Wagner pede quase R$ 8 milhões do Vasco na Justiça; confira os detalhes

Em documento de 88 páginas, toda a defesa e provas do meia para conseguir a rescisão de contrato com o Cruz-Maltino e acertar com equipe do Qatar

13/09/2018 - 06h00 (Atualizado em 22/02/2024 - 05h38)

O meia Wagner conseguiu na segunda-feira (10), por meio de liminar da 44ª Vara do Rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), a rescisão de contrato com o Vasco. Nas alegações, o experiente jogador, de 33 anos, afirmou ter proposta do Al-Khor, do Qatar, e atrasos de 17 meses de depósito do FGTS. Em documento composto por 88 páginas, consta toda a defesa de Wagner, inclusive as provas. No total, o meia pede R$ 7.722.896,00 na causa.

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Ao todo, são 21 pedidos de Wagner a Justiça (confira a lista abaixo). Contratado em 15 de janeiro de 2017, o meia tinha vínculo válido até 14 de janeiro de 2019 e recebia salário de R$ 245 mil na carteira de trabalho. Como imagem, Wagner recebia R$ 118.400,00 mensais. Um dos pedidos é que o valor de imagem seja incorporado ao salário e integre a carteira de trabalho.

Além do atraso do FGTS, foi alegado atrasos na imagem dos meses de abril, maio, junho, julho e agosto deste ano. Os salários de carteira, pelas alegações, têm atrasos de três meses – junho, julho e agosto deste ano. A luva, segundo as alegações de Wagner na Justiça, não foi paga nenhuma parcela, que totaliza o valor de R$ 1.200.000,00. Estes valores nestes meses não constam nos extratos da Caixa, pelo FGTS, e do Bradesco, pelos salários, apresentados pelo meia judicialmente, os quais o L! também teve acesso.

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Wagner optou pelo silêncio após a rescisão de contrato com o Vasco. O meia, vale destacar, acabou jogando contra o América-MG e o Vitória já com o processo em andamento, o que o clube vê internamente que não foi um bom ato, já que ele poderia estar desconcentrado devido a expectativa pela decisão liminar da rescisão do contrato, o que acabou acontecendo.

O LANCE! entrou em contato com o Vasco. Por meio de nota, dada ainda na terça-feira, o clube afirmou que iria recorrer por entender não ter atrasos do FGTS, alegação que resultou na rescisão. Segundo o Cruz-Maltino, o clube firmou acordo com a Caixa no dia 30 de agosto para o pagamento parcelado do FGTS de todos os funcionários. Já na última quarta-feira, diante dos novos questionamentos da reportagem, o clube afirmou que vai se manifestar nos autos do processo para não antecipar a sua estratégia de defesa.

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MAIS DETALHES

Premiação pela Liberta e contrato no Qatar

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Ainda sobre os documentos aos quais o LANCE! teve acesso da defesa de Wagner na ação contra o Vasco na Justiça, há outros detalhes sobre os valores que o meia conquistou o direito de receber enquanto defendeu as cores cruz-maltinas. No contracheque referente ao mês de março deste ano, por exemplo, houve o pagamento de dois valores a título de “Premiação Taça Libertadores”, de R$ 22.611,57 e R$ 30.265,05.

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Na proposta de contrato do Al-Khor, do Qatar, Wagner assinará por duas temporadas (2018/2019 e 2019/2020), até 31 de maio de 2020. O meia receberá o valor de 700 mil dólares anuais (equivalente a R$ 2.887.710,00, na conversão da última quarta-feira), incluindo o montante referente a comissão de agentes e acomodação no país. Como benefícios extras, Wagner terá um carro à sua disposição e receberá mil dólares (R$ 4.125,30, na conversão da última quarta-feira), a cada vitória que estiver em campo defendendo a equipe.

O julgamento de mérito do caso do Wagner contra o Vasco na Justiça não tem prazo para acontecer. Após a decisão liminar que concedeu a rescisão de seu contrato com o Cruz-Maltino nesta semana, o juízo irá ouvir a defesa do clube de São Januário, além de pedir testemunhos dos envolvidos e depoimentos do jogador e outras pessoas que forem arroladas. Se no mérito o Vasco vencer a ação, o caso deve postergar por ir na justiça internacional.

Veja também: Wagner aciona Justiça e, em liminar, deixa o Vasco; outros podem sair

Conselheiros de oposição do Vasco afirmam que irão questionar o caso envolvendo Wagner e o presidente Alexandre Campello durante a próxima reunião do Conselho Deliberativo. Nos bastidores, os membros da situação estão confiantes em reversão do caso. Resta aguardar a palavra final da Justiça.

OS 21 PEDIDOS DE WAGNER NA JUSTIÇA

1 - Vasco seja notificado para comparecer à audiência para, caso queira, contestar, sob pena de revelia e confissão

2 - Liminar pela rescisão de contrato (já concedida)

3 - Pedido para o contrato de imagem ser invalidado para passar a ser reconhecido de natureza salarial

4 - Constar como salário na carteira valores de imagem e luva

5 - R$ 1.972.800,00 pelos salários que teria até fim do contrato

6 - R$ 876.800,00 pelo 13 salário de 2017 e 2018

7 - R$ 257.866,67 pela diferença do terço das férias de 2017

8 - R$ 584.533,33 pelas férias e terço constitucional de 2018

9 - R$ 596.224,00 pelo FGTS não depositado

10 - R$ 46.416,00 pelo acréscimo de imagem e luva no FTGS

11 - R$ 281.056,00 pela multa dos 40% do FGTS de rescisão

12 - Vasco entregue o TRCT para saque do depósito do FGTS

13 - Vasco pague multa por conta do artigo 467 da CLT

14 - R$ 1.315.200,00 pelos salários não quitados

15 - R$ 592.000,00 pela imagem não quitada

16 - R$ 1.200.000,00 pelas luvas não quitadas

17 - Vasco pague com correção e juros todas as verbas deferidas

18 - Vasco pague as verbas previdenciárias devidas

19 - Vasco pague custas e despesas processuais

20 - Vasco pague honorários advocatícios de 15% sobre total

21 - Expedição de ofícios a órgãos fiscalizadores a fim de que seus agentes autuem e promovam as ações fiscais pertinentes

Relembre grandes times do passado que estão fora do cenário nacional

Grandes jogadores e técnicos do futebol brasileiro despontaram em equipes que tiveram fases gloriosas. Mano Menezes, campeão por vários clubes e ex-treinador da seleção brasileira, surgiu no extinto 15 de Novembro de Campo Bom-RS. A Portuguesa chegou ao vice-campeonato brasileiro na década de 1990, mas agora paga o preço de administrações ruins. Outras equipes que surpreenderam gigantes e times tradicionais também não figuram mais no cenário nacional

Internacional de Limeira — Foi o primeiro time do
interior a conquistar o Campeonato Paulista. Em 1986, a equipe eliminou o
Santos na semifinal e, surpreendentemente, venceu o Palmeiras na grande final
do Paulistão. Dirigida pelo técnico Pepe, a equipe tinha grandes jogadores,
como o volante Gilberto Silva, os atacantes Tato, Kita, Lê, o zagueiro Bolívar
e lateral-esquerdo Pecos. O clube também disputou os principais campeonatos
nacionais, mas não se manteve entre os melhores por muito tempo. Ao longo dos
anos, decaiu no âmbito nacional e estadual. Atualmente, a Inter está na Série
A2 (2ª Divisão) do Paulistão

São José — O tradicional time do Vale do Paraíba chegou à final
do Campeonato Paulista de 1989, quando perdeu a decisão para o São Paulo. Hoje,
o São José disputa a quarta divisão estadual

Bangu — Vice-campeão brasileiro de 1985, quando era comandado
nos bastidores por Castor de Andrade, um dos bicheiros mais polêmicos do Rio de
Janeiro, o time alvirrubro carioca não figura em nenhuma das quatro divisões do
campeonato nacional. Mas a equipe chegou às semifinais da Taça Guanabara
(primeiro turno do Carioca) na edição de 2018

América-RJ — Tradicionalíssimo clube carioca, o América conquistou
títulos nos anos 1960, quando viveu o auge. Vários craques do futebol
brasileiro já vestiram a camisa do clube, que também tem torcedores ilustres,
como Romário e Tim Maia, entre outros tantos. A última grande façanha no âmbito
nacional foi a chegada às semifinais do Brasileirão de 1986, quando foi
superado pelo São Paulo – que chegaria ao título. O América entrou
em decadência nas últimas décadas e agora luta para retomar a grandeza de
outros tempos. Porém, a equipe foi rebaixada no Campeonato Carioca

Portuguesa — O time rubro-verde é um dos mais tradicionais clubes
brasileiros. A Portuguesa tem três títulos paulistas (1935, 1936 e 1973) e um
vice-campeonato brasileiro (1996) entre as principais façanhas. A equipe já
teve em suas fileiras grandes craques do futebol nacional, como Djalma Santos
(bicampeão mundial, em 1958 e 1962), Julinho Botelho, Badeco, Basílio, Eneas,
Dener e Zé Roberto, entre muitos outros. Afundada em dívidas e com o estádio
penhorado, a Portuguesa está fora das quatro divisões do Brasileirão e disputa
apenas a Série A2 do Paulistão

15 de Novembro de Campo Bom — O time teve uma fase de ouro na metade dos anos 2000,
quando chegou às semifinais da Copa do Brasil (2004) tendo o técnico Mano
Menezes à frente do time e foi vice-campeão gaúcho (2005). No entanto, o
departamento de futebol do clube passou por problemas e foi encerrado em 2013

São Caetano — Campeão paulista de 2004, duas vezes vice-brasileiro
(2000 e 2001), vice-campeão da Copa Libertadores (2002), o time do ABC teve uma
ascensão meteórica na década passada. No entanto, o clube não conseguiu manter
os patrocinadores de antes, perdeu a força no cenário nacional, mas ainda está
na divisão de elite do futebol paulista

Santo André — Outro time do ABC que chegou ao topo do futebol
nacional, mas não se manteve entre na elite. O Santo André venceu o poderoso
Flamengo em pleno Maracanã na final da Copa do Brasil de 2004. No ano seguinte,
disputou a Copa Libertadores. Mas a falta de investimentos fez a equipe
regredir e sumir do cenário nacional. Em 2018, o clube foi rebaixado para a
Série A2 do Paulistão

Paulista — O time de Jundiaí já
teve períodos de destaque no futebol. Em 2005, conquistou a Copa do Brasil em
uma final contra o Fluminense. Um ano antes, havia chegado à decisão do
Paulistão, mas perdeu para o São Caetano. Apesar de ser uma das forças do
futebol do interior paulista, hoje o clube disputa o torneio equivalente à
quarta divisão do Estadual e está fora das competições nacionais

Operário-MS — Tendo o lendário goleiro Manga como principal jogador,
o time de Campo Grande chegou à semifinalista do Campeonato Brasileiro de 1977 –
que marcou o primeiro título do São Paulo – e conquistou o terceiro lugar no
torneio, uma das maiores façanhas do futebol sul-mato-grossense. Apesar dos
muitos títulos e do protagonismo estadual, o Operário não figura nas competições
nacionais

Linhares — A equipe do Espírito
Santo foi semifinalista da Copa do Brasil de 1994. Mas foi um ano atípico para
o clube capixaba, detentor de quatro títulos estaduais na década de 1990 e que
foi extinto anos depois

Audax — Mais uma equipe que
teve ascendeu rapidamente no futebol paulista. Em 2016, o Audax montou uma
grande equipe e chegou ao vice-campeonato. Na final, o time perdeu o título
para o Santos após dois empates nas partidas decisivas. Entretanto, o clube não
conseguiu manter o ritmo, foi rebaixado no ano seguinte e caiu para a Série A3
do Paulistão em 2018

Gama — O clube brasiliense
se envolveu em uma das maiores polêmicas do futebol nacional das últimas
décadas. O Gama entendeu que foi prejudicado pelo escândalo provocado pela irregularidade
na documentação do jogador Sandro Hiroshi, do São Paulo, no Brasileirão de 1999. A equipe foi rebaixada devido aos pontos obtidos pelo Botafogo que reverteram
a derrota para o time tricolor paulista. A diretoria entrou na Justiça contra a
CBF e impediu a organização do Brasileirão do ano seguinte. O imbróglio motivou
os clubes a criarem a Copa João Havelange, em 2000. Campeão da Série B do
Campeonato Brasileiro de 1998, o Gama também é detentor de 11 títulos estaduais,
mas está fora das quatro divisões do futebol nacional

Ipatinga — Fundado há somente 20
anos, o Ipatinga se tornou um fenômeno no futebol mineiro ao conquistar o
título estadual em 2005 e chegar ao vice no ano seguinte. Em 2006, a equipe foi
semifinalista da Copa do Brasil, sendo eliminada da decisão pelo Flamengo. A
ascensão do Itapinga chegou ao ponto máximo no ano de 2008, quando chegou à
Série A do Campeonato Brasileiro. Nos anos seguintes, o Ipatinga entrou em uma
fase ruim, teve problemas, mudou a sede para a cidade de Betim, retornou ao
local de origem, mas ainda não se recuperou. Atualmente, o clube não está em
nenhuma das quatro divisões do futebol nacional

Grandes jogadores e técnicos do futebol brasileiro despontaram em equipes que tiveram fases gloriosas. Mano Menezes, campeão por vários clubes e ex-treinador da seleção brasileira, surgiu no extinto 15 de Novembro de Campo Bom-RS. A Portuguesa chegou ao vice-campeonato brasileiro na década de 1990, mas agora paga o preço de administrações ruins. Outras equipes que surpreenderam gigantes e times tradicionais também não figuram mais no cenário nacional