A Federação Paraguaia de Futebol afastou o árbitro Carlos Amarilla de jogos oficiais organizados pela entidade. Ele é suspeito de prejudicar o Corinthians e favorecer o Boca Juniors na Libertadores da América de 2013. Por meio de um comunicado oficial, o órgão informou que o juiz ficará fora de atividade até que seja apurada a veracidade do material revelado após escutas telefônicas.
Amarilla nega ter favorecido o Boca Juniors contra o Corinthians em 2013
Em uma das conversas veiculadas pelo programa La Cornisa de TV America, o então presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina), Julio Grondona (morto em 2014), conversa com Abel Gnecco, representante argentino no comitê de árbitros da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), dois dias após a eliminação do Timão da competição.
No diálogo, Grondona elogia a arbitragem polêmica de Carlos Amarilla e diz que “ele era o melhor reforço do Boca no ano”. Gnecco afirma que a escolha do juiz havia sido acertada previamente na Conmebol.
Em declaração à rádio paraguaia 970AM, Amarilla negou qualquer tipo de envolvimento em um suposto esquema de manipulação de resultados e disse estar “com a consciência tranquila e à disposição para qualquer investigação”.
“Eu sou o mais interessado para que toda história seja esclarecida. Querem sujar meus 18 anos de carreira”, disse o juiz. “É melhor eu nem ver esse senhor pela frente [Gnecco], senão não sei o que seria capaz de fazer”.
Além de Carlos Amarilla, a Federação Paraguaia de Futebol afastou também o assistente Rodney Aquino, que compôs o trio de arbitragem do jogo entre Corinthians e Boca Juniors, no Pacaembu, que terminou empatado. Na ocasião, os atletas corintianos e o técnico Tite reclamaram muito da atuação de Amarilla. Na visão dos jogadores e do treinador, o juiz teria, pelo menos, deixado de dar um pênalti (o lateral Marin colocou a mão na bola dentro da área) e anulado um gol legal marcado por Romarinho.