Um ano. E a doce vingança de Ceni. "Não" ao Cruzeiro
O treinador foi procurado para voltar a trabalhar na Toca da Raposa. Lugar que mais sentiu vergonha no futebol. Demitido após oito jogos. Disse 'não'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Um ano.
Em setembro de 2019, Rogério Ceni passava pela maior vergonha no futebol.
Após oito partidas, ele foi sumariamente demitido do Cruzeiro.
Ficou apenas 44 dias.
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Duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.
Os resultados foram ruins.
Mas o que decidiu sua demissão foi enfrentar um elenco que ele considerava velho, desgastado, desinteressado, acomodado.
Pretendia apelar para os garotos da base.
Ele já temia o rebaixamento.
Mas Thiago Neves, Fred, Dedé, Edilson venceram.
Travaram a renovação do time.
Pressionaram o presidente Wagner Pires e seu fiel escudeiro, o vice de futebol, Itair Machado.
Conseguiram a demissão de Ceni.
Em seguida, o Cruzeiro foi rebaixado.
Está na Segunda Divisão.
Pires e Itair são alvos de investigação do Ministério Público por desvio de dinheiro.
Terão de devolver dinheiro ao clube.
E ainda podem ser até presos.
Thiago Neves deixou o clube.
Foi para o Grêmio.
E demitido, depois de 14 jogos.
Fred voltou ao Fluminense.
Era reserva de Evanilson, vendido ao Porto.
Dedé segue contundido.
Edilson está no Goiás.
Rogério Ceni viu o destino de seus detratores.
Mas o que faltava, veio hoje.
O convite para voltar à Toca da Raposa.
Aí, o prato da vingança foi servido.
Frio, como tem de ser.
Ele disse 'não', como o maior gosto.
Não voltaria para o caos que se transformou o Cruzeiro.
O clube deve mais de R$ 1 bilhão.
Tem um elenco fraquíssimo.
Está ameaçado até de rebaixamento para a Série C.
Ney Franco é o favorito para assumir, depois do 'não' de Ceni.
Rogério seguirá no Fortaleza.
Há um só lugar que ele deseja voltar.
Assim que o inseguro Leco for embora, em dezembro.
Ao São Paulo, para completar o trabalho que foi sabotado pelo presidente Leco. Com vendas e mais vendas de atletas fundamentais ao time.
Mas essa possibilidade levará pelo menos três meses.
Até a eleição no São Paulo.
Por enquanto, ele tem de trabalhar muito.
Para tentar manter o Fortaleza na Série B.
E curtir o prazer de dizer 'não' ao Cruzeiro...
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