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Cosme Rímoli - Blogs

Vitória para embalar na Copa. Que venha o México

O Brasil jogou como equipe. Futebol de muita firmeza, intensidade. Marcou e foi fatal no ataque. Neymar jogou para o time. Coutinho, o cérebro

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O gol de Paulinho, a redenção do volante no qual Tite sempre acreditou
O gol de Paulinho, a redenção do volante no qual Tite sempre acreditou

Moscou, Rússia

O Brasil misturou inteligência, tática e talento para vencer a Sérvia. Teve uma atuação competente, segura.

Digna de uma equipe com força para brigar pelo título da Copa da Rússia. Mas com humildade para entender a necessidade de marcar, jogar feio, travar o adversário. E mostrar que tem o selecionado com maior repertório ofensivo no Mundial.

Ninguém chega perto do poder de improviso nacional.


Com Phillipe Coutinho outra vez sendo o cérebro, Neymar jogando para a equipe e todos cumprindo a estratégia competitiva, firme de Tite, a Seleção se impôs diante da Sérvia. Justo o placar de 2 a 0. Com direito a gritos de olé da torcida, equanto o time trocava passes.

Primeira colocação no grupo E.


Encontro marcado com os mexicanos, em Samara, pelas oitavas de final.

O Brasil precisava de um jogo marcante para se convencer que pode ser campeão do mundo de novo. 


Essa partida aconteceu aqui, em Moscou.

Neymar e Thiago Silva
Neymar e Thiago Silva

O Brasil já entrou em campo ressabiado com a eliminação surpreendente da Alemanha. O time de Tite sabia que havia espaço para surpresas, zebras nesta Copa do Mundo da Rússia. E sabia. Se os brasileiros terminassem em primeiro no grupo E enfrentariam o México. Em segundo, a Suécia. Os germânicos já se preparam para embarcar sair do país, eliminados, em último lugar do grupo F.

Os sérvios eram o adversário mais difícil do grupo E. Uma seleção forte fisicamente, com boa técnica e que não tem só o contragolpe como maneira de sobreviver. Não, seu meio de campo é habilidoso, compacto. Com dez centímetros em média maior que o time brasileiro, era claro que as bolas aéreas seriam uma opção natural. 

Tite havia decidido dar uma terceira chance ao mesmo time que oscilou contra a Suíça e Costa Rica. Com Paulinho e Willian, que foram os piores. Era questão de mostrar confiança no elenco. Item fundamental em uma Copa.

Como ao Brasil o empate bastava, a Seleção começou com um ritmo mais cadenciado. E nitidamente escalada no 4-1-4-1. Com muita compactação nas intermediárias, recomposição. E toques de bola de primeira, para evitar o contato físico, porque a vantagem era sem dúvida dos europeus.

Só que, aos nove minutos, um enorme susto. Marcelo foi dar um carrinho e já levantou com dores, tenso. Balançou a cabeça, chamou o médico Rodrigo Lasmar. E avisou que sairia do jogo. Ele mal podia andar. De acordo com a CBF, ele teve um 'espasmo na coluna'. Foi medicado e passa bem. Mas ele não conseguiu nem ficar no banco de reservas, tamanhas eram as dores que sentia. 

O Brasil perdia uma arma fortíssima, as triangulações de Neymar e Marcelo. Filipe Luís tem a característica muito mais defensiva. Em compensação, Neymar passava a se preocupar apenas com o ataque. O corredor esquerdo estava protegido.

A Seleção mostrava mais consciência, menos afobação. Trocava a bola, de pé em pé, da direita para esquerda. Philippe Coutinho procurava mais Willian para diversificar o jogo. A defesa sérvia tinha uma grave falha. Marcava em linha, o que era um convite às infiltrações de Gabriel Jesus, Neymar e Paulinho. 

A força física começava a ser vencida no toque de bola.

Phililipe Coutinho outra vez roubava a cena.

Deixava Neymar brilhar. Mas coordenava as ações brasileiras, ditava o ritmo. Fazia o time atuar na sua cadência. Era o tal ritmista que Tite dizia procurar para a Seleção. Com movimentação constante, rasgava a intermediária sérvia. complicava a marcação, atuando entre as linhas de do meio de campo e da defesa.

Aos poucos, ficava claro que aos sérvios faltava o principal no futebol, talento. O toque de bola brasileiro se impunha. Aos 24 minutos, Neymar conseguiu encontrar uma brecha entre os zagueiros e, muito ágil, exigiu excelente defesa do goleiro Stojkovic. O lance outra vez aconteceu no meio do festival de pernas vermelhas. Ou seja, era possível, surgir um jogador de surpresa.

E foi exatamente o que descobriu Philippe Coutinho. Aos 35 minutos, ele levou a bola pela intermediária. Enquanto Paulinho saía da direita e cortava pela diagonal, por trás da zaga. O lançamento foi milimétrico, sensacional. 

Bastou um toque do volante, na saída desesperada de Stojkovic. Tite estava vingado, mostrou que valeu a pena seguir apostando no jogador que tanto ama taticamente. Gol do Brasil. 1 a 0.

O gol atingiu a espinha dos sérvios. O desânimo ficou evidenciado. Foi um choque. Sabiam que precisavam virar o jogo, se quisessem sobreviver na Copa. Mas seguiam fortemente travados. Tite colocou o Brasil de uma forma muito segura. Sem dar espaço. A compactação das linhas e a concentração, o foco na marcação foram impressionantes.

Thiago Silva, Miranda e Alisson ganharam o reforço de Filipe Luís nas bolas aéreas. No primeiro tempo, os sérvios não incomodaram, não criaram sequer uma chance real de gol. Mérito total da postura firme do time de Tite. Ele não queria e não iria dar a mínima chance para o Brasil ser outra potência a dizer adeus à Rússia.

Um dos grandes méritos do primeiro tempo foi que Neymar se encaixou. Jogou para o time. Foi criativo, participativo e sério. Como se espera de um grande jogador que é. O comportamento mimado, infantilizado não apareceu, o que foi excelente.

Para o segundo tempo, Tite foi frio. Não alterou o que estava dando certo. Seguiu com a compactação. Caberia aos sérvios buscarem a iniciativa, se abrirem. Ao Brasil, o resultado estava excelente. 

Foi o que aconteceu. Se faltava habilidade, a saída era atacar em bloco, para tentar em uma disputa no corpo a corpo, conseguir a chance de finalizar. E como era impossível de evitar, havia espaço para os contragolpes em velocidade. 

E lá estava ele de novo, Phillipe Coutinh. O meia outra vez fez uma assistência maravilhosa para Neymar. No entanto, o chute saiu fraco, facilitou a defesa de Stojkovic. 

A Sérvia seguia com seu meio de campo adiantado, buscando em cruzamentos, o empate. O Brasil se encolhia demais. E a pressão crescia. Alisson falhou em um cruzamento fácil, rebateu fraco a bola que caiu na cabeça de Mitrovic. Thiago Silva salvou, em cima da linha, aos 15 minutos. 

O sufoco sérvio chegava ao insuportável. A ponto de Fagner, com seu alegado 1m68 disputar e, lógico, perder pelo alto para Mitrovic, com seu 1m89. Sentindo a pressão, Tite percebeu que precisava de maior força na marcação. E tirou Paulinho, cansado. Colocou Fernandinho para ajudar Casemiro, sobrecarregado.

Mas nem deu tempo para mostrar se Tite acertou.

Se o forte dos sérvios era a bola aérea, o Brasil surpreendeu. 

Em uma jogada ensaiada, típica de basquete, Neymar cobrou o escanteio. Miranda fez o corta luz. E Thiago Silva surgiu de surpresa. Cabeçada forte, violenta, para o fundo das redes. 2 a 0, Brasil, aos 22 minutos. Os sérvios sabiam a Copa havia acabado. 

O Brasil seguiu frio, sereno, dominando o ímpeto do rival. 

Sabia que havia mostrado a que veio até a distante Rússia.

Copa não é lugar de exibição

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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