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Pelas redes sociais, torcedores de Palmeiras e Corinthians planejam confronto no domingo

Ministério Público monitorou membros das organizadas; equipes se enfrentam pelo Paulistão

Futebol|Do R7

Felipe 'Dime', de 17 anos, morreu espancado por rivais
Felipe 'Dime', de 17 anos, morreu espancado por rivais Felipe 'Dime', de 17 anos, morreu espancado por rivais

Menos de um mês após a brutal morte de um membro da Gaviões da Fiel, torcedores de Corinthians e Palmeiras estariam planejando um novo confronto pelas ruas de São Paulo.

Brigas entre torcidas de grandes clubes já deixaram mais de 100 mortos no Brasil 

De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, o Ministério Público teria recomendado a presença de torcida única no clássico do próximo domingo (8), quando as duas equipes se enfrentarão na Arena Palmeiras. Isso depois de um monitoramento realizado nas redes sociais ter apontado um agendamento de confronto entre membros das uniformizadas dos dois clubes.

Segundo o promotor Paulo Castilho, o MP tem monitorado as torcidas organizadas para tentar evitar brigas. “Estamos fazendo de tudo, até escutas telefônicas, mas nada tem dado resultado. Minha paciência acabou”, disse Castilho. “A Polícia Militar tem condições de fazer a segurança do jogo, mas isso tem um custo para a população: para colocar um efetivo escoltando 1.600 torcedores [do Corinthians], vai precisar tirar policiais de algum lugar. Esse é o prejuízo”, completou.

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Cosme: Federação veta torcida única para Palmeiras e Corinthians e brinca com a vida de torcedores e policiais

Uma breve pesquisa nas redes sociais mostra que a guerra entre as torcidas está longe de acabar. Após a morte, por espancamento, do corintiano Felipe ‘Dime’, no final do mês passado, o R7 publicou uma série de ameaças encontradas no Facebook.

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Em uma das publicações, postada pela irmã de Felipe ‘Dime’, que se mostrou indignada com a violência e mandou um recado para os vândalos, um corintiano aproveitou a oportunidade para ameaçar de morte os adeptos do clube rival.

— Mata 1 morre 2 nossa corrente não será quebrada! (sic).

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Logo depois, no mesmo post, um palmeirense, que acompanhava atentamente a movimentação dos comentários, usou o espaço para responder à ameaça.

— Ae [nome do torcedor corintiano] segura tem mais...O próximo pode se VC... aki é a Mancha...e a corrente de vcs vai servi pra colocar dentro do seu caixão. (sic).

Impunidade impera na guerra declarada entre torcidas organizadas

Segundo levantamento feito pelo R7 em dezembro, a rivalidade entre torcidas organizadas já havia deixado ao menos 101 mortos nos últimos 26 anos. O corintiano Felipe 'Dime' seria a 102ª vítima. Entre as mortes, 65 foram por tiro, 14 por espancamento e 23 por bomba, atropelamento, pedradas, entre outros.

O último registro feito no Estado de São Paulo havia acontecido em 19 de outubro de 2014. Leonardo da Mata Santos, de 21 anos, morreu atropelado no km 18 da rodovia Anchieta quando palmeirenses atacaram santistas que subiam a serra sem escolta policial.

O Estatuto do Torcedor, implantado em 2003, responsabiliza os clubes pelo comportamento de seus torcedores. Diante desse quadro, que pode resultar até em expulsão de competições, muitos clubes optaram por se desvincular das torcidas organizadas, caso do Corinthians, com o presidente Mario Gobbi, e do Palmeiras, sob o comando de Paulo Nobre.

Em entrevista ao R7 em dezembro para falar sobre a violência entre torcedores, o então ministro do Esporte Aldo Rebelo falou que proibir a existência de organizadas seria um ato fascista.

— É preciso haver um equilíbrio entre coibir e reprimir. Essas ações precisam ser efetivas. Estamos conversando com todas as instâncias, com o Ministério Público, as polícias federal e estaduais, as secretarias de Justiça. Isso é, inclusive, de interesse das torcidas porque estas mortes acabam degradando a imagem destas entidades, só reduzindo o papel delas aos olhos da sociedade e servindo de pretexto para setores fascistas, que querem colocá-las na clandestinidade.

De acordo com um levantamento do Ministério do Esporte, feito pela Secretaria Nacional do Futebol e da Defesa do Torcedor, a impunidade tem prevalecido nessa guerra entre torcidas, já que apenas 3% dos assassinos estão presos.

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