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Choro de Neymar é por se sentir injustiçado, analisa ex-psicóloga

Sonia Roman, que trabalhou com o craque quando ele era uma promessa da base do Santos, pontua que ansiedade o transforma em ‘perna de pau’

Copa 2018|Arthur Stabile, especial para o R7

O choro de Neymar após a vitória do Brasil contra a Costa Rica na Copa de 2018
O choro de Neymar após a vitória do Brasil contra a Costa Rica na Copa de 2018 O choro de Neymar após a vitória do Brasil contra a Costa Rica na Copa de 2018

De humildade espetacular, sempre educado e de interior maravilhoso. Esta é a descrição da psicóloga Sonia Romam para Neymar, craque da seleção brasileira e então uma promessa na época de Santos, quando era analisado pela especialista. O lado humano do camisa 10 muda totalmente por um simples motivo: não conseguir fazer o seu jogo. É o que aconteceu na vitória contra a Costa Rica e o fez cair no gramado e chorar ao ouvir o apito final do árbitro.

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Sonia analisa as lágrimas como uma reação sincera do ex-Menino da Vila. As críticas pelo cabelo - que viraram memes nas redes sociais após o empate na estreia da Copa do Mundo, o 1 a 1 contra a Suíça-, as cobranças vindas com o vexatório 7 a 1 para a Alemanha, no Mundial do Brasil há quatro anos, e a marcação pesada dos costarriquenhos afetaram seu emocional.

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"As críticas muito grandes mexem com o amor dele. Aquele choro é de um menino pedindo amor. De "Parem, olha o que estou sofrendo, olhem por mim, tenham piedade de tudo". Senti aquele choro como um menino carente que pede um pouco de amor, se sentindo injustiçado", analisa Sonia, colocando o desabafo publicado pelo jogador em seu perfil do Instagram como uma prova desta teoria.

Após a partida, Neymar postou uma foto da vitória olhando para os céus e com a seguinte mensagem: "Nem todos sabem o que passei para chegar até aqui. Falar até papagaio fala, agora, fazer... Poucos fazem! O choro é de alegria, de superação, de garra e vontade de vencer. Na minha vida, as coisas nunca foram fáceis, não seria agora, né?! O sonho continua. Sonho não, objetivo! Parabéns pela partida rapaziada, vocês são foda!", escreveu.

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Brasil enfrenta a Sérvia e desafio para reencontrar a confiança

Sonia explica que, quando o jogador deixa o psicológico falar mais alto ao ponto da ansiedade aumentar, o corpo responde negativamente. Como o camisa 10 o fez durante este jogo, seu futebol também acabou afetado. "Quando fica bravo, ele aumenta a ansiedade de uma forma disfuncional, assim, a precisão técnica some, já era. Essa coordenação fina, se acelera um tanto, é interrompida pela tensão do músculo, vira um perna de pau", explica a especialista.

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Há exemplos claros de como Neymar reagiu mal à retranca do time latino-americano: o soco na bola, já nos minutos finais, reclamando da cera adversária e que rendeu em um cartão amarelo; quando xingou um rival antes de uma falta e até quando ofendeu Thiago Silva, que devolveu uma bola em ato de fair play. A tensão subiu ao ponto de ele errar um chute ao sair na cara de Navas. Era o psicológico afetando a precisão física.

Na hora do gol de Philippe Coutinho, já nos acréscimos, o peso da responsabilidade saiu das costas. Foi quando o futebol da seleção e de Neymar entraram nos eixos. "Quando fazem o primeiro gol, a seleção relaxa e foi quando ele deu a carretilha. Ali, voltou a precisão, ele acalmou. Pensou 'legal, agora já dá para se salvar'. Desaqueceram a ansiedade maior, voltaram a ter a precisão necessária ao ativar o sistema nervoso de precisão e o time acaba jogando bem os últimos 5 minutos", pontua.

A análise de Sonia aponta uma possibilidade maior de o time entrar em campo às 15h de hoje, contra a Sérvia, e jogar como nos cinco minutos finais da partida contra a Costa Rica: leve, sem tensão. Foram 10 anos nas categorias de base do Santos, experiência que a credenciou a sugerir uma solução para Tite, caso o time volte a apresentar nível de ansiedade acima do normal: falar para o jogador pensar dez vezes em que ele conseguiu demonstrar o que sabe. É uma forma de não acontecer bloqueios mentais.

Mas, segundo a psicóloga, a situação vai além. "O Neymar é muito famoso, está acostumado a fazer as coisas que ele quer. Os parças xingaram todo mundo da Globo, Casagrande, Galvão... é um reflexo. Ele acha que está certo e ninguém fala que não precisa tanto. O Neymar e os parças vivem em um mundo à partem, alguém tem que falar "não é assim"", pondera.

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