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De torcedor a camisa 8 da seleção, veja a trajetória de Renato Augusto

Ney Franco relembra de 1ª final do meia, que aos 18 anos ia às arquibancadas do Maracanã, mas acabou como camisa 10 diante de grande rival na decisão

Copa 2018|Guilherme Padin, do R7

Renato ganhou a Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo, seu clube de coração
Renato ganhou a Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo, seu clube de coração Renato ganhou a Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo, seu clube de coração

Responsável por ser o cérebro do meio-campo na seleção brasileira de Tite na Copa do Mundo de 2018, Renato Augusto tem motivos de sobra para crer que não sentirá o peso dessa função na Rússia.

Isto porque, aos 18 anos, foi das categorias de base do Flamengo ao time titular no período de dois meses, e assumiu o peso da camisa 10 nas finais da Copa do Brasil daquele ano, em um clássico contra o Vasco.

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O jovem planejava ir à final da competição como torcedor, na arquibancada do Maracanã. Porém, um chamado de Ney Franco, técnico rubro-negro à época, mudou a vida do meia. Em entrevista ao R7, o próprio treinador relembrou a história.

“O Flamengo tinha chegado à final e, com a Copa do Mundo de 2006, houve uma pausa na temporada. A decisão seria apenas depois do fim do Mundial. Por isso, fomos fazer uma intertemporada em Manaus”, relata Ney.

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“Como precisávamos de um meia armador, pedi indicações da comissão técnica. O Cleber (Xavier, hoje auxiliar de Tite) me falou do Renato (Augusto), e então o levamos. Ele fez duas partidas conosco lá, e logo eu percebi que estava pronto física, mental e tecnicamente. Quando voltamos, decidi integrá-lo ao elenco.”

Ney Franco assumiu o Flamengo em maio de 2006
Ney Franco assumiu o Flamengo em maio de 2006 Ney Franco assumiu o Flamengo em maio de 2006

Após voltar de Manaus, Renato participou de duas partidas pelo Campeonato Brasileiro — contra Paraná e Vasco — e convenceu o então comandante flamenguista:

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“Uma das coisas que mais me chamou a atenção no Renato foi a parte tática do jogo. Ele entendeu muito bem o que eu estava passando para o grupo. Puxava muito bem os contra-ataques. Lembrava muito o Kaká”, compara o técnico.

Ele era muito inteligente para a idade que tinha. Tinha uma leitura diferente

(Ney Franco)

O primeiro jogo da final, contra o Vasco, finalmente chegou: no dia 19 de julho, no Maracanã, o Flamengo bateu o cruzmaltino por 2 a 0, com gols de Obina e Luizão. Na volta, no mesmo estádio, o gol de Juan deu a vitória por 1 a 0 que confirmou o segundo título flamenguista na competição.

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Para Ney, a conquista passou pelos pés de Renato: “Ele é taticamente muito inteligente e correspondeu na final. Foi determinante para o título”, crava o treinador.

“Muito inteligente para a idade que tinha. Tinha uma leitura diferente. Sabia quando tinha que estar com os volantes e quando tinha que ir para a área”, completa.

Ingressos para a final

Assim que soube da vaga do Flamengo na final da Copa do Brasil, Renato Augusto comprou os ingressos para ver os jogos como torcedor. Ney Franco recorda:

“Ele ia ver o jogo de lá da arquibancada [do Maracanã] com um amigo. E aí, de repente, estava dentro de campo e nos ajudando a conquistar um título contra um rival”, diz o técnico.

“Era um jogador que, antes da final, era totalmente desconhecido do público. Inclusive eu mesmo não o conhecia. Eu não tinha planos com ele. O Renato conquistou isso graças ao trabalho dele e, quando a oportunidade apareceu, se confirmou a expectativa.”

Re​nato e Ney garantem mais uma taça

Após a conquista da Copa do Brasil, houve tempo para mais um título da dupla: o Carioca de 2007 contra o Botafogo, e com direito a gol de Renato Augusto na decisão. Assim como no jogo de ida, a partida terminou empatada por 2 a 2. Nos pênaltis, o Flamengo foi campeão.

Menos de um ano de convivência foi o suficiente para o técnico cravar que escalar um garoto de 18 anos em uma final contra um grande rival valeu a pena.

“Foi uma aposta acertada — nossa e da comissão técnica. Uma indicação muito bem feita. Percebemos toda essa capacidade, o posicionamos dentro da equipe e ele nos atendeu muito bem”, diz Ney.

Passagem pela Alemanha

Após a saída do treinador, Renato ainda faturou o Carioca de 2008 e deixou o Flamengo rumo à Europa, no Bayer Leverkusen.

Lá, viveu boas temporadas, que o levaram a ser convocado por Mano Menezes para a seleção brasileira pela primeira vez, em 2011. O meia participou de amistosos contra França, Escócia e Alemanha, mas sem atuações de grande destaque.

No entanto, uma série de lesões o impediu de ter sequência na seleção e abreviou sua passagem pela Europa.

Renato puxava muito bem os contra-ataques. Lembrava o Kaká

(Ney Franco)

Retorno e superação no Brasil

Ao fim de 2012, interessado retomar sua forma no Brasil, o meia assinou com o Corinthians.

Treinado por Tite, Renato participou da campanha do título paulista de 2013, mas contundiu a coxa e ficou três meses fora. Ao voltar, em julho, foi decisivo na conquista da Recopa Sul-Americana, diante do São Paulo, marcando um golaço no jogo de ida, no Morumbi.

Porém, mal conseguiu a sequência de jogos desejada e fraturou um osso do rosto. Dali em diante, por conta das lesões, passou a ter sua contratação questionada pela torcida.

Em 2014, Renato Augusto finalmente teve uma boa sequência de jogos e atuou em 44 partidas — um recorde pessoal até então. A temporada ruim do Timão, porém, deixou o meia longe dos holofotes.

Com o retorno de Tite no fim do ano e o ótimo começo de 2015 do time, Renato recuperou seu futebol, manteve o alto nível e foi convocado por Dunga à seleção em novembro.

Renato atingiu o auge pelo Timão no Brasileirão 2015
Renato atingiu o auge pelo Timão no Brasileirão 2015 Renato atingiu o auge pelo Timão no Brasileirão 2015 (Friedemann Vogel/Getty Images)

No mesmo mês, conquistou o Brasileirão pelo clube paulista como um dos melhores nomes do torneio.

Beijing Guoan e seleção brasileira

O grande ano vivido pelo meia despertou o interesse do Beijing Guoan, da China, que garantiu sua contratação no início do ano seguinte.

Mesmo atuando no futebol chinês, tido como menos competitivo, Renato seguiu sendo convocado por Dunga até junho, quando o técnico deixou o após ser eliminado da Copa América de 2016.

Tite assumiu a seleção e convocou o ex-corintiano e flamenguista em todos os jogos em que comandou a equipe — exceção a um amistoso contra a Colômbia, que contou apenas com atletas que atuavam no Brasil.

Sob o comando de Tite na seleção brasileira, Renato Augusto fez 17 jogos, sendo 13 vitórias, uma derrota e três empates. Neste período, foram duas assistências e um gol do atleta de 30 anos.

A trajetória de Renato Augusto: das arquibancadas à Copa pela seleção

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