Tradicional carro-chefe de medalhas em Jogos Pan-Americanos, o judô brasileiro, que estreia nesta quinta-feira em Lima, a partir das 17h (horário de Brasília), teve que dividir desta vez as atenções com um outro evento ainda mais importante para a modalidade.
No próximo dia 25, começará o Campeonato Mundial de Tóquio, evento que distribuirá pontos importantíssimos no ranking olímpico da IFJ (Federação Internacional de Judô), responsável por definir os classificados para a Olimpíada de Tóquio-2020.
Isso não significa que o Brasil esteja menosprezando o Pan de Lima, muito pelo contrário. A meta na competição será o de igualar o número de medalhas conquistadas, 13 no total, número que o Brasil vem alcançando desde os Jogos do Rio-2007.
Só não conseguirá superar a marca porque houve um desfalque de última hora. Leonardo Gonçalves, da categoria meio-pesado, sofreu uma lesão e não será substituído. Assim, o Brasil terá 13 representantes (seis homens e sete mulheres).
Será também uma chance para a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) promover a estreia de novos judocas. Praticamente toda a equipe nunca disputou um pan-americano antes. São dez categorias que têm estreantes nos Jogos: no feminino, Larissa Farias (48 kg), Larissa Pimenta (52 kg), Alexia Castilhos (63 kg), Ellen Santana (70 kg), Beatriz Souza (+ 78 kg); no masculino, Renan Torres (60 kg), Daniel Cargnin (66 kg), Jeferson Santos (73 kg), Eduardo Yudi Santos (81 kg) e Rafael Macedo (90 kg).
- Dentro do nosso planejamento, o objetivo maior é o Campeonato Mundial. E essa proximidade acabou facilitando em algumas coisas, principalmente para os atletas chegarem no seu auge dentro do Pan. Afinal, o Mundial começará em 15 dias. Acredito que eles estão bem preparados, mas nunca tivemos tantos estreantes como neste Pan. Estreantes no Pan, porém experientes em competições internacionais. São os melhores que temos para nos representar - disse o chefe da equipe brasileira, Ney Wilson Pereira.
A opção pelos estreantes também ocorreu em razão de algumas contusões. Além do corte de Leonardo dos Santos, a equipe não terá alguns de seus principais atletas, como Natália Brígida (48 kg) e Rafael Silva, o Baby (+100 kg), ambos por contusão. Já Maria Suellen Altheman (+ 78 kg) e Maria Portela (70 kg), pediram dispensa em razão do Mundial.
Em compensação, dois dos nomes mais badalados do judô feminino, Mayra Aguiar (78 kg) e Rafaela Silva (57 kg), competirão no Pan de Lima. No masculino, o nome mais experiente é o de David Moura (+ 100 kg), ouro no Pan de Toronto-2015.
Estreantes em ação
O primeiro dia do judô do Pan-Americano terá três categorias com a presença de brasileiros estreantes. No Poliesportivo 1 do Complexo de Videna, estarão em ação Larissa Farias (48 kg), Larissa Pimenta (52 kg) e Renan Torres (60 kg).
Os treinadores das equipes brasileiras analisaram as chaves sorteadas nesta quarta-feira.
- Acho que o sorteio foi bom. As meninas ficaram em um bom posicionamento na chave. Agora é esperar que lutem com bastante disposição, porque é uma competição muito curta e de muita intensidade. Precisarão entrar com muita intensidade - afirmou Mario Tsutsui, treinador da seleção feminina.
- O Pan-Americano é uma competição diferente, que traz uma pressão diferente para os atletas. Como tem o Mundial na sequência, a preparação foi mais complicada, mas eles estão prontos para isso. Sobre as chaves, alguns deram sorte e outros pegaram uma chave mais dura, No final isso não faz tanta diferença, porque eles vão ter que lutar todos os combates para chegar no topo do pódio - afirmou Yoko Fujii, treinadora da equipe masculina do Brasil.