As duas últimas campeãs do mundo, Espanha e Alemanha, se enfrentam nesta terça-feira em um amistoso marcado pela quantidade de desfalques e pelo processo de reformulação vivido pelas duas seleções. Apesar de estar a 34 jogos consecutivos sem perder em casa, a equipe treinada pelo técnico Vicente Del Bosque vive momento conturbado por causa das polêmicas em torno das lesões de Diego Costa e Césc Fàbregas, ambos do Chelsea.
Fàbregas, com dores na coxa, deixou a concentração da Espanha durante a semana, mas boletim divulgado pelo departamento médico da seleção afirmava que o jogador não apresentava lesão. O "abandono" foi criticado pelo capitão Sergio Ramos, que questionou abertamente o comprometimento do meia, ex-Barcelona, e de seu companheiro nos 'Blues', também fora por lesão.
Além das duas estrelas do time inglês, o treinador não terá também Andrés Iniesta, do Barcelona, e David Silva, do Manchester City. E usará a partida como um verdadeiro teste para dar sequência à reformulação promovida na seleção.
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Juan Bernat, José Callejón, Raúl Garcia e Álvaro Morata são algumas das caras novas do time. Outros como Ignacio Camacho e Manuel Agudo 'Nolito' devem fazer seus primeiros minutos com a 'Fúria'. Del Bosque ainda ganhou um problema de última hora.
O goleiro David de Gea, do Manchester United, sofreu uma luxação no dedo mínimo na véspera do confronto contra Belarus. Kiko Casilla pode estrear, sendo o sexto goleiro da era do treinador, que pode optar por manter Iker Casillas como titular por causa da experiência do ídolo do Real Madrid neste tipo de confronto.
O técnico deve mudar, inclusive, o sistema tático da Espanha. A principal aposta é que a seleção atue em um 4-2-3-1, com a defesa sendo formada por Azpilicueta e Bernat, nas laterais, e Raúl Albiol e Sergio Ramos no miolo da zaga. Sergio Busquets e Koke farão o papel de volantes, com Isco comandando a criação de jogadas no meio-campo.
O jovem meia do Real Madrid foi um dos destaques da partida contra Belarus, mas Del Bosque, para conter a euforia, criticou o excesso de firulas ao longo do duelo. Há dúvidas ainda no setor ofensivo, mas Callejón e Morata deverão estar entre os titulares.
Garcia também está na briga por uma das vagas. Del Bosque quer usar o jogo para recuperar a autoestima do grupo e disse considerar o jogo como se fosse oficial. "Nesse nível de competição não há muita diferença entre amistoso e oficial. Independentemente de haver muitas mudanças nas duas equipes, tentaremos dar um bom espetáculo e tentar ganhar para elevar nossa autoestima", apontou o treinador, que espera um rival motivado pelos resultados negativos.
A Alemanha chega para o duelo contra os espanhóis em meio a uma ressaca prolongada após a conquista da Copa do Mundo. As atuações do Mundial não se repetiram nas Eliminatórias da Eurocopa 2016, onde a seleção obteve duas vitórias, um empate e uma derrota.
O magro triunfo sobre Gibraltar, por 4 a 0, foi considerado pela imprensa alemã como uma quase derrota. Após as aposentadorias de Miroslav Klose e Phillip Lahm, a Alemanha também tem que se renovar. Além da ausência dos dois ídolos, o técnico Joachim Löw enfrenta uma série de lesões de seus principais atletas, incluindo do novo capitão, Bastian Schweinsteiger.
Estão fora do jogo também o goleiro Manuel Neuer, os zagueiros Jerome Boateng e Mats Hummels, além de André Schürrle, Mesut Özil e Marco Reus. Shkodran Mustafi e Sami Khedira também estão com problemas e podem ser substituídos por Mathiar Ginter e Lars Bender.
Löw fez vários elogios à Espanha, considerada por ele como "a grande referência do futebol mundial". "Desde 2004 acompanhei muito o futebol espanhol, chegando a passar meses em alguns de seus times. O que mais gostei foi da estruturação em nível de clubes e como eles cuidam das categorias de base", afirmou. "As equipes que chegaram longe no Mundial estão passando por problemas nesta fase de classificação para a Eurocopa. Temos que carregas as pilhas para voltar inteiros em 2015, porque o nosso grande objetivo é a competição europeia", ressaltou.
As ausências diminuem as expectativas do duelo entre a atual campeã europeia e os campeões mundiais. Os alemães também estão engasgados com o adversário desta terça-feira por causa das derrotas na final da Euro 2008 e nas semifinais da Copa do Mundo de 2010. No entanto, a 'Fúria' não perde para o rival em casa desde 1982 (ou três partidas).
Apesar do recente domínio espanhol, a Alemanha tem melhor desempenho no histórico do confronto. Em 21 partidas, conseguiu oito vitórias, contra sete dos espanhóis. Além disso, as duas seleções empataram outras seis vezes.