Em clássico de fortes emoções, o Barcelona voltou à briga pelo título nacional ao derrotar o Real Madrid por 4 a 3 em pleno estádio Santiago Bernabéu, neste domingo, pela 29ª rodada do Campeonato Espanhol, encostando a um ponto do rival e do Atlético.
O craque argentino Lionel Messi balançou as redes três vezes, tornando-se o maior artilheiro do clássico com 21 gols, três a mais do que o compatriota Alfredo Di Stefano, maior ídolo 'Merengue', que balançou as redes 18 vezes contra o Barça nas décadas de 50 e 60.
Houve todos os ingredientes de uma grande partida: muita intensidade, jogadas de craque e um toque de polêmica.
Como era de se esperar, os dois técnicos colocaram em campo todas as suas estrelas. Até mesmo o jovem brasileiro Neymar, que vinha sendo questionado e ficou no banco na goleada de 7 a 0 que Barca aplicou no Osasuna no último domingo na semana passada, acabou sendo escalado como titular.
No seu primeiro clássico, em outubro, pelo primeiro turno do Campeonato Espanhol, o atacante de 22 anos tinha brilhado, marcando um gol e dando passe para outro na vitória por 2 a 1 dos catalães, no Camp Nou. Desta vez, ele não chegou a ter uma atuação espetacular, mas apareceu em lances decisivos, dando assistência para o primeiro gol de Messi e 'cavando' o pênalti que resultou no segundo.
Já o técnico italiano Carlo Ancelotti apostou no talento do trio 'BBC', formado pelo galês Gareth Bale, o francês Karim Benzema e Cristiano Ronaldo.
Benzema, que era dúvida para a partida por conta de uma pancada na coxa que sofreu na semana passada ao se chocar com CR7, acabou se recuperando a tempo e foi um dos protagonistas da partida, anotando os dois primeiros gols do Real.
Os 'merengues' entraram em campo com camisas exibindo a menção 'Ânimo Jesé', em homenagem ao jovem atacante espanhol Jesé, que sofreu uma grave lesão no joelho na vitória por 3 a 1 sobre o Schalke 04, na última terça-feira, e estará fora dos gramados até o fim da temporada.
O Real começou pressionando, adiantando a marcação para atrapalhar a saída de bola do Barca, mas o primeiro chute a gol foi dos catalães.
A dupla Messi-Neymar, criticada pela relativa falta de entrosamento, começou a funcionar logo no início da partida. O argentino jogava centralizado e o brasileiro na ponta direita. Com três minutos de bola rolando, Messi deu um ótimo lançamento para Neymar, que bateu fraco, para a defesa fácil de Diego López.
O argentino voltou a desempenhar o papel de 'garçom' aos 7, e desta vez a jogada terminou em gol. O camisa 10 lançou Iniesta nas costas de Carvajal, que falhou feio na marcação, e o meia não perdoou, abrindo um placar com um chute certeiro no ângulo.
O time 'Merengue' reagiu aos 12, quando Benzema perdeu uma chance inacreditável. Di Maria fez grande jogada pela esquerda, fazendo fila na defesa adversária, e rolou para o francês, que estava livra na área mas isolou a bola na arquibancada.
Dois minutos depois, foi a hora de Messi perder um gol feito, chutando para fora enquanto estava cara a cara com Diego López após receber um passe preciso de Fábregas.
Benzema se redimiu da chance perdida aos 20, em outra jogada iniciada por Di Maria. O argentino avançou pela esquerda e cruzou na medida para o francês, que subiu mais alto que Mascherano e cabeceou firme para as redes.
A dupla Di Maria - Benzema repetiu a dose aos 24. O argentino recebeu ótimo passe de Marcelo, foi à linha de fundo e cruzou à meia altura para o atacante. O camisa 9 dominou com categoria com a coxa, girou bonito e fuzilou Victor Valdes sem que a bola tocasse no chão. 2 a 1 Real, para delírio da torcida madrilenha.
Sempre no lugar certo na hora certa, Benzema quase fez o terceiro dois minutos depois, mas Piqué salvou em cima da linha.
Mesmo sob pressão, o time catalão deixou tudo igual novamente aos 42, com a dupla Messi-Neymar dando o ar da graça mais uma vez. O argentino fez grande jogada individual pelo meio, encarando sozinho toda a defesa do Real, ficou sem soluções, mas acabou encontrando Neymar na área. O brasileiro devolveu com toque sutil e o camisa 10 empatou a partida com um belo chute cruzado.
Embalado, o Barça voltou com tudo depois do intervalo, com marcação mais adiantada, mas o Real acabou fazendo 3 a 2 aos 8, com um pênalti cobrado por Cristiano Ronaldo, após ele mesmo ser derrubado por Daniel Alves. O lance foi polêmico, já que o brasileiro tocou a perna do português no limite da área.
O árbitro Alberto Undiano deu outro pênalti duvidoso aos 19, desta vez ao favor do Barça, talvez por compensação. Neymar, que já estava se preparando para sair quando o técnico Gerardo 'Tata' Martino colocou Pedro para se aquecer na beira do gramado, recebeu mais um lindo passe de Messi, arrancou em direção ao gol e caiu na área depois de ser levemente tocado por Sergio Ramos. O argentino foi para a cobrança e deixou o placar em 3 a 3.
Para piorar a situação do Real, o zagueiro levou cartão vermelho por ocupar a posição de último defensor no lance da penalidade máxima.
Com a expulsão, Ancelotti precisou tirar Benzema para colocar outro francês em campo, o zagueiro Raphael Varane, de 20 anos, Como tinha previsto, Martino tirou Neymar aos 23 para a entrada de Pedro.
Aos 28, Daniel Alves quase deu a vitória ao Barça com uma bomba de fora da área, mas acabou acertando a trave.
O jogo acabou sendo decidido com outro pênalti, desta vez legítimo, após Iniesta ser derrubado na área por Carvajal e Xabi Alonso. Messi bateu com categoria, anotando o 'hat trick' e devolvendo aos catalães suas chances de defender o título.
lg