Grupo investiga se Cruzeiro pagou IPVAs da família do presidente
Conselheiros também denunciam pagamentos irregulares a empresários, gastos exorbitantes e oferta de cargos em troca de apoio político
Futebol|Pablo Nascimento, do R7, com Record TV Minas
Um grupo de conselheiros do Cruzeiro foi à ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) para pedir ajuda aos membros do legislativo para apurar irregularidades na atual diretoria do clube. Entre os assuntos que vão ser analisados está uma denúncia de que o time teria pago o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) de veículos que pertencem à família do atual presidente, Wagner Pires de Sá.
O grupo ainda apontou que o time fez pagamentos irregulares de comissões a empresários e que Sá fez gastos exorbitantes com o cartão corporativo da empresa. Segundo Giovanni Baroni, colegas de conselho também ganharam cargos no clube em troca de apoio político.
— O que está havendo no Cruzeiro hoje todo mundo sabe. Nós temos cargos colocados à disposição de conselheiros não pelo mérito do deles em si, mas por apadrinhamento em função das eleições que tivemos em 2017 em troca de apoio eleitoral.
O deputado Leonardo Portela (PL) indica que serão analisadas diversas possíveis irregularidades.
— Primeiramente estamos analisando o que tem a ver entre o poder público estadual e as condutas praticadas pela diretoria do Cruzeiro. Posteriormente, estamos aqui analisando juntos uma série de denúncias que chegaram até nós, inclusive o pagamento do IPVA de veículos do presidente por parte do Cruzeiro.
Ainda de acordo com Baroni, conselheiros fizeram um requerimento pedindo uma reunião para votar o afastamento do atual presidente.
— Nós apresentamos à mesa diretora o nosso requerimento para fazer a reunião de afastamento. Caso a mesa diretora não faça, temos outra alternativa que o estatuto nos permite. Tendo um terço do conselho votando, a gente pode fazer a reunião, mesmo que a mesa não acate o nosso pedido.
Durante a tarde, torcedores fizeram um protesto em frente a sede do time no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Belo Horizonte. Participantes afirmaram que o objetivo era pedir a saída da atual diretoria. Um abaixo-assinado online também foi criado. Até a manhã deste sábado (14), a petição tinha 56.300 assinaturas.
Em entrevista à Record TV Minas, nesta sexta-feira (13), Sá reafirmou que não pretende deixar o cargo e disse não estar preocupado com a movimentação.
— Eles [conselheiros] têm 10 ou 15 votos. Arrumaram algumas assinaturas que de pessoas que nem são sócias do Cruzeiro. Isso não me preocupa. Estou tranquilo. Definitivamente.
Por meio de nota, o time classificou as denúncias sobre o pagamento do IPVA de veículos que não pertencem à frota do clube como infundadas e irresponsáveis. Quanto às demais denúncias e a manifestação dos torcedores, o clube não se manifestou.
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