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BRASILEIRO 2022

Em Fortaleza, Arena Castelão desenvolve projeto de inclusão em eventos esportivos

Mais Esportes|Do R7

Estádio de Copa do Mundo, a Arena Castelão, em Fortaleza, passa a desenvolver de forma inédita no Brasil um projeto de inclusão de pessoas com deficiência visual em eventos esportivos. O projeto-piloto é do Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) em parceria com 11 instituições. O compromisso para realização do projeto, batizado de "Esporte Acessível", foi firmado nesta segunda-feira com a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por representantes das 12 entidades envolvidas.

Os procuradores da República, Nilce Cunha e Alessander Sales, e membros do Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) convocaram uma série de reuniões para discutir as possibilidades para viabilização do projeto com clubes de futebol, Governo do Estado do Ceará, Prefeitura de Fortaleza, instituições não-governamentais e iniciativa privada.

No TAC, ficou definido que o projeto se destina a propiciar o acesso à Arena Castelão de deficientes visuais vinculados à Sociedade de Assistência aos Cegos (Instituto dos Cegos). Eles terão garantia de transporte, camisas oficiais de clubes com inscrições em braile, alimentação, cuidados assistenciais de saúde e formas específicas de acolhimento e comunicação.

A Arena Castelão assumiu o compromisso de providenciar um camarote com 25 lugares para abrigar 11 estudantes, 11 responsáveis e três representantes do Instituto dos Cegos, que assistirão aos jogos e terão direito a lanches e vagas especiais no estacionamento da arena.


Os times do Ceará e do Fortaleza se comprometeram a fornecer as camisas oficiais que serão distribuídas aos participantes do projeto, permitir o ingresso dos 11 alunos selecionados com os atletas no campo de jogo, além de elaborar vídeo institucional que será veiculado pela Arena Castelão durante a ação. "Iniciativas como essas fazem as pessoas enxergarem, e não somente verem, as pessoas com deficiência. É uma conquista que deve ser celebrada", afirmou a procuradoria regional dos Direitos do Cidadão, Nilce Cunha.

Para Alessander Sales, a atuação do MPF no caso tem por objetivo promover a inclusão de pessoas com deficiência visual, visando prevenir o ajuizamento de ações em relação ao não cumprimento da legislação que garante esses direitos. "Trata-se de mais um expediente de construção de consensos no âmbito do MPF, o que demonstra que muito pode ser conseguido em iniciativas de natureza extrajudicial", enfatizou o procurador.


O projeto-piloto foi idealizado a partir de uma iniciativa denominada "Olhos que enxergam com o Coração: A inclusão do deficiente visual por meio do esporte", desenvolvida por alunos do curso de Pós-Graduação MPA em Gestão Empresarial da Universidade de Fortaleza (Unifor).

O professor da Unifor, Vicente Cristino, destaca que o projeto é uma vitória dos cegos que "agora terão acesso aos eventos na Arena Castelão sem as barreiras colocadas até agora".

Também fazem parte do projeto, com outros compromissos, a Secretaria Estadual de Esporte, a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, a Unimed Fortaleza Sociedade Cooperativa Médica, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Idosos e Pessoas com Deficiência, a Federação Cearense de Futebol, a Sociedade de Assistência aos Cegos (Instituto dos Cegos), além de MPF e MP-CE.

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