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"Agora faço o quê, tiro férias?", diz esperança de medalha no atletismo

Rodrigo do Nascimento foi campeão mundial com a equipe brasileira no 4x100 m em 2019 e diz que preparação vinha sendo perfeita

Esportes|Marcos Rogério Lopes, do R7

Rodrigo do Nascimento lamenta jogar planejamento do ano todo no lixo
Rodrigo do Nascimento lamenta jogar planejamento do ano todo no lixo

O velocista brasileiro Rodrigo do Nascimento, ouro no Mundial de revezamentos em 2019 com a equipe brasileira de 4x100 m, lamentou o adiamento por até um ano da Olimpíada de Tóquio e não sabe o que fará daqui em diante. "O que acontece com a minha preparação? Jogo tudo fora e recomeço do zero?", questionou após ser informado sobre o anúncio do COI (Comitê Olímpico Internacional) pela reportagem do R7.

Rodrigo, que estava no meio de um treinamento, disse que o adiamento dos Jogos na data original, em julho, era inevitável, mas não imaginava que poderia ocorrer por tanto tempo. Ele acredita que estava mentalmente preparado para a competição caso ela fosse marcada para o fim deste ano, no máximo. 

"Todos os atletas temiam a contaminação, claro, mas o trabalho era não pensar na doença e manter a preparação em alto nível, e a minha estava perfeita. Se adiassem para outubro, por exemplo, que era minha expectativa, eu já teria um planejamento, mas agora não sei como fazer", admite. "Tiro férias, largo tudo?"

O velocista lembra que além da programação dos treinos ser abalada, a falta de competições e o risco de fim dos contratos de patrocínio são outros problemas para encarar com a suspensão dos Jogos.


"Muitos contratos acabam depois da Olimpíada ou no fim do ano", explica. No caso dele, o acordo com a marca de materiais esportivos Nike vai até dezembro de 2020.

O atleta do arremesso de peso Darlan Romani, esperança de medalha nacional no arremesso de peso, também foi pego de surpresa pela notícia. "Muda completamente tudo. Estou treinando agora para chegar no meu melhor em julho", disse. 


"Vou conversar com meu treinador e ver o que podemos fazer, mas não ter uma data certa é o pior de tudo", complementou.

Difícil manter o foco

O técnico de atletismo Evandro Lazari, professor do Curso de Ciência do Esporte da Unicamp e treinador da atletas brasileiros que estariam na Olimpíada, afirma que o adiamento é "a melhor decisão para o momento".


"O cenário de incerteza era o que mais incomodava, agora precisamos ter pelo menos uma noção do que vai acontecer. Vamos acompanhar a dinâmica dessa pandemia e ver se ja é possível firmar uma data, e com isso reiniciar a preparação."

Lazari observa que estava sendo difícil manter o foco de atletas de alto rendimento por causa do nível de estresse causado pelo novo coronavírus. "Assim como a população global, eles precisam se cuidar e mudar as atitudes, pensando neles e nos demais. Estão igualmente expostos à contaminação."

Eles não são super-heróis e talvez até sofram mais que as pessoas comuns, analisa o treinador. "Se pensarmos que o alto rendimento leva a esforços extremos e, após uma sessão de treino pesada, os atletas ficam de 2 a 3 dias com baixa resistência, isso os deixa mais vulneráveis à contaminação. Por isso mesmo, eles precisam diminuir as atividades."

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