Nesta quinta, a grande decisão da NBA/2019, Raptors X Warriors
Começa, com dois jogos em Toronto, a briga pelo principal título profissional do Basquete no planeta. Caso necessário, a disputa terá sete combates.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Draymond Green + Klay Thompson + DeMarcus Cousins + Kevin Durant + Stephan Curry no quinteto titular. E Andre Iguodala como o múltiplo de plantão. Pudessem os Golden State Warriors utilizar esses seis atletas, na sua plenitude física, em todos os seus próximos jogos, diante dos Toronto Raptors, na decisão do título da NBA desta temporada de 2018/19, seria facílimo considerá-los uma “poule de dez”. Ou seja, aquela aposta que simplesmente devolve a um especulador apenas o mesmo valor que arriscou.

Impossível comparar esse exército de super-astros com o singelo pelotão do seu adversário na briga pela conquista do Larry O’Brien Trophy da edição nº 73 do campeonato que determina o melhor time do Basquete profissional do planeta. No elenco dos Raptors só existe um personagem de fato dominante, Kawhi Leonard, com o seu excelente braço-direito, Kyle Lowry. Dos outros atletas que podem fazer alguma diferença em favor de Toronto, o espanhol Marc Gasol, o camaronês Pascal Siakam e o congolês Serge Jonas Ibaka, todos realizaram uma “season” desequilibrada, cheia de altos e baixos.

Convalescente de um rompimento de tendão-de-Aquiles e, depois, de um estiramento na coxa, Cousins somente participou de 30 das 82 pelejas da temporada normal e de apenas 2 das 16 do Golden State nos “Playoffs”. Com um problema de panturrilha, Durant se ausentou em 5 prélios dos “Playoffs”. E, ainda assim, os Warriors ganharam 57 das 82 pugnas regulares e levaram a taça da Conferência Oeste ao vencerem os perigosos Portland Trail Blazers, 4 X 0. Único desfalque dos Raptors: OG Anunoby, inglês de sangue nigeriano, e suplente, que sofreu uma cirurgia de apêndice antes dos “Playoffs”.

Ocorre que, numa Conferência Leste bem mais fraca que a Oeste, graças a 58 triunfos, um acima dos Warriors, os Raptors abiscoitaram o direito de abrir a série melhor-de-sete combates das “Finals” com duas atuações dentro da sua Scotiabank Arena, 19.800 lugares, seguramente todos tingidos de vermelho. A abertura ocorre nesta quinta, dia 30 de Maio, E, no caso de a batalha se estender até a pugna derradeira, também hospedarão Golden State em sua casa, também não necessitarão enfrentar Durant logo na estréia. O portento dos Warriors, média de 34,2 pontos por cotejo, já retornou aos treinamentos de quadra mas o treinador Steve Kerr optou por preservá-lo para o prélio do domingo subsequente, dia 2 de Junho, ainda na sede do inimigo.

É óbvio, é evidente, é ostensivo que sem o vigor absurdo de Durant o time de Golden State diminui de volume nas investidas de garrafão adentro. Porém, ainda lhe sobram a potência física de Green e Iguodala. Ou os arremessos de três pontos de Curry e de Thompson. E, caso Steve Kerr se arrisque a utilizar Cousins desde o começo do desafio, os Warriors poderão prevalecer nos rebotes. Os Raptors, de seu lado, dependerão em demasia do talento estelar de Leonard. E do acerto de marcação na sua retaguarda. O Canadá, como nação, mais do que o clube de Nick Nurse, fornecerá aos atletas de Toronto a energia indispensável à superação, pela garra, de um rival melhor na técnica.

E essa circunstância torna mais crucial o confronto direto entre Steve Kerr e Nick Nurse. Hoje nos seus 51 de idade, Nurse foi um jogador medíocre, a média de 3 pontos nas suas 111 porfias como atleta universitário. Então, como treinador, de 1989 a 2013 orientou equipes menores até aceitar um convite do celebrado Dwane Casey para ser o seu sub em Toronto. No início desta temporada, quando Casey trocou os Raptors pelos Pistons de Detroit, Nurse assumiu o cargo. Depois de soçobrar, 0 X 2, diante dos Milwaukee Bucks nas “Finals” da Conferência Leste, basicamente anulou o gigante Giannis Antetokounmpo, acabou com o ataque rival e consagrou Leonard, 4 X 2.

Steve Kerr leva uma vantagem além de razoável sobre Nick Nurse em todos os quesitos que contam. Nos seus idos de atleta, atuou pela seleção dos EUA que amealhou o ouro no Mundial da Espanha em 1986. Fulgurou com os Chicago Bulls de Michael Jordan e Scottie Pippen entre os anos de 1993 e 1999. Foi comentarista de TV e foi o General Manager dos San Antonio Spurs até inaugurar a carreira de treinador já nos Warriors, em 2014. E, desde então, arrematou cinco títulos seguidos da Conferência Oeste e três da NBA. Nurse anulou o gigante dos Bucks. Mas Steve Kerr fez com que seus nove suplentes conseguissem suprir as ausências de Cousins-Durant-Iguodala. Poderá ele sobrepujar a torcida inflamada de Toronto? Talvez. Provável. Porém, a ver.
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