Willian, acusado de intermediário, foi depor na polícia. Mayke e Scarpa caíram em golpe de mais de R$ 10 milhões

São Paulo, Brasil

Pelé foi jogar nos Estados Unidos porque estava endividado.

Grande parte do seu patrimônio foi perdido, de acordo com a imprensa da década de sessenta. Ele teria sido enganado por seu famoso empresário Pepe Gordo, que indicou vários investimentos.

Pelé teve de pedir ajuda para o então candidato a presidente da Fifa, João Havelange. Ele teve recompensa financeira, ajudou Havelange a se eleger. Mas precisava reestruturar seu patrimônio e foi jogar nos Estados Unidos, graças ao então secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, amigo de Havelange.

O que aconteceu com Pelé não foi raridade. Pelo contrário. Ao longo da história, inúmeros jogadores de futebol já foram assediados e enganados em negócios aparentemente lucrativos.

Como se dedicam às suas carreiras, ficam à disposição da sorte. Muitos são sérios e outros são maldosos, que apenas estão interessados em golpes, em enganar os atletas.

É o que está acontecendo com Mayke e Gustavo Scarpa, que foram às autoridades reclamar de um golpe milionário que sofreram da empresa WLJC, 'especialista' em investimento em criptomoedas.

Criptomoedas, em uma maneira simplistas, são moedas virtuais que não dependem de governo algum. 

Mayke e Gustavo Scarpa investiram juntos R$ 10,8 milhões.

Foram aconselhados pelo também jogador Willian Bigode, um dos sócios da empresa.

O trio jogou junto no Palmeiras.

Makye ficou no Palestra Itália, Gustavo Scarpa foi para o Nottingham Forrest e Bigode para o Fluminense.

O blog apurou que Bigode ofereceu o investimento para mais jogadores palmeirenses, só que eles recusaram.

A promessa era sensacional, diante das dificuldades do atual mercado financeiro.

Lucros até 5% ao mês.

Bigode oferecia a assessoria de sua empresa. E não só recomendou, como insistiu no investimento na Xland Holding Ltda. 

Depois de muito cobrarem Willian, já que o dinheiro desapareceu, Scarpa e Mayke foram à polícia.

Além disso, estão processando a WLJC. 

Willian foi convocado a depor no no 7ª Distrito Policial da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Admitiu ter indicado o investimento aos dois.

Mayke investiu R$ 4,5 milhões e havia promessa de retorno de R$ 3,2 milhões em um ano. E Scarpa, R$ 6,3 milhões, com retorno previsto de R$ 5,3 milhões.

A justiça bloqueo todas as contas de Willian Bigode e seus sócios.

Os técnicos Abel Ferreira e Fernando Diniz já conversaram com Mayke e com Willian Bigode para que o grave problema não atinja o ambiente no Palmeiras e no Fluminense, que entram na fase decisiva do Paulista e do Carioca.

Scarpa e Mayke não aceitam as explicações de Bigode.

Além de a amizade ter acabado, prometem não desistir do processo.

Querem o dinheiro investido e o dinheiro prometido.

E culpam Willian Bigode.

Por intermediar os investimentos, que se mostram fraudulentos.

"Destaca-se que a empresa WLJC não é uma corretora muito menos tem poderes para realizar investimento em nome de seus clientes, atuando exclusivamente no ramo do planejamento financeiro. Mayke é cliente da empresa WLJC que presta o serviço de planejamento financeiro.

"Ressalta-se que quanto ao Scarpa, somente foram prestadas informações com relação à Xland e qual o procedimento para investir, uma vez que ele não possui contrato de prestação de serviços com a WLJC. Importante ressaltar que toda a relação contratual, envolvendo o investimento em criptoativos, deu-se diretamente por Mayke e Scarpa com a Xland, sendo todos os valores investidos transferidos diretamente para as contas da Xland", escreveu o jogador (ou seu advogado) ao UOL.

Mayke e Scarpa não querem mais falar sobre o caso.

Já deram entrevistas, antes dele se tornar público.

Agora, tudo está na justiça.

Casos de esportistas perdendo dinheiro em investimentos não são raros. Mesmo hoje em dia.

O recordista mundial no atletismo Usai Bolt perdeu este ano R$ 64,5 milhões.

A situação de Willian Bigode está complicada...