O precioso resgate da velha "Forja de Campeões" do Boxe do Brasil
Neste dia 6, no Esporte Clube Pinheiros, as finais de 2019 da competição que nasceu em 1941 e que revelou de Éder Jofre até Adílson Maguila Rodrigues
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Impossível estabelecer uma lista adequada e justa de todos os personagens que a "Forja de Campeões" um dia desvendou. Dentre os mais famosos se sobressaem, por exemplo, Éder Jofre, Servílio de Oliveira, Miguel de Oliveira, Acelino Popó de Freitas, Valdemir Sertão dos Santos Pereira, Adílson Maguila Rodrigues. Até mesmo um certo jovem de nome Eduardo Matarazzo Suplicy passou por lá, em 1962, quanto ostentava os seus 21 de idade.

A idéia surgiu do saudosíssimo periódico “A Gazeta Esportiva”, criador de tantas majestades atléticas, como a corrida pedestre de São Silvestre. Nasceu em 1941, com a preciosa intenção de revelar novos pugilistas dentre os inúmeros estreantes que fantasiavam o seu sucesso na chamada “A Nobre Arte”. Então, o são-carlense Newton Campos, nos seus 16 de vida, principiava a se apaixonar pelo esporte do ringue e das luvas. Hoje aos 93, firme e forte na missão, ele continua a apresentar a "Forja", seu símbolo.

A competição, aliás, já teria desaparecido não houvesse, no seu caminho, um outro abnegado. Trata-se de Mário Soares, o Marinho, um economista com pós-graduação em Marketing, da classe de 1969, proprietário de várias empresas das área de segurança, de transporte público e de mídia, que se tornou lutador por paixão e, graças a um empenho raro, chegou a disputar oitenta pelejas, ganhou cinqüenta por nocaute, perdeu apenas duas, e se tornou, até, campeão Latino-Americano dos Pesos Pesados.

Sócio do Pinheiros, o clube paulistano em que também se destacou como um arqueiro elástico no Futebol, Marinho batalhou e re-batalhou para lá implantar uma academia de pugilismo. E enfim conseguiu, em 2017. Coordenada por Messias Gomes, um antigo profissional, originário da mesma "Forja", e por dois outros ex-lutadores, Jaime Sodré e Juan Díaz, a escola já ostenta 200 alunos. Naturalmente, desabrochou a vontade de ressuscitar a lenda, cuja história estava interrompida.

Determinado, solerte, Marinho inclusive conseguiu que o Pinheiros, um dos fundadores da Federação Paulista de Pugilismo, transformasse o seu salão de festas, duas vezes por semana, às segundas e às quartas, na sede festiva da "Forja", com tablado, som, iluminação etceteras fornecidos por patrocinadores – e entrada franca, ninguém paga para presenciar. Nesta segunda temporada seguida no ECP, a "Forja" recebeu as inscrições de 149 homens e 32 damas. E faz suas lutas finais agora, na noite de 6 de Fevereiro. Em três rounds de dois minutos se decidirão os campeões. Longa existência a todos – e à "Forja"!
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