Com bom retrospecto contra wrestlers, Demian Maia ignora provocação de Shields
Meio-médio paulista, que faz o duelo principal do UFC Barueri nesta quarta-feira (9)
Mais Esportes|Diego Ribas, do R7, em Barueri (SP)

Visivelmente mais magro, embora ainda faltasse pouco mais de 3 kg para atingir o limite dos meio-médios (77 kg), Demian Maia manteve, mesmo com a desgastante rotina para cortar peso, a mesma calma em suas respostas durante conversa com jornalistas na terça-feira (7), no Ginásio Joé Correa, em Barueri.
Estrela principal da noite, o paulista terá pela frente Jake Shields, atleta dono de um afiado jiu-jitsu, arma que, além de lhe render diversas vitórias no MMA, serve como grande atrativo durante suas promoções de combate. Tanto que, mesmo tendo um campeão mundial da modalidade pela frente, o americano mantém um discurso firme e provocador.
Prometendo ser capaz de finalizar Demian no solo, Jake já apontou o American Jiu-Jitsu (nomenclatura própria para a mistura de wrestling com a arte suave brasileira) como modalidade mais eficaz para o MMA, postura que, de acordo com o dono da casa, não passa de marketing.
— Isso tudo é mídia, é marketing. Tanto que ele treina com um brasileiro [Cesar Gracie]. Mas nem critico e também não julgo. Ele tem que fazer o marketing dele, se não vai ser só mais um.
Curiosamente, o treinador do próprio Shields reconheceu a posição de destaque de Demian no momento e, em entrevista a sites americanos, apontou o brasileiro como possível desafiante ao cinturão em caso de nova vitória nesta quarta-feira.
Feliz ao saber do comentário de Cesar Gracie, Demian concordou com a afirmação e revelou não ver nenhum outro oponente com mais qualificações do que ele para tentar um tittle shot.
— Espero que, se vencer, eu tenha a oportunidade. Seriam quatro vitórias seguidas, além de uma disputa de titulo na categoria de cima. Espero essa chance, até porque estaria ranqueado entre os três primeiros, e os outros já tentaram e perderam.
No entanto, embora dono de um passado vitorioso, o americano — que passou seis anos invicto em período onde acumulou triunfos sobre Carlos Condit e Dan Henderson, além do cinturão do Strikeforce — não deslanchou no UFC, tanto que não aparece ranqueado entre os dez melhores da divisão.
Questionado sobre o quanto uma vitória sobre um não top 10 pode fazê-lo chegar ao cinturão, Demian frisa que o ranking não é seguido a risca no evento, o que o coloca em posição de destaque.
— Acho que uma vitória me credencia, sim. Apesar dele não estar ranqueado, ele já venceu o Condit, que foi campeão interino do UFC. O ranking não é parâmetro, mas acho que vou ter condições de disputar, e não vejo outro que tenha.