Advogado questiona soltura de jogador francês suspeito de assédio
Atleta do vôlei ficou preso por cerca de 30 horas e foi solto, em Belo Horizonte, após o pagamento de fiança no valor de R$ 50 mil
O advogado da estudante de medicina de 29 anos que denunciou o jogador de vôlei francês Earvin N'Gapeth por importunação sexual em uma boate de Belo Horizonte criticou as medidas impostas pela Justiça ao conceder liberdade provisória ao atleta.
Após quase 30 horas preso na Penitenciária Nelson Hungria, na Grande BH, o ponteiro do time russo Zenit-Kazan foi solto na tarde desta terça-feira (10), depois uma audiência de custódia. Na reunião, a juíza Fabiana Cardoso Gomes entendeu que não havia motivos para mantê-lo preso e concedeu liberdade provisória, mediante o pagamento de uma multa de R$ 50 mil.
Em entrevista à Record TV Minas, Ciro Chagas, advogado da universitária, defendeu que o passaporte de N'Gapeth deveria ter sido recolhido.
— A primeira oposição da nossa parte foi efetivamente a soltura sem apreensão do passaporte, o que permite o atleta deixar o país e não garantir a aplicação da lei penal.
Durante a conversa, o defensor também questionou o valor determinado para a fiança.
— Com relação ao valor da fiança, indigna um pouco com relação ao nível financeiro que o atleta se encontra. Efetivamente foi um valor alto, mas o atleta tem rendimento de quase milhões.
Logo após ser solto, o jogador seguiu para o Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH, e embarcou rumo à Bélgica, onde tem um jogo marcado. Segundo amigos, o bicampeão da Liga Mundial de Vôlei já estava em terras europeias na manhã desta quarta-feira (11).
Procurado pelo R7, Dino Miraglia, advogado de N'Gapeth no Brasil, informou que vai se manfestar em breve sobre a situação.
Entenda o caso
N'Gapeth foi preso na madrugada desta segunda-feira (9) após dar um tapa nos glúteos da estudante em boate do bairro Estoril, na região Oeste de Belo Horizonte. Ele estava no local com amigos do Zenit-Kazan comemorando a medalha de bronze no Mundial de Clubes, realizado em Betim, na Grande BH.
Em depoimento, o jogador confirmou o ato, mas alegou que confundiu a jovem com uma amiga. Um vídeo de circuito de segurança mostra a cena.
A reportagem tentou contato com a universitária, mas ela não quis comentar o caso. De acordo com a advogado Ciro Chagas, a jovem está abalada com o ocorrido.
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