Corinthians vota impeachment do presidente Roberto de Andrade nesta segunda-feira

Dirigente do clube tem sofrido com forte pressão nos bastidores há alguns meses

20/02/2017 - 07h20 (Atualizado em 22/02/2024 - 19h35)

Após muitas negociações e pressão de todos os lados, o futuro do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, será definido nesta segunda-feira. Os 341 conselheiros votarão pedido de impeachment contra o dirigente e, caso a maioria entenda que ele cometeu irregularidades, o presidente será afastado do cargo.

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Os últimos dias foram de articulações e promessas no Parque São Jorge. O clube ficou dividido entre conselheiros favoráveis e contrários à saída do dirigente. Os dois lados trabalham nos bastidores para convencer os indecisos.

O processo teve início no dia 22 de novembro do ano passado, quando 63 conselheiros entregaram ao Conselho Deliberativo pedido de saída de Roberto de Andrade. A acusação é de assinaturas fraudulentas do dirigente em contratos do estádio Itaquerão e em ata de reunião em que ele teria assinado como presidente antes de assumir o cargo.

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O mandato de Roberto de Andrade vai até fevereiro do ano que vem, sem direito à reeleição. Nos últimos meses, o dirigente perdeu muitos aliados e vive enorme pressão. A crise se agravou com as constantes trocas de treinador e os maus resultados da equipe, que não conseguiu ficar entre os seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro do ano passado e garantir a vaga para a Copa Libertadores.

O ex-presidente Andrés Sanchez é um dos que deixou de apoiar Roberto de Andrade, apesar de já ter declarado publicamente que é contra o impeachment.

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Já está se tornando rotina a Arena Corinthians envolvida em
polêmicas. Desta vez o assunto toca o ex-presidente do clube, Andrés Sanchez, agora
investigado na Operação Lava Jato. No início de novembro, o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou abertura de inquérito
sobre o deputado federal (PT-SP) por corrupção passiva. O caso é mais um fator para dificultar ainda mais a venda
dos naming rigths do Itaquerão. E esse é só um dos muitos problemas do
estádio. Acompanhe

Itaquerão
Um vazamento de 10 milhões de litros de água foi encontrado sob o Itaquerão e pode fazer o estacionamento desabar e invadir a radial leste. Além disso, a Odebrecht vem sendo investigada pela Lava-Jato. A operação aponta propinas na construção de uma série de obras, entre elas a construção do Itaquerão

O Itaquerão foi construído para ser o palco de abertura da Copa 2014 e gerou críticas por uma suposta ajuda do governo federal

Outro problema interno que vem mexendo com o Corinthians é a guerra travada entre o clube e a construtora da Arena Itaquera. O prazo para a finalização das obras no estádio vence em janeiro de 2015, mas é difícil encontrar alguém que esteja envolvido com o estádio que acredite na previsão do ex-presidente Andrés Sanchez

10º Corinthians* - R$ 314 (2014) /
R$ 194 (2013) / Variação: 62%

*O Corinthians não registra em seu balanço a dívida
relacionada ao Itaquerão

Superintendente de futebol do Corinthians, o deputado federal Andrés Sanchez disparou contra as insinuações de favorecimento ao Corinthians no Brasileirão. Para o dirigente, não faz o menor sentido dizer que o Timão tem sido ajudado, até pela relação conturbada que ele tem com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Andrés, que participou na manhã desta terça-feira (18) de um debate sobre o Profut (MP que
abrange várias imposições a clubes do futebol brasileiro), foi irônico

Timão coleciona erros de arbitragem a favor na história recente

Enquete: Erros de arbitragem mancham o campeonato?

Com números favoráveis ao Corinthians dentro de campo, apesar das eliminações, a nova arena do clube, no entanto, se mostra um problema para as finanças no Parque São Jorge. Com a conta pelo estádio para pagar — custou R$ 1,080 bilhão para ser construído —, o Alvinegro sofre até para quitar os salários dos jogadores do atual elenco, com direitos de imagem atrasados há meses. É provável que o time passe por um momento difícil e sem grandes investimentos no futebol nos próximos anos. Mas também é grande a chance de o Timão crescer bastante quando puder lucrar com a nova casa em Itaquera. Vale lembrar que, um ano após a inauguração, a arena ainda não tem os naming rights vendidos e, a cada hora que passa, a dificuldade em fechar um bom negócio aumenta, já que a Copa do Mundo passou e a visibilidade ficou menor

Vídeo: "Caiu em Itaquera, já era!", torcedor do Corinthians está à vontade na nova casa

Há poucos meses, o clube alegou estar passando por dificuldades na comercialização dos CIDs. De acordo com o contrato do Corinthians com a Odebrecht, caso o clube não consiga comercializar esse valor, ele deverá ser pago pela construtora

O primeiro jogo da Arena Corinthians foi entre a equipe da casa e o Figueirense. A ansiedade tomou conta dos corintianos neste domingo (18)... Veja mais imagens do Itaquerão a seguir:

Mais um obstáculo na lista de problemas para garantir a venda dos naming rights são os problemas com placas de granito. Há algumas semanas, duas placas com cerca de 2 metros de altura e 1,5 m de largura descolaram e ficaram penduradas por um arame de segurança

o Corinthians ainda sofre com a baixa procura por camarotes e cadeiras cativas. Até julho deste ano, o clube tinha apenas 40% das unidades vendidas

A ausência de shows na arena é outro fator que joga contra a venda dos naming rights. No início, era esperado que o Itaquerão rivalizasse com o Allianz Parque, casa do Palmeiras, no recebimento de concertos e até hoje nenhuma cantora, cantor ou banda quis se apresentar no estádio

Outro problema que fica evidente na dificuldade em vender os naming rights envolve a Globo e o SporTV. Detentoras dos direitos dos campeonatos, as emissoras não falam Allianz Parque, optam por chamar de Arena Palmeiras. A tendência é que com o estádio do Corinthians aconteça o mesmo

A venda alucinada de jogadores nas últimas janelas de transferência é outro problema que contribui no problema em vender os naming rights do Itaquerão. No início e meio de 2016, seis atletas importantes na conquista do Campeonato Brasileiro 2015 deixaram o clube: Gil, Felipe, Ralf, Renato Augusto, Jadson e Vagner Love. No lugar deles, ao invés de contratar jogadores de qualidade e que necessitam de um investimento maior, a diretoria optou por peças de reposição consideradas "econômicas"

Não é confirmado por ninguém no clube, mas especula-se que os valores recebidos nas negociações foram usados para quitar parcelas da dívida do Itaquerão com o governo. Além disso, enquanto um acordo não for concluído, a tendência é que essa ação se repita nas próximas janelas

Para piorar, a situação vivida pelo clube não é das melhores para garantir a venda dos naming rights. Após vender seus principais jogadores, as reposições não foram a altura e a chance do Corinthians ficar fora da Libertadores 2017 existe, deixando o cenário ainda menos atrativo para possíveis patrocinadores

Sanchez culpou até a crise financeira que assola o País para justificar a demora em vender os naming rights, mas avisou que ainda crê em uma negociação para saldar as dívidas do estádio. "Os naming rights estão atrasados por mil razões. Pegando esses valores, você tem 70% do estádio pago. Camarote, a gente imaginava vender mais rápido, mas não esperávamos essa crise no Brasil"

Arena Corinthians, onde serão realizadas algumas partidas do futebol olímpico, entre elas uma das semifinais

Sem vencer há seis jogos no Brasileirão, o Corinthians precisará mudar urgentemente de postura, se ainda quiser sonhar com uma vaga na Libertadores. Apesar de estar a apenas três pontos do sexto colocado, o Timão não vem apresentando futebol que dê esperança ao torcedor. De qualquer forma, não deixa de ser um time na briga

Já está se tornando rotina a Arena Corinthians envolvida em polêmicas. Desta vez o assunto toca o ex-presidente do clube, Andrés Sanchez, agora investigado na Operação Lava Jato. No início de novembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou abertura de inquérito sobre o deputado federal (PT-SP) por corrupção passiva. O caso é mais um fator para dificultar ainda mais a venda dos naming rigths do Itaquerão. E esse é só um dos muitos problemas do estádio. Acompanhe

Se os conselheiros decidirem que Roberto de Andrade não cometeu nenhuma irregularidade, ele permanece no cargo e o processo está encerrado. Caso o pedido de destituição seja acolhido, o dirigente é imediatamente afastado do cargo e o presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, terá cinco dias para convocar uma Assembleia Geral de Associados.

Os sócios, então, votarão se Roberto de Andrade deve continuar ou não na presidência do clube. Até que os associados decidam o futuro do dirigente, quem assume o clube é o vice-presidente André Luiz de Oliveira, mais conhecido como André Negão no Parque São Jorge. Ele é investigado pela Operação Lava Jato. A suspeita é de que o dirigente recebeu R$ 500 mil de propina da Odebrecht relativos à construção do Itaquerão.

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PRESSÃO - Membros das principais torcidas organizadas prometem protestar nesta segunda-feira no Parque São Jorge. A Comissão de Ética do clube - que já se mostrou contra a saída do dirigente - vai ter 30 minutos para se manifestar e apresentar o seu parecer. Em seguida, também por 30 minutos, será dada a palavra ao representante dos requerentes do impeachment.

No terceiro ato, quem terá o direito a se manifestar será a defesa de Roberto de Andrade. O dirigente deverá ser representado por Luiz Alberto Bussab, seu aliado político e diretor de Negócios Jurídicos do clube.

Terminado esse processo, inicia-se a votação, que será secreta e em cédula de papel.