Automobilismo Nelsinho Piquet apoia Felipe Massa, mas diz não saber se bateria carro de propósito novamente

Nelsinho Piquet apoia Felipe Massa, mas diz não saber se bateria carro de propósito novamente

Piloto brasileiro foi pressionado por Flavio Briatore e Pat Simmons, ex-funcionários da Renault, para causar acidente proposital na F1

Agência Estado - Esportes
Nelsinho Piquet foi piloto da Renault em 2008, ao lado de Fernando Alonso, e foi protagonista do "Cingapuragate"

Nelsinho Piquet foi piloto da Renault em 2008, ao lado de Fernando Alonso, e foi protagonista do "Cingapuragate"

TONI ALBIR/EFE - 18.11.2008

A polêmica envolvendo o GP de Cingapura de 2008 segue movimentando o mundo da velocidade. Depois de Bernie Ecclestone falar na última semana que sabia do escândalo envolvendo Renault, e Felipe Massa confirmar que vai buscar uma forma de contestar o título daquela temporada, Nelsinho Piquet comentou o caso. Em um episódio do podcast "Pelas Pistas", o ex-piloto da Fórmula 1 foi direto ao relembrar a situação.

"Eu nunca falei muito sobre isso. Acho que o Felipe e a equipe dele têm que fazer o que é melhor. É uma oportunidade de falar o que eu passei. Muita gente julga sem saber o que eu passei. Eu saí de casa com 16, ganhei uma Fórmula 3 com uma equipe brasileira, passei a testar carros de Fórmula 1 e fiquei mais perto do sonho. Tive uma oportunidade de ter o convite da equipe campeã do mundo, em 2006, com um contrato para ser piloto de teste e depois ser piloto da equipe. Em 2007, por mudança da regra de treino, eu praticamente não andei. Para ajudar, o Alonso tem a confusão com o Hamilton e em 2008, que seria meu primeiro ano, ele volta para a Renault. Se vocês acham que ele anda hoje de Fórmula 1 imagina 15 anos atrás", comentou Nelsinho.

"Eu tive muitas dificuldades, que eu sabia que aconteceriam, mas foi ainda mais. Dessa forma, a cada corrida, a pressão foi aumentando e era complicado. A cada GP eu estava sempre três, quatro décimos atrás do Alonso e a pressão do Flávio (Briatori) era enorme. Quando chegou o fim de semana da corrida, eles me colocaram contra a parede e aconteceu. Se me perguntam hoje se eu faria o que eu fiz, a resposta óbvia é não. Mas me colocando na mesma posição que eu estava, com toda pressão, tudo que falavam a cada corrida, eu não sei responder. Acho que o que eu consigo responder é que se eu pudesse mudar algo seria não entrar na Fórmula 1 totalmente sozinho como eu fiz", analisou.

Ainda relembrando todo o episódio, Nelsinho Piquet ressaltou que, mesmo tendo sido o responsável pelo acidente que gerou toda a questão do GP de Cingapura, ele não foi banido da Fórmula 1 como os outros envolvidos.

"Todo mundo acha que eu fui banido da Fórmula 1 e isso não é verdade. Quem foi foram Flavio Briatore e Pat Simmons. Eu não fiquei porque a minha passagem lá me fez perder a vontade de correr, perdi a vontade de correr. Depois de tudo, eu recebi um telefone dos Estados Unidos para um teste na Nascar e, após o teste, a paixão voltou e eu consegui tudo que aconteceu, com título da Nascar e da Fórmula E", explicou.

Nelsinho Piquet também foi questionado sobre o motivo que o fez não falar com o seu pai, Nelson Piquet, sobre a pressão de Briatore e Simmons para que batesse de propósito no GP de Cingapura. "Não lembro. Era muito fuso horário para ligar e não lembro ao certo o momento em que os dois me colocaram contra a parede, se foi na sexta ou no sábado", finalizou.

ENTENDA O CINGAPURAGATE

O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.

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