São Paulo, Brasil
Enquanto a contratação de Antony pelo Manchester United ganha as manchetes mundiais, outro jogador brasileiro chega à Premier League, o badalado Campeonato Inglês.
Ou melhor, retorna.
Sem a menor repercussão.
Willian, 34 anos, assinou contrato por um ano com o Fulham, clube que retorna da segunda divisão.
A confirmação de sua contratação trouxe incômodo, outra vez, à direção do Corinthians.
Conselheiros já levaram ao presidente Duilio Monteiro Alves uma estranha constatação.
A de que o jornalista italiano Fabrizio Romano, especialista internacional em negociações, já anunciava que ele queria sair do Corinthians no dia 30 de maio.
Seu pai, no mesmo dia, tratou de negar qualquer possibilidade de saída.
"Não existe nada disso [vontade de sair]. Teve aqueles episódios de ameaça lá atrás, que aconteceu com Cássio e outros jogadores também, claro que não é legal, família fica assustada, mas já passou, já conversamos, tudo resolvido. Está tudo normal. A diferença é que não tinha janela [de transferência] perto e agora tem, aí o pessoal fica associando uma coisa com a outra."
Leia também
"[A torcida] não precisa se preocupar. Willian está bem, está tudo bem, não tem nada, não tem proposta e não tem nada disso de ele querer ir embora", jurava Severino Silva, pai e empresário do meia-atacante.
O presidente Duilio Monteiro Alves também assegurava que ele não sairia, apesar das ameaças de morte que recebeu, pelo fraco desempenho do time. Aliás, Cássio recebeu muito piores.
"O jogador tem contrato. O Corinthians fez um esforço grande para trazê-lo, e ele para vir. Agora, não existiu isso de o Willian nos procurar e dizer que quer ir embora, dar pistas. Mas a gente sente que ele ficou muito incomodado com isso, se preocupou muito com isso. Não é a torcida do Corinthians..."
"Ele fez um esforço tão grande para voltar ao clube que formou ele. Vimos no último jogo o estádio inteiro aplaudindo ele de pé. Infelizmente são atos isolados de pessoas que não representam a torcida corintiana. Os quase 40 milhões de torcedores querem o Willian aqui nos ajudando", disse o dirigente, no dia 15 de junho.
Enquanto isso, conselheiros do Corinthians sabiam da pressão que o jogador sofria de sua esposa, Vanessa Martins, para voltarem à Inglaterra. Ele temia pela segurança de suas filhas, que andavam por São Paulo em carros blindados e com seguranças.
Willian chegou a garantir a Duilio que seguiria no Corinthians, como Cássio, Fagner e Gil, outros três ameaçados.
Até que ele foi procurado pelo Fulham, clube londrino, como são o Chelsea e o Arsenal.
E Willian cedeu à pressão da esposa.
O anúncio oficial acontece no mesmo dia do de Antony.
Willian esteve na Copa de 2018.
O ex-atacante do São Paulo e do Ajax ocupará seu lugar no time de Tite.
E chega à Inglaterra com a responsabilidade de ser a maior estrela na reconstrução do Manchester United.
Enquanto Cristiano Ronaldo procura, nestas últimas horas de janela, uma nova equipe. Até o dia 1º de setembro. Dois dias para o midiático jogador de 37 anos se recolocar. Ou se submeter a brigar por posição, inclusive, com Antony.
Já Willian terá uma nova missão na carreira. Realidade muito menos ambiciosa do que aquela que se acostumou a viver nos clubes pelos quais passou.
Evitar que o Fulham volte à segunda divisão.
Seu nome não é mais lembrado com orgulho no Parque São Jorge.
Mas com desilusão.
Conselheiros, dirigentes, membros de organizadas.
Ninguém o perdoa.
Por haver desistido do Corinthians.
O clube queria até fazer uma despedida no fim de 2023, quando ele deve parar de jogar futebol.
Mas ele que se despeça na Europa.
Ou arrume outro clube.
Sua idolatria no Corinthians foi abalada demais.
Por virar as costas ao clube depois de ameaças inconsequentes, cujos responsáveis foram identificados e presos.
Em agosto, Willian confirmou os rumores de maio.
Voltou para a Inglaterra.
Para Londres, onde se sente seguro.
E lutará para seu time não ser rebaixado...
Jogador que matou ex-namorada com martelo participou de campanha contra feminicídio
O jogador italiano Giovanni Padovani é o principal acusado de ter assassinado, na última terça-feira (23), a ex-namorada Alessandra Matteuzzi. Há menos de um ano, ele participou de uma campanha contra a violência de gênero, como o feminicídio