São Paulo impôs sua coragem. O Corinthians segue acovardado
São Paulo venceu, com justiça, com gol de Brenner, aos 47 minutos do segundo tempo. CBF e Globo obrigaram o clássico em horário vergonhoso
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Três falhas individuais decidiram o clássico.
Cássio, Volpi e Sidcley foram os responsáveis pela vitória do São Paulo diante do Corinthians, por 2 a 1, debaixo de um sol senegalesco, das 11 horas às 13 horas, em outro jogo marcado de forma irresponsável pela CBF, para agradar a Globo Internacional.
E que acaba propagando o já fraco Campeonato Brasileiro ao mundo, pior do que ele realmente é.
O calor dos segundos tempos começando ao meio-dia sabota qualquer partida. O ritmo cai, fica lento, digno de partidas de veteranos.
A visão estrábica da cúpula da CBF junto à covardia dos jogadores e dos clubes expõem o futebol brasileiro a partida insuportáveis.
Um clássico de tanta tradição como São Paulo e Corinthians merece mais respeito.
Mas como os dirigentes são omissos, e pensam nas migalhas a mais que rendem a transmissão ao exterior, aceitam sujeitar seus atletas a sacrifícios sem sentido.
O São Paulo, de Fernando Diniz, com time mais entrosado, jogando em casa, tratou de tomar a iniciativa. Apostando no já tradicional medo de Tiago Nunes, com seu elenco limitado pela falta de dinheiro.
Foi previsível demais o início de jogo.
O Corinthians com seus laterais presos, meio de campo lento e a bola sem chegar em Jô. Já o São Paulo querendo sua terceira vitória consecutiva, se aproveitando de uma tabela que facilitou esta arrancada, com adversários fracos: Goiás (adiado), Fortaleza (Morumbi), Vasco, Sport, Athletico (antecipado, no Morumbi).
Sem seu líder, Daniel Alves, com o braço quebrado, o também veterano Hernanes estava no meio-campo. Outra modificação forçada era a entrada de Liziero na lateral, para substituir o suspenso Reinaldo.
O São Paulo começou com a marcação alta, encarando o Corinthians, como um time pequeno.
E logo abriu o placar.
Porque, se Hernanes não tem mais o mesmo vigor físico de seu auge, continua batendo bem na bola.
Ele cobrou uma falta frontal da intermediária. Cássio arrumou mal a barreira. Hernanes cobrou no canto do goleiro, com curva. Cássio escorregou e não teve reflexo para ir na bola com firmeza.
Gol do São Paulo, aos 13 minutos.
O gol faz com que o time de Fernando Diniz diminua o ritmo. Querendo atrair o Corinthians para explorar os contragolpes. O Corinthians agradeceu o espaço que passou a ter.
E o hábil Cantillo deu excelente lançamento para o versátil Ramiro.
Ele entrou às costas de Liziero e bateu cruzado, fraco.
Aí foi a vez de Volpi dar sua contribuição às estatísticas.
Ele demorou a salta, a bola passou debaixo do seu braço esticado.
Falha infantil.
1 a 1, aos 35 minutos.
O jogo passou a ser disputado com mais intensidade nas intermediárias.
Aí, veio o segundo-tempo.
Em pleno meio-dia, como gosta o presidente Rogério Caboclo, da CBF.
Os dois times foram obrigados a diminuir o ritmo por causa do calor.
Mesmo assim, Tiago Nunes seguiu com o Corinthians sem ambição, acovardado taticamente. O treinador é ótimo para discutir com jornalistas, mas está se tornando mais retranqueiro que Fábio Carille, nome expurgado no Parque São Jorge.
O São Paulo seguia buscando a vitória.
Mas não tinha penetração, jogadores com talento para escapar da marcação corintiana.
Mostrava ao menos coragem.
Diante de um Corinthians acovardado.
Até que, aos 46 minutos do segundo tempo, a falta de concentração, de noção tática, percepção obrigatória para um jogador profissional, Sidcley ofereceu a vitória ao São Paulo.
Toró fez um cruzamento normal para a área.
A bola não foi em direção de Pablo, que estava vigiado por Gil e Danilo Avelar.
Buscou Brenner.
Ele tem 1m75 jogador baixo para o futebol mundial.
Pois, graças ao desleixo de Sidcley, que tinha a obrigação de fechar o lado esquerdo da pequena área, e trotou, em vez de correr, o atacante do São Paulo não precisou sequer pular.
Com os dois pés fincados no chão cabeceou para as redes de Cássio.
2 a 1, São Paulo.
Vibração de Copa do Mundo para o eternamente ameaçado Fernando Diniz.
E conformismo assustados do lado do Corinthians, em nova derrota.
Sorte que há os naming rights para evitar a crise.
Ao São Paulo, a vice liderança do Brasileiro.
Resultado excelente diante das perspectivas.
Além de outro excelente desempenho de Diego Costa.
O zagueiro de 21 anos foi o melhor do jogo.
E espanto, para quem teve a coragem de ver esse jogo, no Exterior.
Viu o pior do Campeonato Brasileiro.
Graças à CBF e à Globo que obrigam os times jogar entre 11 horas e 13 horas.
Com o meio-dia esperando os segundos tempos.
Absurdo, que só piora a imagem do futebol pentacampeão.
Mas que todos fingem não perceber...
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