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BRASILEIRO 2022

Mineirinho defende novo modelo de  avaliação no skate: “Em 95% das competições existem erros de julgamento”

Aos 38 anos, o hexacampeão mundial irá competir em São Paulo nesta sexta-feira (15)

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Mineirinho ainda não começou a pensar em aposentadoria
Mineirinho ainda não começou a pensar em aposentadoria David Ramos/Getty Images

Há 28 anos se dedicando ao skate, Sandro Dias, o famoso Mineirinho, é um dos principais nomes da modalidade no Brasil e no mundo e, não à toa, já foi campeão mundial seis vezes. Desde que se firmou como profissional, ele já viu muitas mudanças no esporte, mas afirma que a única coisa que não evoluiu foi o critério de julgamento, que é o mesmo há décadas e continua falho.

O mais novo projeto do atleta tem o objetivo de revolucionar os critérios de julgamentos das competições e será colocado em prática nesta sexta-feira (15), a partir das 14h, na Estação da Luz, em São Paulo, onde acontecerá o Red Bull Vert Evolution, com grandes nomes da modalidade, e claro, com a presença do hexacampeão mundial.

O que levou Mineirinho a propor modelo para a Confederação Brasileira de Skate e à organização do evento foram as injustiças que ele presenciou durante essas mais de duas décadas no mundo do skate. Segundo ele, em 95% das competições existem erros de julgamento e algum atleta sai insatisfeito.

— O nível dos competidores é muito igual. No Brasil e no mundo devem ter uns quinze competidores que tem o mesmo nível e o que diferencia um do outro são alguns pequenos detalhes, que às vezes passam despercebidos e aí acontece o erro de julgamento.


Com os novos critérios de avaliação, Mineirinho espera aproximar o público do esporte, já que será mais fácil entender as notas dadas pelos juízes. Ele também torce para que os campeonatos tenham resultados mais justos. Ainda segunda o skatista, a mudança servirá para melhorar nível técnico dos atletas, que vão poder compreender em qual quesito devem evoluir.

— Quem não entende fica perdido, porque está lá assistindo o campeonato e vê um cara que está voando e o outro andando baixinho. Se aquele cara que ele achou que foi o melhor ficar em quinto (no resultado final), ele não vai entender nada. Agora com o novo formato, ele vai saber que o cara voou, mas na parte técnica não foi tão bem, precisa melhorar nas manobras ou utilizar mais a rampa.


Antes, todos os juízes julgavam as mesmas coisas nas competições e, a partir de agora, cada um será responsável por um critério, que serão divididos entre técnica, variedade, execução e altura e extensão. Para montar esse novo modelo, o skatista analisou os critérios de freestyle motocross, ski e até ginástica olímpica e fez as adaptações necessárias para o skate.

As expectativas de Mineirinho para a estreia do modelo são as melhores. O experiente skatista não nega que está ansioso para colocar em prática a novidade e acredita que as mudanças servirão para revolucionar as competições.


— A gente acredita muito que possa dá certo, mas é sempre um ponto de interrogação. Uma mudança sempre pode gerar ações inesperadas das pessoas no começo. Mas a ideia é melhorar sempre. Todo mundo que eu conversei está apoiando, até porque eles sabem da dificuldade que é um julgamento de skate hoje em dia.

Quando foi questionado se o modelo adaptado para o skate seria eficiente em campeonatos de surfe, Mineirinho diz que sim e conta que assim como acontece no seu esporte, a outra modalidade também sofre com injustiças na hora do julgamento.

— Eu já vi muita coisa no surfe acontecer e pensei: “como assim esse cara ganhou”. A mesma coisa acontece no skate.

Aos 38 anos, o brasileiro não pensa em parar. Apaixonado pelas competições, ele ainda quer se dedicar ao skate nos próximos anos. Quando começou, na década de 80, a modalidade nem era vista como esporte, e, agora, ele conta que o Brasil tem tudo do bom e do melhor e que o mercado do skate não depende de outros países pra sobreviver. Por isso, ele tem planos de seguir vivendo como atleta e aproveitar esse bom momento do esporte no país.

— Eu não pensei em parar ainda, até porque eu gosto de competir. Acho que a hora de parar vai ser quando eu não conseguir mais acompanhar essa nova geração. Hoje eu chego a competir com moleques que são vinte anos mais novos do que eu. E essa nova geração evoluí muito mais rápido do que a gente. 

*Naiara Araújo, estagiária do R7 

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