Astro Beckenbauer recebeu dinheiro para votar na Austrália, diz livro
Obra sobre bastidores da Fifa diz que dirigente trabalhou por candidatura do país, apesar de ser ter direito a voto na eleição, em claro conflito de interesses
Esportes|Adalberto Leister Filho, do R7
Membro do Comitê Executivo da Fifa, Franz Beckenbauer também teria recebido dinheiro para trabalhar pelo comitê de candidatura da Austrália à sede da Copa do Mundo de 2022.
A revelação aparece no livro da jornalista australiana Bonita Mersiades. Um dos 22 dirigentes com direito a voto na eleição, Beckenbauer estaria em um óbvio conflito de interesses.
Campeão da Copa do Mundo como jogador em 1974 e como treinador em 1990, Beckenbauer posteriormente ingressou na carreira de dirigente.
É atual presidente do Bayern de Munique, principal clube alemão, além de ter sido o mandatário do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2006, disputada em seu país.
Em 2014, Beckenbauer foi suspenso por três meses por não cooperar com as investigações sobre a Fifa. O inquérito investigou possíveis irregularidades na eleição das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). Encabeçado pelo norte-americano Michael Garcia, esse inquérito serviu posteriormente para municiar as investigações feitas pelo FBI nos EUA sobre a corrupção na entidade.
Mersiades afirma que o comitê australiano pagou a três consultores 9 milhões de libras (cerca de R$ 40 milhões). Um desses consultores era Fedor Radman, que ganhou cerca de 2 milhões de libras (R$ 8,9 milhões). Radman é amigo e parceiro de negócios de Beckenbauer.
“Sem dúvida, Radman tinha algum esquema. Sei que ele ganhou muito dinheiro. E Franz [Beckenbauer] não faria o que ele fez pela Austrália em troca de nada”, afirmou Blatter.
Apesar do suposto trabalho de Beckenbauer, foi o Qatar quem venceu as eleições para 2022. O ex-jogador não se pronunciou sobre o assunto.