Brasileirão lidera ranking de patrocínio de casas de apostas entre as principais ligas do mundo

Se há poucos anos o mundo das apostas ainda era pouco falado no Brasil, hoje, as chamadas ‘bets’ estão na boca do povo. E muito por conta da avalanche de patrocinadores que invadiu o futebol brasileiro pós-pandemia.

Na década passada, os bancos, liderados pela Caixa, eram os principais investidores dos clubes no país. Mas a torneira começou a fechar, e os sites de apostas não só preencheram essa lacuna, como descarregaram caminhões de dinheiro no esporte mais popular do Brasil.

Faturamento bilionário

Para se ter uma ideia da proporção, a soma dos patrocínios das bets nos clubes brasileiros chega a um bilhão de reais por ano — valor que tem aumentado a cada novo contrato das equipes, principalmente as da Série A.

Atualmente, todos os clubes da primeira divisão do Brasil estampam no uniforme alguma plataforma de apostas. E apenas dois, Red Bull Bragantino e Mirassol, não têm nenhuma bet como principal patrocinadora.

Isso quer dizer que 90% dos anunciantes master dos clubes brasileiros são de apostas. Nenhuma das principais ligas mundiais (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) chega sequer perto.

Ingleses estão na frente, mas fonte vai secar

A Premier League, com 65%, é a que mais se aproxima do Brasileirão, mas, a partir do meio do ano que vem, os patrocínios de jogos de azar serão proibidos na parte frontal dos uniformes. Em outras áreas da camisa, porém, será permitido.

Já nas outras quatro competições, o mercado de apostas não é o principal setor dos anunciantes. Na Espanha, as indústrias de aviação e automotiva são as mais comuns. E, na Alemanha, empresas de telecomunicações são as mais frequentes. Os dois países também contam com legislações estritas sobre o tema.

A Itália teve escândalos recentes ligados a apostas, o que levou o país a ser pioneiro na regulamentação das bets. Atualmente, qualquer propaganda de jogo de azar é proibida, mas os clubes ainda podem exibir as marcas nos uniformes.

Por outro lado, as notícias por lá são de que o governo estuda flexibilizar as regras para aumentar a entrada de verba vinda de casas de apostas e investir na melhoria dos estádios e do futebol feminino.

Gregos são campeões mundiais

Saindo do eixo, apenas a Grécia, com 92% dos patrocinadores master sendo casas de apostas, ultrapassa o Brasil. Vale citar também o Campeonato Português, onde 88% dos anunciantes principais são bets.

Os dados foram divulgados pela UEFA, em março deste ano, no Panorama de Finanças e Investimentos dos Clubes Europeus. A entidade máxima do futebol no continente revelou também que as plataformas de apostas são as empresas que mais aparecem nas camisas dos times da região e representam 15% de todos os patrocinadores.

Já na América do Sul...

Na Argentina, que também está entre as principais ligas do mundo, apenas quatro dos 30 times da primeira divisão estampam casas de apostas como patrocinador master. Por lá, o setor mais comum é o mercado financeiro, que investe em 43% das equipes, segundo o portal Marketing Registrado.

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