como se fossem um mesmo time. Um time não só de futebol, mas, naquele momento, também da paz

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