Protetor de ouvido vira item dispensável na Fórmula 1

A Fórmula 1 perdeu o seu tradicional ronco dos motores e ganhou quase um assobio vindo dos carros. Preocupada com questões ambientais, mas fundamentalmente com a redução de gastos, a principal categoria do automobilismo adotou mudanças drásticas para a temporada 2014, entre elas, a saída dos robustos e agora ultrapassados V8 aspirados. Mesmo os mais desatentos notaram nesta sexta-feira (7), no primeiro treino livre do GP do Brasil, que há algo de curioso no som do V6 turbo.

Até o ano passado, era só o primeiro carro sair do boxe e descer a reta oposta para que os pássaros que habitam Interlagos saíssem todos em revoada, sabendo que só poderiam voltar para lá na segunda-feira. Hoje, os pássaros não só continuam por ali, como também é possível descartar o protetor de ouvido.

Para o público apaixonado por velocidade, que sente saudade de uma Fórmula 1 que já não existe mais, a discussão cai em um tom saudosista — nem mesmo os pilotos são grandes fãs dos novos modelos de motores.

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A Fórmula 1 utilizava os V8 que deslocavam 2,4 litros de gasolina, enquanto o V6 usa 1,6 litros, como um carro de passeio. Daí as rotações serem compensadas com o turbo, já que não seria interessante para ninguém que os carros perdessem em velocidade. Enquanto um carro comum gira a 5 RPM, um Fórmula 1 ultrapassa facilmente as 15 mil RPM.

As mudanças nos motores continuam para 2015. Ainda de olho na redução dos custos da categoria, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou que os pilotos poderão usar apenas quatro motores por temporada, um a menos em relação a este ano.