CHORAR EM CAMPO? NO PALMEIRAS, NA FINAL DA LIBERTADORES DE 2000. FOI TRISTE DEMAIS!' | COSME RÍMOLI
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Argel se define como 'sanguíneo'.
"Fui guerreiro, batalhador.
"Lutava, dava a alma.
"Chegava duro.
"Ninguém se impunha comigo, não.
"Mas era leal.
Nunca fui violento.
"A minha guerra era pela minha família."
Torcedores do Internacional, Tokyo Verdy, Santos, Porto, Palmeiras, Benfica, Racing Santander, Cruzeiro, Ulbra e Zhejiang Lucheng,da China, não têm como negar.
Zagueiro, que chegou até a Seleção Brasileira, sempre se doou como um guerreiro em um campo de futebol.
'Dava até a última gota de sangue em cada jogo, em cada treino. Por um motivo que não poderia ficar expondo. Meu pai foi assassinado quando eu tinha 18 anos.
"Me vi responsável por toda a minha família. Sabia que do meu futebol dependia o sustento dos meus. E assumi toda essa carga para mim. O que foi uma pressão psicológica enorme. Daí a minha entrega. E consegui cuidar de todos. Meu grande orgulho, formar o meu irmão médico."
Apesar de toda a relação de coração com o Internacional, Argel primeiro fez dois meses de testes no Grêmio. 'Fui bem, mas disseram que não poderiam me oferecer alojamento. Eu sou de Santa Rosa, cidade do interior do Rio Grande. Fui para o Inter e me encontrei. Logo fui para a Seleção Brasileira. E campeão mundial sub-20. Daí a minha carreira explodiu. Só que sofri o choque da perda do meu pai.'
Argel é uma pessoa muito direta.
'Meu pai foi tudo para mim. Ele que quis que eu jogasse futebol. Insistia que eu seria um grande jogador, iria para o Exterior, para a Seleção. Ele era muito alegre. E adorava dançar no clube de Santa Rosa. Uma noite se desentendeu com uma pessoa, que estava armada.
"E foi assassinado!
"Eu tinha 18 anos. O que poderia fazer? Assumi toda a responsabilidade da minha família. Joguei pelos meus e pelo sonho do meu pai. Minha vida mudou. Eu mudei."
Ganhou 11 títulos, pelo Inter, Santos, Palmeiras, Porto, Benfica. Mas lembra muito bem a final da Libertadores de 2000."Me doeu muito. Chorei demais. Tínhamos toda a chance de ganhar do Boca, diante da nossa torcida. O Morumbi estava lotado. Bastava ganhar. Empatamos e perdemos nos pênaltis. Fizemos de tudo. Mas faltou definir o jogo."
No ano seguinte, a Parmalat se preparava para sair do Palmeiras.
Mas o time chegou à semifinal da Libertadores. Argel estava vendido para o Benfica. 'Me apresentei em Lisboa, quando o Celso Roth disse que precisava de mim. Se eu me machucasse seria um caos. Fiquei na reserva, como precaução. Entrei aos 30 do segundo tempo. Mas perdemos, de novo, nos pênaltis. Foi terrível. De novo para o Boca!"
Chegou a ser convocado para amistoso da Seleção, mas não teve sequência.
Dois meses. Foi o prazo máximo que Argel ficou longe do futebol, depois que parou. Ele decidiu trabalhar como técnico. Já são 17 anos como treinador.
"Tive escola. Trabalhei com Trapattoni, Mourinho, Camacho, Felipão, Abel Braga, Antônio Lopes. Fui campeão gaúcho, da Recopa Gaúcha. Catarinense e baiano", avisa, com orgulho. 'E digo mais, se eu ficasse no Inter em 2016, o clube não seria rebaixado."
Argel caiu em um redemoinho de clubes, intenso demais.
Foram 33 trocas.
"Com certeza aceitei convites que não deveria. Mas guerreiro não sabe ficar sem batalhar. Agora, com 50 anos, vou pensar com calma, nos convites que receber. Porque só sei de uma coisa. Não consigo ficar sem trabalhar. Isso, não..."
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