Empolgante, o Liverpool faz 5 X 0 mas a Roma reage e leva aos 5 X 2
Primeira peleja de ida pelas semifinais da Champions League de 2017/18. Poderá a "Loba" repetir na volta o milagre da virada sobre o Barça?
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Debaixo de chuva e com uma temperatura cadente, 11° no momento em que o árbitro alemão Felix Brych apitou o início do seu duelo, o Liverpool dono da casa e a Roma visitante inauguraram, nesta terça-feira, 24 de Abril, as semifinais da Champions League da Europa, agora na sua edição de número 63. Esgotados todos 61.905 ingressos ao estádio de Anfield Road, depressa a “Loba” da capital da Itália, orientada pelo seu ex-meiocampista Eusebio Di Francesco, atestou que não pretendia se retrancar e que, nos contra-ataques em velocidade, poderia complicar o toque de bola dos “Reds” do tedesco Juergen Klopp. No condicional, poderia. Prélio escancarado, “Reds” 5 X 2.

Pois começou melhor a Roma, principalmente porque, já aos 16’, o Liverpool sofreu um baque impensável. Ao tentar um arremate diante da perseguição de Strootman, o excelente apoiador Oxlade-Chamberlain torceu o joelho direito e saiu de maca no rumo da enfermaria. A “Loba” imediatamente se locupletou e, aos 18’, um lindo petardo de Kolarov obrigou o confuso arqueiro Karius a espalmar no seu travessão. Foi só, porém. Wijnaldum, o substituto de Oxlade-Chamberlain, não dispõe de tanta criatividade como o titular. Mas, postado como um cão-de-guarda na sua intermediária, soube controlar as eventuais investidas dos “Giallorossi”. Daí, ao invés de desanimarem, coube aos “Reds” se inflamarem e apertarem ao máximo o seu acelerador.

Antes dos 35’, o efusivo senegalês Sádio Mané desperdiçou ao menos duas oportunidades sagradas, cara-a-cara com o brasileiro Alisson Becker, impecável como de costume. Aos 36’, todavia, num lance individual, Salah, o “Rei do Egito”, bateu cruzado, de esquerda, no ângulo oposto, 1 X 0. E aos 45’, depois de um lançamento espetacular de Roberto Firmino, diante de Tite, que via a pugna e seguramente vai convocá-lo à sua seleção, Salah dobrou, no seu gol de número 43 na temporada, o seu décimo nesta CL, ele que, um ex-Roma, na Itália apenas havia registrado 29 em duas stagioni.

Missão inglória a de Eusébio Di Francesco & Cia., virar o jogo depois do intervalo. Imagens do treinador, perplexo, no banco de reservas, dos desalentados Francesco Totti e Bruno Conti nas tribunas, paulatinamente demonstravam o desmonte, na peleja, da sua equipe querida. Aos 56’, de novo o “Rei” provou o seu talento ao costurar a defesa da visitante e entregar ao toque fatal de Mané, quase sobre a linha da meta de Alisson. Aos 65’, de régua e compasso, Salah detonou a marcação de Juan Jesus e entregou o gol a Firmino, 4 X 0. E os “Reds” ainda transformariam uma vitória avassaladora na maior diferença de tentos de toda a antologia das semis da CL, 5 X 0, de novo Firmino, de cabeça, escanteio levantado por Milner. O recorde vinha de 2013, Bayern de Munique 4 X 0 Barcelona, e de 2014, Real Madrid X Bayern, pelo mesmo placar impiedoso. Só que o primado não perduraria...

Estoicamente, a Roma não sucumbiu à humilhação. Aos 80’, Nainggolan alçou, Dzeko aparou lindamente no peito e cravou, 1 X 5. Logo depois, aos 85’, Nainggolan chutou e, tolamente, Milner escorou com um braço. Pênalti, Perotti, 2 X 5. A Roma sobreviveu. Necessitará, em 2 de Maio, diante dos seus tifosi, no seu Olímpico, reprisar o milagre da fase de quartas-de-final, quando desabou em Barcelona, 1 X 4, e majestosamente se recuperou, em casa, 3 X 0. O mesmo placar que terá de buscar em mais uma semana. Chi lo sà? Quem sabe?
Amanhã, dia 25:
BAYERN/ALE X REAL MADRID/ESP
Allianz Arena, Munique, 75.024 lugares
Em 24 confrontos anteriores, 11 sucessos de cada, placar nos tentos de 37 X 36 em favor do Bayern. Nos números, o maior desafio na história da CL. Aliás, nas últimas seis contendas, os bávaros alcançaram as semis em cinco, de 2012 a 2016. Só fracassaram em 2017. Desde 2011, o Real atinge as semis pela oitava vez consecutiva. Levantou a taça em 2014, 2016 e 2017. E busca um tri inédito desde a façanha do “Urso Berni” em 1974/75/76. Ironia: Jupp Heynckes, que em 2017 abandonou os seus confortos de aposentado para se incumbir do Bayern, era o comandante dos “Merengues” na conquista de 1997/98. Porém, nunca sofreu uma eliminação em semifinais.
Retorno, no Santiago Bernabéu, 1º/5.
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