Unai Emery colocou a cabeça na guilhotina barrando Thiago Silva

Unai Emery quis arriscar contra o Real Madrid.

O treinador espanhol tinha uma convicção que carregava, em segredo, desde o ano passado. O PSG havia goleado o Barcelona por 4 a 0 em Paris, nas oitavas de final da Champions Legue no dia 14 de feveiro. Vantagem espetacular. Nunca, nas 58 vezes que uma equipe que disputara o torneio, conseguiu reverter tamanho prejuízo.

Só que chegou o fatídico dia 8 de março de 2017. E, na Catalunha, o Barcelona fez história. Venceu por 6 a 1. Com direito a três gols em sete minutos e 16 segundos.

Emery na época não quis fazer longos comentários.

Se manteve no cargo.

Neymar foi contratado, o time reforçado.

E chegou outra vez um grande confronto eliminatório, nas oitavas da Champions. O adversário, o Real Madrid. Mesmo liderando com folga o Campeonato Francês, com 12 pontos de vantagem diante do Monaco, e favorito na Copa da França, Emery estava ameaçado. A principal queixa era sua fragilidade no vestiário. 

Jornalistas franceses repetem que ele se dobra diante dos brasileiros no elenco. Principalmente Neymar, Daniel Alves e Thiago Silva, o capitão da equipe.

Mas Unai havia preparado uma surpresa contra os espanhóis. Ele tinha certeza que Zidane, técnico rival e principal cotado para ficar com seu emprego, havia estudado a maneira com que o PSG se defende. Principalmente a facilidade com que foi goleado pelo Barcelona por 6 a 1. E decidiu tomar a decisão que mantinha em sigilo desde que passou por aquele vexame.

Para o treinador espanhol, um dos maiores culpados dos 6 a 1 foi Thiago Silva. Além de falhar nos gols, ele se abateu conforme seu time foi sendo vazado. E passou essa insegurança, esse medo para os demais companheiros. Algo inadmissível para o capitão do time.

Contra o Toulouse já havia o franco congolês Presnel Kimpembe ao lado de Marquinhos. Thiago Silva estaria sendo poupado. 

Mas Emery desprezou o poder de investigação, as fontes cultivadas há décadas do jornal L'Equipe. O periódico descobriu a verdade. Que o treinador não confiava em Thiago Silva. E mesmo no auge de sua forma, o capitão do time seria apenas reserva contra o Real Madrid. Outro brasileiro, Thiago Motta, que costuma ao menos ficar no banco, mas tem muita influência com os companheiros, não foi com a delegação para a Espanha.

E Thiago Silva ficou no banco, como avisou o L'Equipe.

Barrado.

O capitão virou reserva.

De lá, contrariado, assistiu ao jogo.

O PSG estava indo muito bem. O empate em 1 a 1 era até injusto com franceses. Até que o treinador espanhol decidiu reforçar o setor defensivo. Tudo que conseguiu foi atrair o Real Madrid que, com espaço, reverter o jogo. E ganhou por 3 a 1.

Os questionamentos começaram e foram os mais pesados possíveis em relação a Emery. A começar pela desmoralização das esposas de Thiago Silva e do argentino Di Maria. A brasileira questionou a estratégica do técnico. E a argentina, o desprezo pelo futebol do marido.

Jogadores trataram de atribuir ao treinador suas escolhas. Tanto por não utilizar Thiago Silva e Di Maria como também recuar de forma absurda, o time contra o Real Madrid.

Se o PSG não conseguir reverter o resultado, na partida de volta, em Paris, no dia 6 de março, Unai poderá já ir arrrumando as malas, mesmo se for campeão francês e da Copa da França. Muitos jornalistas europeus garantem que, se até vencer, não ficará. 

A bilionária família real catariana não contratou o jogador mais caro de todos os tempos, Neymar por R$ 822 milhões, e montou um time poderoso para, de novo, ser eliminado nas oitavas da Champions.

Neymar e Daniel Alves deixaram clara a insatisfação com o treinador. Não em palavras, mas na maneira com que se referiram a ele após a derrota. 

Thiago Silva e Di Maria serão cobrados pelas postagens de suas esposas.

O clima no bilionário PSG é o pior possível.

Por conta de seu treinador.

Unai Emery colocou sua cabeça na guilhotina.

Efeito ainda dos 6 a 1 para o Barcelona de 2017.

Apostou alto, sacando Thiago Silva.

Recuando o time em Madrid.

Perdeu.

E terá de arcar por suas escolhas.

Sem hipocrisia. 

Todos sabem na França.

Mexeu com um brasileiro no PSG, mexeu com todos.

Até hoje, não aceitaram a saída de Lucas para o Tottenham.

Quanto mais humilhar o capitão Thiago Silva como fez ontem.

Uni Emery não deve manter o emprego na próxima temporada.

Simples assim...