Com vistas à Copa do Mundo, Qatar retoma o futebol

País do Oriente Médio adotou rígido protocolo e estabeleceu o confinamento total de jogadores e membros de comissões técnicas em um hotel

24/07/2020 - 07h43 (Atualizado em 20/04/2024 - 10h28)

Após mais de quatro meses de paralisação, o campeonato nacional de futebol do Qatar, sede da Copa do Mundo de 2022, será restabelecido nesta sexta-feira. Para que sua retomada fosse concretizada, o pequeno país do Oriente Médio estabeleceu o confinamento total de jogadores e membros de comissões técnicas em um hotel, como conta o zagueiro Lucas Mendes, do Al-Wakrah, um dos sete brasileiros que atuam no país.

"O isolamento no hotel aconteceu nas duas primeiras semanas. Fomos testados e encaminhados para lá. Café da manhã, almoço e janta eram feitos no quarto. Cada jogador tinha o seu. Só saímos para treinar. Depois deste período, realizamos mais uma testagem e fomos liberados para cumprir a segunda parte do isolamento em casa", explicou Mendes.

De acordo com o nutricionista e preparador físico do Qatar SC, Diego Pereira, os atletas encararam o confinamento como parte de uma pré-temporada. Segundo o brasileiro, para que o tempo passasse mais rápido e os atletas pudesse sair de seus quartos, as sessões de treinamento eram estendidas.

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"Estávamos treinando em dois períodos e, para ser sincero, não estávamos nem vendo a hora passar. Procuramos fazer atividades integrais. Fracionamos o treino em dois para tirar os atletas do quarto. A federação proibiu que eles saíssem de lá e recebessem visitas. Inclusive dos companheiros da mesma equipe. Recebemos quatro refeições em nossos quartos por dia e só víamos outras pessoas durante os treinamentos", revelou Pereira.

A operação rígida de isolamento imposta aos jogadores e membros da comissão técnica possuem suas razões. O Qatar será o país sede da próxima Copa do Mundo, portanto, deve mostrar serviço e se fazer uma referência no controle da pandemia. Tanto Diego quanto Lucas concordam que o país agiu de forma rápida para evitar que a disseminação do vírus fosse maior.

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"A Federação de Futebol do Qatar utilizou todos os recursos possíveis para minimizar os impactos gerados pela pandemia. Voltamos a treinar e cada clube precisa fazer testes praticamente duas vezes na semana, além de ter conosco um profissional ligado ao ministério da saúde para avaliar se estamos respeitando os protocolos exigidos pela federação", explicou o preparador físico, que teve a fala complementada por Lucas.

"No começo, adiaram a liga, depois deram férias aos jogadores. Agora, com a situação mais controlada, retornamos aos treinos, mas, para isso, fazemos testes para a covid-19 a cada quatro ou cinco dias. O país tomou medidas rápidas. Tivemos muitos casos no início da pandemia, mas agora a situação está mais controlada", disse o zagueiro.

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De acordo com Ministério da Saúde do Qatar, o país já registrou mais de 108 mil casos de covid-19 e mais de 370 mortes em decorrência da doença. Curiosamente, a pandemia é controlada através de um aplicativo de celular, que indica o estado de saúde de cada pessoa através de cores.

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Durante o período de isolamento no hotel, os jogadores eram classificados com a cor amarela, indicada aos que cumprem quarentena. Quem não tiver o aplicativo instalado em seus celulares, poderá ser multado em até US$ 55 mil (cerca de R$ 294 mil).

Por sinal, a tecnologia tem se mostrado grande aliada do futebol no país. O estádio Education City, que será um dos palcos da Copa do Mundo de 2022, por exemplo, possui ar-condicionado por conta das altas temperaturas do deserto.

O Qatar SC, do preparador Diego Pereira, irá inaugurar o local na partida de retomada da competição contra o Al Rayyan. O preparador conta que a tecnologia também foi utilizada para a preparação dos atletas.

"Por causa do calor extremo, analisamos a densidade da urina dos atletas para aferir o grau de hidratação. Os testes são realizados em dias alternados e estamos obtendo uma excelente aceitação e conscientização deles. Além disso, acredito que tenhamos sido um dos primeiros clubes do mundo a usar o treinamento online. Meu filho, por exemplo, já estava fazendo aulas à distância desde o início de fevereiro", explicou.

Volta do futebol na Europa abre espaço para novo ciclo de craques

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A cada ano uma grande quantidade de revelações tem surgido, com o investimento dos clubes nas categorias de base, cada vez mais miscigenadas, e com a contratação de jovens promessas, que saem de países como o Brasil, cada vez mais cedo. Com a gradual retomada do futebol no continente, os holofotes se voltaram ainda mais para eles, que poderão inaugurar uma nova geração de craques

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Exemplo disso é o brasileiro Vinícius Júnior, de 19 anos, que se despediu do Flamengo em 10 de junho de 2018, para se apresentar ao Real Madrid. Desde então, foram 59 partidas, oito gols, que o mantêm na expectativa de se consagrar como ídolo internacional. Veja outros jovens talentos que prometem ser as novas estrelas do futebol mundial

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O nome do momento na Itália é Sandro Tonali, 20 anos, meia do Brescia, fundamental na campanha de acesso da equipe à Serie A italiana de 2020, que já está sendo pretendido pelo Barcelona. Com estilo técnico e visão de jogo, é comparado ao ex-craque Andrea Pirlo, ídolo da seleção italiana, do Milan e da Juventus

Atacante cheio de oportunismo, o jovem Mason Greenwood é uma das "joias" do Manchester United. Estreou pelo clube aos 17 anos, em 2019, e já marcou marcou 12 gols. É daqueles jogadores surpreendentes, que conseguem encontrar espaços e resolver uma jogada em instantes, dentro da área
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Muitos já dizem que a personalidade e o senso de colocação de Bruno Guimarães, de 22 anos, podem fazê-lo substituir Arthur no time titular da seleção brasileira. O volante se destacou no Athletico-PR e, em 30 de janeiro de 2020, foi anunciada sua contratação pelo Lyon, por um período de quatro anos

Os olhos da Europa estão voltados agora para o jovem Eduardo Camavinga, de 17 anos, nascido em Angola e que se tornou um dos protagonistas do Rennes. Misturando técnica com força física, ele tem impressionado e já desperta o interesse do Real Madrid

Esse já é uma realidade. E se evoluir ainda mais, o alemão Kai Havertz, de 20 anos, tem tudo para ser mesmo uma grande estrela. Técnico, habilidoso e rápido, já foi comparado a Zidane tanto pelo diretor do Bayern Leverusen, Rudi Voller, quanto pelo auxiliar técnico da equipe, Marcel Daum, filho de Christoph Daum, que foi ex-treinador da equipe e hoje é técnico da seleção romena. No retorno do futebol, Havertz já marcou cinco gols em quatro jogos e é o recordista na Alemanha, sendo o primeiro a chegar aos 35 gols antes dos 21 anos

Outro menino que já está jogando como "gente grande" é o inglês Karamoko Dembelé, nascido no sul de Londres e meia do Celtic Glasgow, da Escócia. Filho de marfinenses, aos 13 anos foi comparado a Messi, por sua facilidade em conduzir a bola em direção à área. Estreou no profissional por seu clube atual, onde joga desde os 10 anos, em maio de 2019. Em dezembro de 2019, tornou-se, aos 16 anos, o mais jovem jogador de uma equipe escocesa a atuar em competições europeias. Tem possibilidade de atuar na seleção escocesa, inglesa e marfinense e ainda não definiu sua opção

Também com apenas 16 anos, Ansu Fati, quando fez o gol do Barcelona, em agosto de 2019, no empate por 1 a 1 contra o Osasuña, se tornou o jogador mais jovem do clube a marcar na história em LaLiga. O jogador, nascido na Guiné-Bissau, deixou seu país, com a família, aos seis anos. Em campo, tem mostrado rapidez, inteligência e, principalmente, personalidade

Jadon Sancho, de 20 anos, é inglês e joga pelo Borussia Dortmund. Sua velocidade e explosão têm tornado a equipe tão competitiva que, depois de alguns anos, pode lutar de igual para igual com o Bayern de Munique pelo título da Bundesliga. Saiu das categorias de base do Manchester City e hoje, segundo a Transfermarkt, seus direitos federativos giram em torno de 117 milhões de euros (R$ 676,3 milhões)
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O norueguês, nascido na Inglaterra, Erling Braut Haaland, de 19 anos, está tendo um início meteórico. E não apenas em uma equipe. Chegou em janeiro ao Borussia Dortmund já fazendo gols, inclusive na Champions. São 41 gols em 36 jogos, contando os que marcou pelo RB Salzburg, da Áustria, clube que atuou depois de jogar pelo Molde, da Noruega

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