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Com 40 meses de atraso, Floresta dos Atletas enfim será entregue 

Promessa feita ao mundo inteiro na abertura da Olimpíada do Rio, em 2016, foi abandonada por órgãos públicos e não teve apoio de empresas privadas

|Marcos Rogério Lopes, do R7

Comitê olímpico foi dissolvido e promessa, esquecida
Comitê olímpico foi dissolvido e promessa, esquecida

Quarenta meses depois da Olimpíada do Rio, em agosto de 2016, enfim será entregue a Floresta dos Atletas, promessa feita ao vivo para 3 bilhões de pessoas na cerimônia de abertura dos Jogos. O evento ocorrerá no Parque Radical em Deodoro, zona oeste da cidade, no dia 10 de dezembro.

Na cerimônia da Rio-2016, atletas depositaram em pequenos tubos sementes de 207 espécies da Mata Atlântica, representando o número de países que participaram da competição. Tudo muito bonito, mas esquecido dias depois dos Jogos, quando o comitê olímpico foi dissolvido e as plantas só foram mantidas porque a Biovert, responsável pelas mudas e pelo projeto de criação da floresta, decidiu bancar sozinha os custos da manutenção nesses mais de três anos, sem qualquer tipo de ajuda governamental ou privada.

"As pessoas gostam de falar que apoiam esse tipo de atitude, mas ficam, infelizmente, só no gesto, não passa disso", diz o diretor da empresa, Marcelo de Carvalho Silva.

"Tivemos a esperança de que empresas privadas se interessassem em patrocinar o plantio das 13.725 mudas, bem como sua manutenção até o ano de 2020, conforme previsto no projeto original. Infelizmente, isso não aconteceu."


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Segundo o convite para o evento, a cerimônia de entrega da Floresta dos Atletas (o local tem hoje 80 mudas plantadas em setembro) e do Bosque dos Medalhistas, ambos no Parque Radical em Deodoro, contará com a participação de esportistas, estudantes, moradores dos arredores e convidados, que farão o plantio de todas as plantas restantes.

Marcelo não soube dizer que atletas participarão do evento.


A Biovert fará o plantio das novas árvores e se encarregará da manutenção da área até junho de 2020, quando tem início a Olimpíada de Tóquio. 

Como foi possível?


O diretor da empresa, Marcelo de Carvalho, conseguiu, junto à Prefeitura, a liberação de parte da área do Parque Radical em Deodoro, local no qual ocorreram várias competições olímpicas.

A implantação, em vez de contar com verbas públicas ou patrocínios, será possível usando dinheiro de companhias que já teriam de fazer compensações ambientai, previstas em lei, no estado.

Que empresas? Os clientes da Biovert, companhia que atua há 27 anos no Rio e tem entre suas principais atividades os plantios em compensações ambientais.

"As medidas compensatórias não têm qualquer relação com o projeto olímpico original, uma vez que já seriam cumpridas por empresas privadas em decorrência das determinações da legislação", esclarece o diretor.

A compensação ambiental, segundo definição do ICMbio (Instituto Chico Mendes), é um mecanismo, criado pelo artigo 36 da Lei nº 9.985, de 2000, que obriga o empreendedor a ofertar à coletividade o benefício correlato ao dano ocorrido por empreendimentos considerados de significativo impacto. "A obrigação consiste em apoiar a implantação ou a manutenção de unidades de conservação", diz a legislação.

Prejuízos

De acordo com o projeto original, seriam plantadas 27.450 mudas na Floresta da Zona Oeste da cidade, o dobro das atuais 13.725 vindas da Floresta dos Atletas.

A Biovert calcula que as 13.725 plantas custariam cerca de R$ 3.800.000 às empresas — R$ 276 por unidade, segundo valor definido pela Prefeitura do Rio. Recebeu de seus clientes R$ 1.200.000 até agora.

Marcelo prefere não calcular o prejuízo por ter mantido as mudas por 40 meses, mas espera que o esforço sirva ao menos para garantir uma nova área verde à cidade. "Quem sabe algum algum empresário não veja ali uma boa iniciativa e decida manter a floresta."

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